27.1.09

Risco Brasil

A mensuração do risco de um país foi atentamente acompanhada até o momento que o Brasil recebeu uma nota melhor da agência de risco. Mas nos últimos meses não percebi uma análise sobre o efeito da crise no risco dos países.

Neste endereço (Country Default Risk Continues to Rise) uma análise deste índice foi realizada através do preço do CDS para dívida externa. Este índice mediria o custo de proteger uma dívida de 38 países no mundo no valor de 10 mil dólares por cinco anos.

Os piores países são Argentina e Venezuela (países que o contribuinte brasileiro gosta de investir, através do governo brasileiro). Depois Islândia, Cazaquistão, Rússia e Egito. O Brasil está em 16º. Lugar (de um total de 38, ou seja, próximo da metade.

No começo de 2008 o custo de um seguro de uma dívida externa brasileira de 10 mil dólares era de 103 dólares. No final de 2008 era de 298 dólares. Agora já é de 355 dólares. Ou seja, o risco do Brasil aumentou, mesmo sabendo que a crise é uma marolinha.

Veja o gráfico a seguir (Clique na imagem para ver melhor).

23.1.09

O valor da participação minoritária

Há alguns meses estou acompanhando o caso do litígio envolvendo a rede de comércio espanhola El Corte Inglés. Este interesse decorre de alguns fatos associados ao caso.

Em primeiro lugar, um dos lados tem como assessor o professor Pablo Fernandez. Em minha opinião, Fernandez é um dos grandes autores na área de avaliação. Sua demonstração de que os métodos de avaliação se equivalem é fundamental para aquele que deseja estudar a avaliação de empresas a sério. (Ele demonstra que partindo dos mesmos supostos o resultado é o mesmo se você usar EVA ou o fluxo de caixa descontado).

Em segundo lugar, a discussão sobre o quanto vale uma ação de minoritário numa grande empresa de capital fechado é sempre interessante. Ademais, a questão torna-se mais instigante quando a justiça age como se não conhecesse os fundamentos básicos de finanças e economia.

Finalmente, a grande divergência nos valores torna a questão mais apaixonante.

A seguir, reproduzo um texto que mostra que a questão foi resolvida com um acordo envolvendo valores entre o que foi estimado pelos dois lados.


Economía/Legal.- (Ampl.) El Corte Inglés llega a un acuerdo con Areces y le paga algo más de 50 millones por su 0,68%
21 January 2009
Europa Press - Servicio Nacional
MADRID, 21 (EUROPA PRESS)

El Corte Inglés ha llegado a un acuerdo extrajudicial con el sobrino de Isidoro Álvarez y accionista de la compañía César Areces para pagarle algo más de 50 millones de euros por su participación del 0,68%, lo que pone punto y final al litigio que mantenía en los tribunales desde 2006 por el precio de las acciones, según confirmaron ambas partes implicadas a Europa Press.

El gigante distribuidor desembolsará finalmente una cifra que está más cerca de los 37,2 millones de euros ofrecidos incicialmente por la cadena distribuidora que de los 98,5 millones de euros que pedía César Areces. El acuerdo se firmó el pasado mes de diciembre, tras cuatro meses de negociaciones.
De esta manera, finaliza el litigio por el precio de los títulos de El Corte Inglés que comenzó el diciembre de 2005 y que desembocó en los tribunales en junio de 2006.
Fuentes próximas a la compañía explicaron que la operación se ha hecho tomando como referencia el valor teórico contable que tiene actualmente la empresa, de acuerdo con las últimas cuentas aprobadas en la junta de accionistas del pasado mes de agosto. Además, las mismas fuentes consideraron que el acuerdo "está en la línea de las decisiones judiciales que resultaron favorables a este criterio".

Sin embargo, el bufete Jiménez de Parga que defiende a los hermanos Arces, aseguró en un comunicado que el precio de la venta se encuentra en una "horquilla de entre 50 y 60 millones" y que fue "pactado libremente entre las partes" sin tomar uno de los dos métodos contables aplicados para valorar los títulos de la compañía.
El acuerdo estuvo motivado "no por cuestiones judiciales, sino por la situación financiera compleja" que atraviesa César Areces, afectado por la actual crisis internacional, según explicó el bufete barcelonés.

