6.11.21

Valor de um livro

Um vídeo da Forbes analisa o valor de um livro. No caso, um manuscrito de Leonardo da Vinci. Em 3:30 um especialista comenta algumas das variáveis que podem determinar o valor, resumida por ele em "o que temos em mãos". Logo a seguir, em 5:20, surge o valor de 50 milhões de dólares (foi vendido por um pouco menos de 30 milhões para Bill Gates), chamado de Valor Justo. Mas com a ressalva de que só saberemos o valor quando for a leilão. Mas seria inferior ao valor de um pintura de Da Vinci, pois um quadro seria mais raro. 

20.6.21

Valor das Propagandas em Filmes

A relação entre propaganda e filme é bem interessante. Veja um texto onde esta relação é explorada:

Um equívoco frequente é que todas as marcas pagam uma fortuna para aparecer na tela prateada. Em alguns casos, isso certamente é verdade: 

  • Harley-Davidson pagou US $ 10 milhões para exibir sua motocicleta elétrica no Vingadores: Era de Ultron (2015). 
  • Heineken desembolsou um estimado US $ 45 milhões por 7 segundos de tempo de tela no filme de James Bond Skyfall (2012). 
  • BMW gastou aproximadamente $ 110m para fornecer carros para GoldenEye (1995), Tomorrow Never Dies (1997) e The World is not Enough (1999). A Aston Martin superou com um $ 140m  para Die another Day (2002). 
  • Mais de 100 marcas (incluindo Gillette, Nokia e Carl's Junior) ofereceram um combinado $ 160m para ser destaque Homem de aço (2013). 

A lógica desses arranjos é simples: os filmes são muito caros. 

Em média, um grande filme de estúdio custos ao redor US $ 65 milhões para produzir, não incluindo marketing e distribuição. O maior pedaço disso é geral custos de produção, que incluem cenografia, adereços e guarda-roupa. 

Para filmes de ação, o orçamento de suporte sozinho pode se estender aos milhões. 

A franquia Velozes e Furiosos, por exemplo destruiu um total de 1.487 carros nos seus 7 primeiros filmes. Mesmo com uma estimativa modesta de US $ 20 mil / carro, isso equivale a US $ 30 milhões nos custos de suporte. (...)

(...) As colocações de filmes valem a pena? 

Dominic Artzrouni é o fundador da Concave Brand Tracking, uma empresa que oferece análises detalhadas sobre o desempenho das colocações de produtos em filmes. 

Artzrouni fornece a marcas como Dell dados sobre o tempo de tela, discernibilidade, visibilidade do logotipo, contexto (localização, associações) e - o mais importante - o valor eles derivam de seus estágios. 

O processo de determinação desse valor é complexo e variado, mas Artzrouni diz que pode ser simplificado em uma fórmula básica : 

(Exposição na tela) x (Visualização) x (Custo dos comerciais de TV) 

Não é uma ciência exata, mas gera uma quantia aproximada em dólares que equivale à colocação de um filme de marca ao valor que derivaria dos comerciais tradicionais de TV. 

A cada ano, ele publica uma lista das marcas que obtiveram o maior valor dos canais de produtos. 

Em 2020, a marca principal - a fabricante britânica de roupas e calçados Lonsdale - gerou uma estimativa US $ 16,5 milhões de seus mais de 16 minutos de tempo de duração The Gentlemen.



15.4.21

Marca de um pais

Anteriormente mostramos que um país pode, através de uma boa política e sorte, administrar sua marca. Esta marca pode ajudar no turismo, nos investimentos e nos produtos nacionais que são consumidos no mundo. Além disto, uma boa marca, pode atrair talentos ou impedir que talentos saiam do país. 

As empresas sabem disto. Veja o caso da Ikea. Com cores amarelo e azul, a Ikea é uma empresa sueca. Este país tem uma bandeira com as cores amarelo e azul. 

Tem um erro aqui. A Ikea tem sede na Holanda, embora procure fazer uma associação com a Suécia. Veja o caso da Apple. Esta empresa fabrica seus produtos na China e outros países da Ásia. Assim, não pode indicar que seu produto é Made in US. Em lugar disto, a Apple diz que o produto foi "projetado na Califórnia". Sútil, mas indica como a marca do país é relevante. Ou então o caso da Tag, uma empresa de relógio, com o seguinte logo:


Com base nisto, a Brand Finance decidiu, há anos, mensurar o valor da marca dos países do mundo. O relatório de 2020 mostra o efeito da pandemia. Segundo a Brand, a marca país perdeu US$13 trilhões de valor. Os Estados Unidos continua sendo a marca de nação mais valiosa - o tamanho do país ajuda nisto. Mas a China continua chegando próximo. E entre os principais países, em 2020 somente a Irlanda teve uma variação positiva. E nossos irmãos, a Argentina, perdeu 57% da marca. 

A relação das maiores marcas é a seguinte:


O Brasil melhorou em relação ao ano anterior. É a marca país em 16o. lugar no mundo. Mas chegou a ser 11o. em 2015, provavelmente reflexo das Olimpíadas e da Copa do Mundo. Mas a recessão e a instabilidade política reduziu a posição do país para 18o. em 2016. 

