30.4.07

ABN e os acionistas

O processo de aquisição do ABN é um caso interessante pelas manobras dos bastidores. Mas o acordo com o Barclays significou que os acionistas do ABN perderam 6,82 bilhões, segundo Gregory Corcoran, do Wall Street Journal

O Barclays ofereceu 36,25 euros por ação, o que significa 67 bilhões de euros. Um consórcio do Royal Bank of Scotland, Fortis e Banco Santander Central Hispano apresentou, dois dias depois, uma proposta de 39 euros, ou 72 bilhões de euros.

Varig

Qual seria o intangível da nova Varig? Uma reportagem do Estado de 29/04/2007 tentar esclarecer isto:

Como a Varig se multiplicou por 8
Depois de ressuscitar' a companhia, investidores a venderam US$ 280 milhões mais cara do que compraram
Lourival Sant'Anna
O Estado de São Paulo - 29/04/2007

A compra da Varig pela Gol levanta questões sobre a separação entre o público e o privado, a diferença entre concessão e patrimônio, a responsabilidade sobre dívidas, os limites da atuação da Justiça e das agências reguladoras. Tudo isso temperado pelos US$ 280 milhões que separam duas vendas num intervalo de oito meses; pelo desejo explícito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ver a Varig "salva" pela Gol, e pela participação de seu compadre, o advogado Roberto Teixeira.

Com capital do fundo de pensão americano Matlin Patterson, a Varig Log arrematou a Varig em julho por US$ 42 milhões. Foi a única participante do leilão. As grandes empresas do setor, incluindo a própria Gol, consideraram na época alta demais a insegurança jurídica do negócio. Dois pontos essenciais pareciam indefinidos: a sucessão das dívidas de R$ 7,9 bilhões e o direito da companhia de manter consigo as concessões dos vôos (hotrans) e de uso dos aeroportos (slots), que, pelas normas, devem ser recolhidas e redistribuídas para outras companhias pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), quando não usadas.

No mês passado, a Varig Log vendeu para a Gol a "Nova Varig", ou VRG, por US$ 320 milhões. Executivos de companhias concorrentes da Gol dizem que o valor real da VRG eram os US$ 42 milhões pagos em julho. "O que a Gol comprou por US$ 320 milhões?", pergunta um deles. "Ativos intangíveis pertencentes à União? Ou uma empresa comprada antes por US$ 42 milhões, que desde então só piorou?", acrescenta, referindo-se à redução de 61 para 19 aviões e a suposta "sangria" mensal de US$ 25 milhões no caixa.

Marco Antonio Audi, presidente do Conselho de Administração da Varig Log, naturalmente discorda. "Ressuscitei a Varig", orgulha-se, lembrando que os funcionários não recebiam havia cinco meses, e todos os aviões estavam no chão. Só dois pertenciam à Varig. Os restantes foram retomados pelas empresas de leasing. "Partimos do zero e entregamos a companhia com 19 aviões, 2.200 funcionários, a maior pontualidade e o melhor serviço de bordo do Brasil." Ele admite que ganharam um bom dinheiro, mas diz que a contabilidade ainda não está fechada.

Audi explica o êxito do negócio argumentando que "ninguém tinha peito" de correr o perigo que ele e seus parceiros - um fundo de US$ 10 bilhões dedicado a investimentos de alto risco - correram. Ele reconhece que sua segurança se deveu, em grande medida, ao escritório do advogado Roberto Teixeira, que contratou em março de 2006. Mas não pela influência política advinda do compadrio com o presidente da República. O investidor diz que escolheu Teixeira pelo conhecimento em direito aeronáutico demonstrado por ele e sua equipe - que inclui a filha, Valeska, afilhada de Lula, e o genro, Cristiano Martins. "Fiz 15 perguntas ao Roberto Teixeira. Ele sabe tudo de aviação", lembra Audi, sócio da Helisolutions, segundo ele a maior empresa de propriedade compartilhada de helicópteros do mundo, com 16 aparelhos. "A equipe dele veste a camisa", entusiasma-se. "Valeska e Cristiano são gênios."

Audi, que contratou "cinco ou seis escritórios de advocacia", atesta que as orientações de Teixeira foram precisas. No dia 15 de dezembro, em que recebeu da Anac o certificado para a VRG voar, Audi teve uma audiência com o presidente Lula, acompanhado de Teixeira. Mas diz que ela só durou "três minutos", a maior parte dedicada à Varig Log. E que foi ele quem pediu a audiência. "Jamais posso fazer algo errado, porque sou sócio de um fundo de pensão americano, comprometido com boas práticas", diz Audi. Teixeira e os donos da Gol, Nenê Constantino e Constantino de Oliveira Júnior, não quiseram dar entrevista ao Estado.