Los jueces no lograron determinar la valoración del precio de las acciones de El Corte Inglés, que ofrecía incialmente a Areces 37,2 millones de euros por su 0,68% basándose en el método del cálculo del activo neto real. El demandante solicitaba 98,5 millones de euros por su participación bajo el método de flujos de caja descontados.

En abril de 2007, la titular del Juzgado de lo Mercantil número 3 de Madrid, Miriam Iglesias, dictó sentencia a favor de César Areces y obligó a abonar los 98,5 millones de euros a la compañía, que presentó recurso contra la sentencia ante la Audiencia Provincial de Madrid.

El 29 de julio de 2007, la Audiencia Provincial de Madrid estimó el recurso de apelación presentado por El Corte Inglés y ordenó revocar la sentencia anterior.
El dictamen advertía de que "tampoco el tribunal dispone de los elementos necesarios para fijar el valor en su resolución", y que "la sala no encuentra en las actuaciones elementos fiables suficientes para fijar cuál es el valor real de las acciones".

El tribunal no admitió ninguna de las dos valoraciones planteadas por las partes, pero tampoco designó a un tercero para fijar el valor real de las acciones, lo que se interpretó como una llamada a la negociación, según fuentes jurídicas cercanas al caso consultadas por Europa Press. Ni los demandantes ni la empresa llegaron a recurrir la sentencia ante el Tribunal Supremo.

PENDIENTE DEMANDA DE LOS HERMANOS ARECES

Por otro lado, aún queda pendiente de resolución judicial la petición similar de los otros tres hermanos de César, Ramón, Rosario y María Jesús Areces Fuentes, que por el momento no se plantean negociar con la compañía y que seguirán defendiendo la venta de sus acciones a valor de 2005, según informó Jiménez de Parga, que también ejerce su defensa.

La resolución de esta demanda podría no ser similar al de César Areces, ya que éste presentó su petición de venta de acciones en marzo de 2005, mientras que sus hermanos lo hicieron en diciembre de 2005, después de que en agosto la junta general de accionistas cambiara el artículo 17 de los estatutos para permitir que un auditor elegido por el consejo realizar a la valoración en lugar de uno independiente.
El pasado 13 de julio, cuatro días antes de la resolución de este recurso, el titular del Juzgado de lo Mercantil número 7 de Madrid, Andrés Sánchez Magro, dio la razón a El Corte Inglés frente a la demanda de los otros tres hermanos Areces Fuentes.

El fallo obligó a los Areces a vender una participación conjunta del 2,04% a la empresa por un importe total de unos 16,5 millones de euros, frente a los 40,6 millones de euros que pedían los demandantes. Esta sentencia está recurrida ante la Audiencia Provincial y pendiente de resolución.

El Corte Inglés aportó el informe de valoración de la empresa realizada por el catedrático de economía financiera y contabilidad de la Universidad Autónoma de Madrid, Leandro Cañibano, y apoyada por el auditor Antonio González Angulo. La defensa de la empresa corrió a cargo del decano del Colegio de Abogados de Madrid (ICAM), Antonio Hernández-Gil.

Por su parte, los hermanos Areces aportaron la valoración elaborada por los profesores del IESE, Pablo Fernández y José Manuel Campà y el informe elaborado por la empresa auditora Mazars y firmando por el profesor Ignacio Casanova.

19.1.09

Horror

A tabela a seguir mostra o efeito da crise em algumas das empresas e bancos. Na primeira coluna, o nome da empresa; na segunda, o preço da ação recente. O preço da ação em 23 de maio de 2007 está na coluna seguinte. O valor de mercado atual segue na quarta coluna. O declínio do valor de mercado na última coluna.

A soma da última coluna resulta em 1 trilhão de dólares de valor de mercado, sendo metade disto com o Citi, AIG e Bank of America.

16.1.09

Marca

O texto a seguir procura mostra que com a Lei 11.638 teremos finalmente o reconhecimento de Marcas nos Balanços. Entretanto isto não é verdadeiro já que a lei só em casos específicos, definido na própria lei. O destaque, no texto reproduzido abaixo, é para mostrar onde as afirmações pecam em exagero.