Metodologia - Assim como no caso da mensuração de marcas das empresas, a Brand apresenta um panorama geral de como mensura a marca de cada país, sem revelar detalhes. É um misto de tamanho da economia, taxa de desconto do mercado e reputação. Sobre a reputação, a Brand calcula o índice de Poder Soft. Esta é a parte mais interessante da metodologia, na minha visão. Segundo a Brand, este índice é a capacidade do país em influenciar os atores internacionais. Isto inclui estados, corporações e pessoas. Em outras palavras, o Soft Power não é o tanque, mas a música que o país faz. 

Este poder é importante por reter/atrair talentos, por incentivar o turismo, atrair investimentos ou exercer influencia política. Isto afeta a marca. A Rússia é um país com um imenso poder político e militar. Mas seu Soft Power é menor. O Canadá não tem uma presença militar expressiva, mas seu Soft Power é grande. Isto está expresso no gráfico a seguir:



6.4.21

Carga Tributária

Com dados da Economática, coletei o lucro antes de imposto de renda das empresas e a despesa de imposto de renda. Da amostra retirei as empresas com prejuízo e empresas onde os dados não estavam disponíveis ou apareciam "zero". O número de empresas caiu para 330 no último ano e 340 em 2016. 

Mas este o valor da média e esta influenciado pelos extremos. Se em lugar usar a mediana, o valor fica mais próximo da alíquota que está ocorrendo na prática. Eis o resultado:

A carga caiu de 25% (2016 e 2017) para 23% (2018 a 2020). Esta seria a alíquota praticada, na mediana, no país.


30.3.21

Ambiente e avaliação

 

Um dos desafios da avaliação de empresas é levar em consideração na estimativa de valor o impacto ambiental. Como um tipo de risco qualquer, a questão ambiental pode ser inserida na análise na taxa de desconto ou no fluxo de caixa. 

Na segunda forma, no fluxo de caixa, o avaliador pode reduzir o montante que será gerado pela empresa. Mas esta não é a única forma. Avaliando a empresa pelo equivalente caixa, o analista pode estimar o fluxo de caixa com uma taxa sem risco e sobre o valor multiplicar um equivalente certeza de caixa. Para refletir a questão ambiental, este equivalente - usualmente menor que 1 - deve ser inferior ao que seria calculado em uma situação normal. 

A primeira forma é considerar a análise através da taxa de desconto. A obra de Mario Massari, Gianfranco Gianfrate e Laura Zanetti apresenta um exemplo do beta carbono. Geralmente o custo de oportunidade do capital próprio é estimado através de modelos como o CAPM. O que o analista faz é acrescentar um adicional pela emissão de carbono. 

Vejamos um exemplo construído pelos autores, onde o beta carbono é incorporado ao custo do capital próprio dado pelo CAPM. A taxa de desconto deste modelo seria:

Kec = Rf + Be (Rm - Rf) + Bc (Rc - Rf)

onde Kec = custo do capital próprio considerando o carbono, Rf = taxa sem risco, Rm = retorno do mercado, Bm = beta da empresa, Bc = beta carbono, Rc = retorno do carbono. 

A segunda parte da equação é que seria a "novidade" do cálculo. No exemplo do livro Corporate Valuation, de Massari, Gianfrate e Zanetti, os autores usaram um trabalho de 2013, de Koch e Bassen, onde estimaram os parâmetros. 

Exemplo

Rc = 9% (segundo Koch e Bassen, 2013)

Rf = 1,5% (média de títulos alemães de 10 anos)

Bm = 0,654

Rm - Rf = 5% (retorno de empresas europeias)

Rc - Rf = 9% - 1,5% = 7,5%

Bc = 0,034 (beta de empresas europeias com elevada emissão, oriundo de Koch e Bassen)

Com estes parâmetros, basta substituir na fórmula

Kec = 1,5% + 0,654 x 5% + 0,034 x 7,5% = 5,02%

A estimativa tradicional seria

Kec = 1,5% + 0,654 x 5% = 4,77%

Parece pouco, mas veja que se o fluxo de caixa for de $100 milhões a diferença seria:

100 / 0,052 = 1.923

versus

100 / 0,0477 = 2.096

Um adicional de 173 a menos no valor. Como a estimativa de Koch e Bassen foi realizada com dados passados, seus valores de beta estariam subestimados. 

(Foto: aqui)

25.3.21

Para sua próxima reunião de negócios

 

Apresentação da aquisição do Big pelo Carrefour. 

16.2.21

Valor e Preço


De Damodaran:

O valor, como argumentei, é uma função dos fluxos de caixa, crescimento e risco, refletindo a qualidade do modelo de negócios de uma empresa. O preço é determinado pela demanda e pela oferta, onde, além de, ou talvez até opressor, fundamentos, você tem humor, ímpeto e vingança (...) jogados na mistura. Uma vez que os dois processos são impulsionados por forças diferentes, não há garantia de que os dois produzirão o mesmo número para um investimento ou empresa em um determinado momento:

Simplificando, você pode ter o preço maior do que o valor (supervalorizado), menor do que o valor (subvalorizado) ou aproximadamente o mesmo (razoavelmente valorizado). O último cenário é aquele em que os mercados são razoavelmente eficientes e, nesse cenário, os dois processos não vazam um para o outro. Em termos de especificações, quando o valor de uma ação é aproximadamente igual ao seu preço.

Foto: aqui