27.4.07

Marca

O intangível que se esforça para entrar na contabilidade
Valor Econômico - 27/07/2007

A avaliação do valor das marcas está longe de ser uma ciência exata. Nesse trabalho, onde se destacam três consultorias mundiais - a Millward Brown, a Interbrand e a Brand Finance - existe a análise financeira e a mercadológica. Na primeira, procura-se medir os resultados futuros da companhia. "Consideramos a projeção de crescimento do lucro econômico para os próximos cinco anos", diz Alejandro Pinedo, da Interbrand Brasil. Já na avaliação mercadológica, explica Marcos Machado, da consultoria Top Brands, são analisadas duas dimensões da marca: lembrança e identidade.

"A lembrança é a pesquisa entre os consumidores, que pode ser espontânea ou estimulada", diz Machado. Mas na identidade - onde se mede desempenho, imagem e relacionamento com o consumidor - é que entra o caráter mais subjetivo da análise: o que é bom ou ruim para a marca. O julgamento é ainda mais complexo por se considerar que a pesquisa é feita em países com realidades distintas, o que torna a percepção variável. Ainda assim, alguns nomes conseguem ser unanimidade, como o Google: na pesquisa de 2006 da Interbrand, o nome ficou em 24º lugar, mas vai "crescer significativamente" este ano, diz Pinedo.


O processo de avaliação de marca pode ser feito com mais precisão em raras situações práticas. As tentativas de avaliação são geralmente "tentativas", pois geralmente se avalia outros ativos.

Bolívia tenta comprar refinarias

Bolívia tenta comprar refinarias da Petrobras pela metade do preço
da France Presse e FolhaNews

O governo boliviano acelera as complexas negociações para assumir o controle de duas refinarias da Petrobras, por US$ 70 milhões, menos da metade dos US$ 160 milhões solicitados pela empresa brasileira, segundo notas divulgadas nesta quinta-feira pela imprensa da Bolívia.

As refinarias em questão são Gualberto Villarroel, de Cochabamba, e Guillermo Elder, de Santa Cruz.

Diante do impasse nas negociações, técnicos do governo boliviano ofereceram à Petrobras a manutenção de um terço da gestão operacional, deixando as operações comerciais e administrativas para a companhia estatal boliviana YPFB, escreveu o jornal "El Deber".

A Petrobras pediu, por sua vez, uma auditoria dos ativos e passivos das duas refinarias para iniciar negociações por intermédio da missão de técnicos brasileiros que está no país desde terça-feira.

Fontes do governo boliviano, que pediram para não ser identificadas, disseram que o presidente da Bolívia, Evo Morales, está tentando concretizar o negócio até 1º de maio, primeiro aniversário da nacionalização dos hidrocarbonetos (petróleo e gás).

A Bolívia estatizou a rede produtora de gás natural em outubro passado, quando assinou 44 contratos de produção e exploração com dez multinacionais, entre elas Petrobras, Repsol-YPF (Espanha-Argentina) e Total (França). Este contratos começaram a ser protocolados nesta quinta-feira para que possam entrar em vigor.

Além disso, o governo boliviano tenta acelerar as discussões para assumir o controle da Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel), administrada há uma década pela italiana Telecom.

O governo tomou esta semana o controle de 47% das ações da empresa de telecomunicações Entel, administrada por fundos de pensões, e se apossou de outro pacote acionário que o tornará sócio majoritário da italiana Telecom, atingindo assim sua meta de nacionalizar este setor, privatizado em 1996.

Sob a administração italiana, a Entel é uma das companhias de melhor desempenho na Bolívia, com lucro líquido médio anual de 40 milhões de dólares.


Como será resolvido este conflito, uma vez que a avaliação do comprador e do vendedor não estão coerentes?

26.4.07

ABN: briga ainda não terminou

Esquenta a briga pelo ABN Amro
26/04/2007 - The Wall Street Journal

Por Jason Singer em Londres, Carrick Mollenkamp em Edimburgo, Escócia, e Edward Taylor em Amsterdã

Enquanto os pretendentes tentam comprar o ABN Amro Holding NV na maior aquisição bancária do mundo, o banco holandês está em conflito com seus próprios acionistas.