Marcas valem o quanto pesam
VINICIUS MEDEIROS
6 January 2009
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro

Nos processos de fusão e aquisição, o peso das marcas vai além da definição de nomes e logotipos que serão extintos, mantidos ou anexados. O que fazer com as marcas é também uma questão financeira: em vigor desde janeiro do ano passado, a Lei 11.638, que provocou transformações importantes nos balanços contábeis das empresas, incluiu os ativos intangíveis, como marcas, patentes e direitos autorais, entre os ativos permanentes das organizações. Segundo especialistas em construção e avaliação de marcas, a alteração foi salutar e finalmente reconheceu de forma devida a importância econômica das marcas para as companhias. Mais ainda, para eles, a nova legislação também as aproximou do verdadeiro valor de mercado.

A nova lei trouxe muitas mudanças e, num primeiro momento, levantou muitas dúvidas e críticas. As principais alterações foram nas demonstrações contábeis, especialmente na estrutura do balanço patrimonial e no critério de avaliação das contas patrimoniais. Mais ainda, ela adequou as normas brasileiras às condutas internacionais — antes se seguia o padrão norte-americano — o que, para Comissão de Valores Mobiliários (CVM), permitirá o acesso das empresas brasileiras a capitais externos a custo e taxas de risco menores.

Inseridos na estrutura do balanço patrimonial, ativos intangíveis como marcas e patentes passaram a ser contabilizados entre os ativos permanentes. Segundo José Roberto Martins, consultor especializado em construção de marcas e coordenador do MBA em branding da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) a mudança reflete com mais precisão o verdadeiro papel das marcas para as empresas.

“A nova lei ressalta a importância dos ativos intangíveis, o que antes não acontecia. A avaliação das marcas era feita sem viés econômico. Avaliava-se apenas o aspecto contábil, em que os custos inerentes a estes bens também eram levados em conta”, explica.

Para Martins, a lei aproxima a marca de sua verdadeira avaliação de mercado. “O valor de um ativo intangível definitivamente não pode ser medido a partir de seu custo. Com a nova lei, a marca passa a estar mais próxima do seu verdadeiro reconhecimento de mercado. A troca por uma avaliação econômica, em detrimento de uma meramente contábil, é mais próxima da realidade”, avalia. (...)

14.1.09

O indicador do Super-Bowl

Este é um indicador que acerta 79% das vezes o que deve ocorrer com o mercado acionário ao longo do ano. É também um bom exemplo da existência de correlação espúria (ou seja, correlação sem nenhum sentido teórico). No caso, o resultado do Super-bowl conseguiu acertar 33 das 42 vezes. Mas errou em 2008, a exemplo de inúmeros economistas.

E a previsão para este é que o mercado deverá crescer.

Veja mais aqui

O peso acadêmico no escândalo

(...) Satyam tinha como diretor K.G. Palepu, um professor da Harvard Business School(...)

Satyam's wake-up call for corporate India
Sandeep Parekh - 12/01/2009 - Financial Times - Asia Ed1 – 07


Palepu é co-autor de Business Analysis & Valuation, presente na minha estante.

12.1.09

Avaliação do BRB

Avaliação do BRB gera polêmica
07/01/2009
Gazeta Mercantil

A polêmica começa a cercar o processo de venda do Banco de Brasília (BRB) para o Banco do Brasil, a ser realizada no primeiro semestre. Os debates envolvem o preço da negociação, que teria sido estipulado em R$ 800 milhões, conforme a primeira avaliação que está prestes a ser concluída. O Governo do Distrito Federal (GDF) demonstra descontentamento e quer preço maior, de pelo menos R$ 1,2 bilhão. E foi justamente a divulgação extra-oficial do preço de referência do banco brasiliense que causou uma reação negativa do GDF. O governador, José Roberto Arruda, teria considerado o valor baixo, na avaliação feita pela Ernst & Young, consultoria contratada pelo próprio governo para definir o preço do banco. (...)

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ayr Aliski)


Os valores apresentados pelas empresas de consultoria costumam ser um preço mínimo. O governo do DF deveria tentar aquecer a disputa pelo BRB, em lugar de brigar com a estimativa. Outra questão diz respeito ao momento, que deve ter afetado o valor estimado no negocio. Por um lado, é conhecimento de todos que o mercado não é propicio para venda (neste caso, o governo do DF perdeu timing). Por outro lado, existe um grande desejo do BB de retomar o posto de “maior banco”.