O ABN — dono do Banco Real, o terceiro maior banco privado do Brasil — recebeu ontem uma oferta não negociada de € 72,27 bilhões (US$ 98,54 bilhões), dois dias depois de ter fechado acordo para ser vendido ao Barclays PLC do Reino Unido por € 64,75 bilhões. Agora o ABN terá de equilibrar-se entre acionistas irritados, que querem uma batalha pela sua aquisição, e o estilo europeu de administrar uma empresa, que tem o objetivo de satisfazer a empregados, clientes e o que o alto escalão chama de outros "interessados".

Executivos do ABN tiveram uma conversa pelo telefone marcada ontem com seus pretendentes indesejados, um trio de bancos liderado pelo Royal Bank of Scotland Group PLC que inclui o espanhol Banco Santander Central Hispano SA e o belgo-holandês Fortis NV. Mas houve pouco progresso na resolução das diferenças entre os dois lados, dizem pessoas que foram informadas da conversa.

O acordo do ABN com o Barclays incluiu uma cláusula pouco comum de venda do LaSalle Bank, dos EUA, ao americano Bank of America Corp. por US$ 21 bilhões. Tirar o LaSalle das mãos do banco holandês o deixaria menos atraente para vários pretendentes. O consórcio disse ontem que sua proposta estava condicionada à manutenção do LaSalle pelo ABN.

A briga entre o ABN e seus acionistas sobre como ele conduziu a venda deriva da determinação do ABN em manter seus negócios intactos. O diretor-presidente do banco holandês, Rijkman Groenink, disse várias vezes que não quer que a instituição seja dividida.

O grupo do RBS disse que dividiria as subsidiárias dos Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, Itália, Brasil e Ásia, na essência encerrando a história de 183 anos do ABN. Nessa divisão, o Banco Real provavelmente ficaria com o Santander, uma união que criaria um banco capaz de rivalizar em porte com o Banco Itaú SA ou o Banco Bradesco SA. O Barclays, por outro lado, prometeu manter a maioria do império, e até mesmo mudar sua sede de Londres para Amsterdã. Vários executivos do ABN continuariam a chefiar divisões importantes do novo banco, outro motivo pelo qual a direção do banco holandês apóia o acordo com o Barclays.

A diretoria do ABN diz que tem de analisar outros aspectos antes de aceitar a oferta mais alta para os acionistas, entre eles como seus empregados serão tratados e a posição do banco na Holanda. Os empregados do banco também adotaram essa postura através do órgão que os representa.


Esse argumento poderia funcionar na Europa continental de antigamente, mas hoje em dia a pressão dos acionistas está maior do que nunca, na medida em que fundos e hedge e outros tentam maximizar seu retorno. Tais investidores abocanharam as ações do ABN desde que a empresa anunciou no mês passado que estava negociando sua venda. O fundo londrino The Children's Investiment Fund Management, que tem pouco menos de 3% das ações do ABN e o tem pressionado a aceitar a oferta mais alta, disse que o conselho do banco tem de recomendar a oferta do consórcio — se permitir que ele verifique sua contabilidade — e reverter a venda do LaSalle.

O LaSalle, que tem sede em Chicago, é uma peça importante para os planos do RBS, que quer uni-lo a sua subsidiária americana. O LaSalle também é altamente cobiçado pelo Bank of America, que há muito tempo busca uma presença maior em Chicago, onde é relativamente fraco.

O Bank of America entrou em contato com o ABN pouco depois que o consórcio liderado pelo RBS anunciou seu interesse em comprar o banco holandês, que esteve em negociações exclusivas com o Barclays por quase um mês. Em apenas quatro dias, o ABN concordou em vender o LaSalle ao Bank of America por um preço cerca de 75% acima de suas próprias estimativas.

Executivos do ABN e do Bank of America disseram ontem que seu acordo não pode ser revertido. O contrato deu ao ABN 14 dias para encontrar uma oferta melhor pelo LaSalle. O Bank of America tem a opção de cobrir qualquer nova oferta. Não há nenhuma outra cláusula no contrato que permita ao ABN cancelar a venda do LaSalle.

Sem o LaSalle, o RBS não terá interesse em disputar o ABN. Os três bancos do consórcio assinaram um acordo inicial em que nenhum dos integrantes iria tentar comprar por conta própria partes do ABN.

25.4.07

Baseball

Segundo a revista Forbes, o New York Yankees possui um valor de 1.2 bilhão de dólares. O seu proprietária comprou o time por $10 milhões em 1973, o que significa um retorno anual de 15,1%. Clique aqui para ler mais

24.4.07

Dia dos negócios

A segunda-feira foi caracterizada pelo anúncio de uma série de operações entre empresas. Seriam, segundo o Wall Street Journal, negócios no valor de 100 bilhões de dólares, sendo que a compra do ABN pelo Barclays foi o maior negócio. Talvez seja o dia com a quarta maior volume, em unidades monetárias, de negócios da história. A aquisição do ABN provavelmente é a maior negociação do setor financeiro.

O Blog do Wall Street Journal informa os dias de recorde de Fusão e Aquisição na história recente:

Dia do Anúncio Valor (em $bilhões)
14/11/99 $172.21
06/03/06 $143.73
04/11/99 $130.43
23/04/07 $129.18
26/03/07 $122.67
Fonte: Dealogic/Wall Street Journal

No Brasil, o Carrefour (Carrefour to Buy Brazil's Atacadao, The Wall Street Journal, 23/04/2007), o segundo maior varejista do mundo em vendas, comprou o Atacadão. O valor pago foi de 825 milhões de euros. Com isto o Carrefour torna-se a maior empresa comercial da América do Sul. A participação no mercado do Carrefour deve aumentar de 13% para 17,4%.

Marcas mais valiosas

O Google é a marca mais poderosa do mundo, segundo pesquisa BrandZ, da Millward Brown. Está avaliada em U$ 66,4 bilhoes, com base em sua performance financeira e popularidade com os consumidores. Roubou a liderança do ranking que pertencia no ano passado à Microsoft, que caiu para 3o. Veja as 10 primeiras na lista abaixo, com o valor em bilhoes de dolares e a variaçao da valorizaçao em 1 ano.

Top 10
Google, 66,4 (77%)
GE 61,8 (11%)
Microsoft 54,9 (-11%)
Coca-Cola 44,1 (7%)
China Mobile 41,2 (5%)
Marlboro 39,1 (2%)
Wal-Mart 36,8 (-2%)
Citi 33,7 (9%)
IBM 33,5 (-7%)
Toyota 33,4 (11%)


Fonte: Bluebus

19.4.07

El Corte Ingles 2

Mais um capítulo da novela do El Corte Inglés (clique aqui para ler mais).

Esta empresa é um grande varejista espanhol. Um dos acionistas minoritários, César Areces, decidiu vender parte do seu capital social, que representa 0,7%. A empresa fez uma oferta baseado no valor contábil. O acionista não concordou, e decidiu entrar na justiça.

Em primeira instância, a justiça espanhola deu ganho de causa para César Areces. Ou seja, o preço das ações seria de 196,4 euros e não 74,9 euros que a empresa queria pagar. Isto significa um total de 98,5 milhões de euros, quase três vezes mais o que foi proposto pelos peritos da empresa. Em termos totais, a empresa foi avaliada em 14 bilhões de euros.

No valor estipulado pela empresa, não se levava em consideração, por exemplo, o valor da marca. A proposta dos peritos que ajudaram César Areces, entre eles o professor Pablo Fernandez, considerava o método do fluxo de caixa descontado.

Os jornais espanhois (Sur, Diario Montañes, La Voz de Galicia, El Comercio, El Mundo e Europa Press) destacam que a marca do El Corte Ingles "sorprendentemente, tenía un valor "cero" en su contabilidad"

A decisão absorveu a empresa de assumir as custas do processo.

Reproduzo, a seguir, a notícia completa da Europa Press:

Economía (Amplia.).- El Corte Inglés, condenado a pagar 98,5 millones por el 0,69% del capital en manos de César Areces
Europa Press - Servicio Económico

La juez Miriam Iglesias sostiene que los 35 millones que ofrecía la empresa no se corresponden con "el valor razonable" de las acciones

MADRID, 17 (EUROPA PRESS)

El Juzgado de lo Mercantil número 3 de Madrid ha condenado a El Corte Inglés a adquirir la participación del 0,69% del capital social en manos de César Areces Fuentes por un importe de 98,5 millones de euros, según la sentencia a la que tuvo acceso Europa Press.

Asimismo, el fallo de la juez Miriam Iglesias declara que se ha incumplido el procedimiento de transmisión de acciones 'inter vivos' establecido en el artículo 17 de los estatutos sociales de la compañía iniciado a petición de este accionista.

El fallo estima parcialmente la demanda formulada por el accionista César Areces Fuentes en el conflicto que le enfrenta desde 2005 con la compañía, por no estar de acuerdo con el precio que El Corte Inglés quería pagar por su participación.

No obstante, desestima las reclamaciones de dicho accionista en otros aspectos relacionados con la impugnación de las juntas generales de accionistas y absuelve a la compañía de asumir las costas del proceso.

LA EMPRESA RECURRIRÁ.

El Corte Inglés ya ha anunciado que recurrirá este fallo ante la Audiencia Provincial de Madrid al considerar que "no se ajusta al procedimiento estatutariamente establecido", y que prevé utilizar los mecanismos procesales oportunos en defensa de sus derechos.

La sentencia argumenta que el precio ofrecido por la sociedad a César Areces por sus 390.905 acciones "no se corresponde con el valor razonable de la acción" y que "el Registro Mercantil proscribe cualquier tipo de restricciones estatutarias que impidan al accionista obtener "el valor real".

VALOR DE INMUEBLES Y MARCAS.

La juez estima los argumentos de los expertos contratados por el demandante para valorar su participación, basándose en magnitudes como el valor de los inmuebles, según el índice de precios de la vivienda, así como el valor de la marca 'El Corte Inglés' y de otras enseñas integradas en el grupo.

En este sentido, recalca que "la buena marcha de la compañía en inversión según los datos reales sólo podía conducir al resultado de una mayor valoración de la acción", y apunta a la posibilidad de que una valoración más precisa de los títulos "parece que sería al alza".

Según la juez, los expertos contratados por el demandante basan su método de valoración en el de los 'flujos de caja descontados', que goza de general aceptación de los profesionales cuando se trata de valorar empresas con larga trayectoria y vocación de continuidad en expansión, como El Corte Inglés.

Por el contrario, considera que el método empleado por los peritos de El Corte Inglés para dilucidar el valor de las acciones se refieren al valor contable, pero "se alejan del valor real de la acción", ya que están realizados para un supuesto de liquidación de la empresa y no de continuidad de la misma.

Estas magnitudes contables "reflejan básicamente el pasado" y no han sido ratificadas durante el juicio por el experto que las realizó, el catedrático de Contabilidad y Economía Financiera de la Universidad Autónoma de Madrid Leandro Cañibano, mientras que los profesores del IESE contratados por César Areces, José Manuel Campa y Pablo Fernández, sí justificaron el método seguido.

ACCIONISTA, NO DIRECTIVO.

En la misma linea, el fallo estima que César Areces Fuentes debe recibir un tratamiento diferente en cuanto a la venta de sus acciones respecto de los directivos de El Corte Inglés, ya que recibió sus acciones por vía sucesoria y nunca ha ocupado cargo directivo en la empresa ni ha adquirido sus acciones como tal.

Hasta la fecha, la práctica retributiva de la sociedad consistía en que determinados consejeros o directivos con títulos vendían sus acciones a la compañía al precio pactado verbalmente con la misma cuando llegaban a la jubilación o en caso de fallecimiento.

Además, la sentencia considera que el artículo 17 de los estatutos sociales de El Corte Inglés es una cláusula de limitación de la transmisibilidad de las acciones que no atiende a lo establecido en la Ley de Sociedades Anónimas, en cuanto a que los estatutos deben especificar las causas para denegarla.

Añade que, ante el deseo de César Areces de vender sus acciones en la compañía, El Corte Inglés tenía tres opciones: adquirirlas, ofrecerlas a los demás socios o permitir que el socio las transmita libremente.

Por otro lado, incide en que el proceso seguido por el consejo de administración de El Corte Inglés ha sido "impecable", pero resalta que esto "no significa que el valor fijado por el auditor de cuentas asignado por él haya de ser incontestable".

El Corte Inglés ofrecía 35 millones de euros por el 0,69% del capital social en manos de César Areces Fuentes, a razón de 74,9 euros por cada título de seis euros de valor nominal, y 749,3 euros por cada uno de 60 euros de valor nominal.

15.4.07

Os 10 divórcios mais caros

A revista Forbes listou os divórcios mais caros do mundo do show business:

#10. Mick Jagger & Jerry Hall
Valor do acordo: $15 a $25 milhões de dólares
Envolvendo o cantor dos Rolling Stones e a modelo texana. Tiveram duas crianças antes do casamento em 1990. O divórcio ocorreu em 1999, depois da notícia que Jagger era pai de uma criança de uma modelo brasileira. A riqueza de Jagger era de $325 milhões na época.

#9. Lionel & Diane Richie
Valor do acordo: $20 milhões de dólares
Richie tinha 36 anos e era casado quando encontrou uma dancarina nas Olimpiadas de 1984. Ele divorciou de sua esposa em 1993 e casou em 1996. Acabou em 2004

#8. Michael & Diandra Douglas
Valor do acordo: $45 milhões de dólares
Douglas conheceu Diandra, então com 19 anos, em 1977. Casaram seis semanas depois. Durante o casamento Douglas participou de grandes filmes, como Atração Fatal e Wall Street. O divórcio aconteceu em 1998. Além do dinheiro, Diandra levou casas em Beverly Hills e Majorca.

#7. James Cameron & Linda Hamilton
Valor do acordo: $50 milhões de dólares
O casamento do diretor de Titanic e da atriz de O Exterminador ocorreu em julho de 1997. Tiveram uma filha juntos.

#6. Paul McCartney & Heather Mills
Acordo pendente: possivelmente mais de $60 milhões de dólares
Em 2002 Paul encontrou a modelo ativista de 30 anos. Em 2006, depois de um filho juntos, começou o processo de divórcio. Paul tem uma riqueza de mais de 700 milhões de dólares

#5. Kevin Costner & Cindy Silva
Valor do acordo: $80 milhões de dólares
Encontraram em 1978 e ficaram casados 16 anos.

#4. Harrison Ford & Melissa Mathison
Valor do acordo: $85 milhões de dólares
Encontraram em 1977 e casaram em 1983. Seis anos mais tarde, Ford tornou-se um dos atores mais bem pagos. O divorcio chegou em 2004.

#3. Steven Spielberg & Amy Irving
Valor do acordo: $100 milhões de dólares
Casaram em 1985. Divorciaram 4 anos depois. Ela casou-se com um brasileiro. Ele tem hoje mais de 3 bilhões

#2. Neil Diamond & Marcia Murphey
Valor do acordo: $150 milhões de dólares
O cantor casou com uma assistente de produção em 1969. Depois de 25 anos, Márcia pediu divórcio em 1994. Ele disse que ela “valeu cada centavo” do divórcio.

#1. Michael & Juanita Jordan
Acordo pendente: Possivelmente mais de $150 milhões de dólares
O astro do basquete casou em 1989.

13.4.07

Dow Chemical demite executivos que estariam negociando sua venda

Um caso interessante de conflitos de executivos quanto a venda de uma empresa. Publicado no Wall Street Journal:

Dow Chemical demite executivos que estariam negociando sua venda
April 13, 2007
Por Jeffrey Ball, Dennis K. Berman e Joann S. Lublin
The Wall Street Journal

A pista chegou num telefonema terça-feira.

O presidente da Dow Chemical Co., Andrew Liveris, ficou chocado ao ouvir o que o interlocutor, uma pessoa de sua confiança, tinha a informar. Dois executivos do alto escalão da empresa — ambos vetereanos da Dow — estavam negociando com investidores do Omã a venda da empresa de 110 anos, segundo uma pessoa a par da ligação.

Só que o resto do conselho não havia autorizado as negociações, diz a Dow.

Ontem, a empresa agiu rapidamente. Ela demitiu os dois — o consultor sênior J. Pedro Reinhard, brasileiro que integrava o conselho e já foi diretor financeiro da empresa, e Romeo Kreinberg, diretor executivo. A empresa disse que tomou a atitude "com o total apoio do conselho".

Reinhard e Kreinberg estavam negociando sem autorização sua adesão a um grupo que compraria a Dow, a maior fabricante de químicos dos EUA, com receita de quase US$ 50 bilhões em 2006, segundo uma pessoa familiarizada com a visão da empresa.

(...)
Como os responsáveis pelas decisões quanto a aquisições, os integrantes dos conselhos e da diretoria são empurrados cada vez mais para posições difíceis. Muitas vezes os diretores são recrutados por possíveis compradores, que obviamente querem aproveitar a sua expertise e conexões com a atual diretoria. E os compradores podem oferecer uma boa quantia, que geralmente vem na forma de uma participação que pode ser avaliada e até 1% ou 2% de uma empresa do tamanho da Dow. (...)

— Susan Warren colaborou para este artigo.

11.4.07

Correção

Com respeito a postagem sobre o Laudo recebo um e-mail do Pedro Afonso Gomes indicando um erro meu:

Naturalmente que não!

Os 10% do valor são honorários advocatícios, que devem estar mencionados na sentença.

Não se incluem honorários de perito na condenação, exceto o ressarcimento de honorários, nunca em percentual.

Saudações,

Pedro Afonso Gomes
Economista
Coordenador do Comitê de Perícias e Avaliações do CORECON/SP


Erro meu. Agradeço a contribuição.

10.4.07

Laudo contestado

Uma notícia no Valor Econômico de 10/abril:

Laudo contestado

A AmBev entrou com um recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ) - que foi admitido, mas ainda não julgado - e enviou uma denúncia ao Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Norte pedindo que o perito judicial que fez o laudo pericial para uma ação proposta pela ex-distribuidora da Antarctica em Natal, a Natalense Comercial de Bebidas, contra a AmBev seja investigado. O laudo teria a finalidade de calcular os prejuízos alegados pela Natalense em razão da quebra do contrato de distribuição. O contrato foi encerrado, como alega a Ambev no processo, porque a distribuidora teria uma dívida pendente de R$ 1 milhão. Rompido o contrato, a Natalense entrou com uma ação de indenização alegando quebra abrupta de contrato. O perito calculou a indenização em R$ 558 milhões, ou R$ 507 milhões mais honorários. A AmBev afirma que o perito é sócio do assistente técnico da ex-distribuidora em uma empresa de auditoria.


Cinquenta milhões para fazer um laudo!

7.4.07

Taxa de desconto em perpetuidade

Recebi um e-mail com a seguinte dúvida

gostaria de esclarecer uma dúvida, qual seria a melhor maneira de determinar a taxa de crescimento para período estável(para o modelo de fluxo de caixa descontado), isto é a taxa de perpetuidade, alguns autores sugerem que ela deva ficar próxima ao crescimento da economia(PIB, por exemplo), mas existe algum processo para tal estimação ?


Em primeiro lugar, é preciso que fique bem claro que o período estável nada mais é do que uma simplificação. A estimativa correta seria considerar todo o fluxo de caixa e sua respectiva taxa de desconto para cada período previsto de existência do projeto. O que se observou foi que na medida em que distanciamos no tempo o valor presente ficará cada vez mais reduzido. Por essa razão, utiliza-se a perpetuidade como uma forma de obter um número que não deveria ter muita relevância no valor final.

Um outro aspecto importante é que em situações de elevada taxa de desconto nos primeiros anos, como ocorre em países com elevado nível de risco, terá como conseqüência a necessidade do horizonte de tempo ser maior para que o valor da perpetuidade não seja significativo. Como a taxa de desconto está reduzindo no Brasil nos últimos anos - inclusive em virtude da redução do risco Brasil - para o mesmo horizonte de tempo a perpetuidade terá um impacto menor.

Em razão de um idéia antiga na economia - que os lucros supranormais não persistem no tempo - alguns autores consideram o crescimento da economia como um parâmetro razoável para o desconto do fluxo. Em certos setores, em lugar do crescimento da economia, poderia usar também o próprio crescimento da população.

Um outro aspecto que afeta a resposta da pergunta é a taxa usada durante os primeiros anos. Isso ficou muito claro na discussão sobre o relatório Stern do aquecimento global e a opção da taxa de desconto. (clique aqui para link).

Finalmente, um outro aspecto é o ponto de corte para considerar a perpetuidade. Quando o analista considera somente cinco anos, usar a taxa de crescimento da economia pode ser temeroso. Um horizonte maior, de quinze ou vinte anos, permite o uso dessa simplificação sem afetar a análise.

2.4.07

CVM, Ipiranga e Varig

Venda da Ipiranga e da Varig põe à prova ação da CVM
INVESTIGAÇÃO Nos dois casos, investidores lucraram com informações que vazaram antes do fechamento da transação
Irany Terez RIO
O Estado de São Paulo - 01/04/2007

Os casos recentes de compra da Ipiranga e da Nova Varig comprovaram que, no Brasil, o sigilo negocial encontra inúmeros caminhos para inconfidências. Em ambos os casos, a informação sobre a transação vazou, pelo menos, uma semana antes do fechamento do acordo. No primeiro caso, para privilegiados que lucraram milhões de reais na compra de ações do grupo Ipiranga na Bolsa de São Paulo. Quatro deles tiveram o dinheiro bloqueado, mas há indícios de que, no mínimo, outros 22 tenham usado a mesma artimanha. No segundo caso, a negociação da Gol com a Varig foi amplamente noticiada antes da batida do martelo.
Em 2006, segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), as operações de fusões e aquisições, reestruturações societárias e ofertas públicas totalizaram R$ 131,7 bilhões, o maior volume desde 2002. Não há, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), um balanço específico sobre os processos de "inside information", como é conhecido no mercado o uso de informação privilegiada. Mas o presidente da autarquia, Marcelo Trindade, estima que no Brasil os casos devem superar o volume contado na Inglaterra, onde pesquisa comprovou "inside" em um quarto dos negócios fechados.
Trindade está disposto a fazer do caso Ipiranga um emblema para a moralização do mercado. "Condutas como essa passaram a ser tipificadas como crime a partir de 2002. E a atuação que está sendo feita neste caso vai virar um padrão, para que a punição exemplar sirva para desestimular esta prática", afirma ele.
A punição vai de multa e desabilitação para atuação no mercado até prisão por cinco anos. Mas, mesmo que fique comprovado o crime no vazamento de informação no caso Ipiranga, ninguém chegará a ir para a cadeia. O procurador Sady Torres Filho, que coordena o grupo de Mercado de Capitais do Ministério Público Federal, que investiga o caso junto com a CVM, explica que o réu primário terá uma eventual condenação à prisão substituída por pena restritiva de direito. Renato Chaves, diretor de Participações da Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, atesta que o vazamento de informação é um problema crônico no mercado. "Falta um caso com punição exemplar para passar um recado de que irregularidades como estas não passarão em branco. Eu só lembro de uma punição por informação privilegiada, no caso da Copel", diz. A Previ é o maior investidor individual do País e responde por quase 5% de todo o dinheiro movimentado na Bovespa. O caso ao qual se refere Chaves é o do vazamento de informações durante o processo de privatização da Companhia Paranaense de Eletricidade (Copel), em 2001. Apesar de a venda não ter sido efetivada, a administradora de recursos Fator lucrou, durante o processo de negociação, com a compra e venda de ações, feitas a partir de informações de bastidores. Foi a primeira punição para este tipo de irregularidade na história financeira do País e a gestora foi condenada, em 2004, a pagar multa de R$ 600 mil. Seu principal executivo, Walter Appel, além da multa máxima prevista para pessoa física, R$ 500 mil, teve cassada a autorização para atuar no mercado.
No caso da Ipiranga, ainda não foram revelados os nomes dos suspeitos do uso de informação privilegiada. Sabe-se que um fundo de investimentos sediado no Estado americano de Delaware e um gerente executivo da Petrobrás estão sendo investigados. O gerente, que ocupava um cargo de confiança na BR Distribuidora, subsidiária da estatal, foi afastado para responder a uma auditoria interna na empresa. Nos corredores da estatal, há rumores de que outros funcionários também tenham aplicado em ações da Ipiranga na semana que antecedeu o fechamento do negócio. Trindade acredita que, mesmo que não seja efetivada nenhuma prisão, o caso já criou um novo padrão de fiscalização. "A condenação administrativa dói muito. E a rapidez com que estão sendo tomadas as medidas vai inibir novos casos." Ele diz que a multa pode chegar a três vezes o ganho obtido com a operação ou a R$ 500 mil.

1.4.07

A questão da Telebrás

Na semana o ministro das Comunicações afirmou que "a Telebrás foi vendida a preço de banana". Bobagem. Para o especialista Ethevaldo Siqueira (colunista do Estado de S. Paulo, na edição de 1/4/2007) "a Telebrás foi vendida pelo preço mais elevado entre todas as grandes operadoras do setor privatizadas no mundo na década dos 1990".

Na realidade o governo vendeu 19% do capital da Telebrás, o que significava o controle da empresa. Logo após a privatização ocorreu a crise da Rússia. Ou seja, o momento da privatização foi ideal, quando existiam investidores interessados. Para se ter uma idéia, a Embratel foi revendida para Telmex por um terço do que foi pago na privatização.

O governo recebeu 22 bilhões de reais e nos anos seguintes os novos controladores investiram 135 bilhões de reais, aumentando no número de acessos telefônicos em 500%, segundo dados de Siqueira.

O Ministro criticou o faturamento de 100 bilhões de reais das teles, mas esqueceu que 40 bilhões são impostos.

Enquanto isto, a Folha de S. Paulo de 31/3/2007 informa sobre o desempenho da Telebrás. É isso mesmo, a Telebrás ainda está viva, com 263 funcionários e prejuízo de 260 milhões de reais (quase 1 milhão por funcionário). A justificativa para tal desempenho é, advinhe, a privatização que ocorreu há uma década:

"Esse resultado é fruto do processo de privatização, da privataria", afirma o atual presidente da estatal, Jorge da Motta e Silva. Segundo ele, quando as concessionárias de telefonia fixa foram vendidas, o valor das dívidas deveria ter sido abatido do preço, ou então o governo deveria ter providenciado um fundo só para isso.

A Telebrás é ré em 812 ações (441 trabalhistas, 370 cíveis e uma tributária). Essas ações representam um risco potencial total de R$ 257 milhões. "Isso é o esqueleto da privatização", diz Motta e Silva. Desse total, R$ 175 milhões são considerados riscos prováveis, R$ 48 milhões são riscos possíveis e R$ 34 milhões são riscos remotos.