31.12.06

Problemas de avaliar empresas de rápido crescimento


Num artigo publicado hoje no NY Times, Mark Hulbert comenta uma nova forma de avaliar uma empresa em rápido crescimento.

Tradicionalmente utilizamos para essas empresas o método da avaliação relativa. Esse método nem sempre apresenta uma avaliação justa para uma empresa. Um pressuposto importante nesse tipo de avaliação é o crescimento da receita. E geralmente as suposições de crescimento podem ser exageradas.

O novo método foi proposto por Andrew Metrick, da University of Pennsylvania, no livro “Venture Capital and the Finance of Innovation” (Wiley & Sons, 2006). Recebeu o nome de batismo de “reality check model”.

Para chegar a uma suposição real de uma nova empresa, o novo método avalia a taxa de crescimento das receitas de outras empresas do setor depois de se tornarem abertas. Assume-se, então, que a receita irá crescer numa determinada proporção dessa receita. Com essas e outras suposições, o método calcula o valor presenta dos fluxos futuros das novas empresas.

20.12.06

Coca-Cola e Sucos 2


Ainda do Estado de S. Paulo de hoje

Preocupação com saúde muda setor de refrigerantes

A compra da Sucos del Valle revela uma nova era na indústria de bebidas. Todos os grandes fabricantes, para compensar a estagnação das vendas de refrigerantes - um fenômeno mundial -, estão ampliando seu portfólio com produtos mais saudáveis.

No Brasil, o mercado de refrigerantes, que gira em torno de 8 bilhões de litros por ano, cresceu apenas 1% de janeiro a junho na comparação com o mesmo período de 2005. Já o mercado de sucos prontos, estimado em 226 milhões de litros por ano, cresceu 12% no mesmo período, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não-Alcoólicas (ABIR).

Em levantamento global sobre a expansão do mercado de bebidas não-alcoólicas, realizado pela ACNielsen e que considerou 58 categorias, os sucos apresentam o maior crescimento também em valor entre todas as bebidas analisadas.

A busca de uma vida mais saudável motivou as grandes companhias de bebidas, como Pepsi e Coca-Cola, a incrementarem sua oferta de bebidas como chás em diversas combinações, águas com sabores, isotônicos, bebidas à base de soja e sucos prontos para beber. Recentemente, por exemplo, a Coca-Cola anunciou que irá lançar nos EUA uma bebida feita à base de chá verde que ajuda na queima de calorias. Trata-se de um carbonatado com cafeína que acelera o metabolismo e ajuda na queima de calorias.

No Brasil, a Sucos Del Valle manteve a liderança no segmento de sucos prontos para beber desde que entrou no mercado brasileiro, em 1999. Seu sucesso motivou a Coca-Cola a adquirir em 2005 a Sucos Mais, então pertencente ao Grupo Montesanto Tavares. A compra foi avaliada pela Secretaria de Acompanhamento Econômico por temer concentração de mercado.

Coca Cola e Sucos Del Valle


Do Estado de S. Paulo de hoje:

Coca-Cola e Femsa fecham acordo para a compra da Sucos del Valle

As empresas pagam US$ 380 milhões pela companhia, que deverá se unir à Sucos Mais no Brasil

Marili Ribeiro

A Coca-Cola e a Femsa (que é engarrafadora da Coca e dona da cervejaria Kaiser) anunciaram ontem um acordo para a compra da mexicana Sucos del Valle. Segunda maior produtora de sucos do México, a empresa é líder no mercado brasileiro. Segundo o Estado apurou, a etapa seguinte da negociação seria a união da filial da Sucos del Valle no Brasil com a Sucos Mais, que pertence à Coca-Cola.

O anúncio do acordo para a aquisição de 100% das ações foi feito ontem à tarde no México, onde fica a sede da Sucos del Valle. Segundo comunicado divulgado pela Coca-Cola e pela Femsa, a aquisição deve sair por US$ 380 milhões. O valor total da Sucos del Valle é estimado em US$ 470 milhões, mas a empresa tem US$ 90 milhões em dívidas que serão abatidas na compra. Outros débitos que aparecerem até o fechamento do negócio serão descontados do valor da empresa.

A Sucos del Valle faturou US$ 440 milhões nos últimos 12 meses até setembro passado. Segundo fontes ligados ao negócio, a Femsa pretende vender parte de sua participação na filial brasileira da Sucos del Valle para outros engarrafadores de Coca-Cola. A Coca-Cola ficaria com 50% da empresa e a outra metade seria dividida entre a Femsa e outros 16 engarrafadores do refrigerante no Brasil. A Femsa ficaria com cerca de 17% do capital total.

Um esquema parecido está sendo negociado na Sucos Mais, comprada pela Coca em agosto de 2005, por R$ 110 milhões. A negociação prevê que a Coca também venda 50% da empresa para os engarrafadores. A participação acionária dos engarrafadores de Coca seria parecida com a da Sucos del Valle.

Ao final do processo, as operações da Sucos del Valle seriam unificadas com a Sucos Mais. A empresa teria três linhas de produtos: a Sucos del Valle, mais sofisticada, a Minute Maid e a Kapo, para crianças. Hoje, a Minute Maid e a Kapo pertencem à Sucos Mais.

CADE

O problema da união das operações no Brasil, segundo uma fonte que acompanha esse mercado, seria o risco de o negócio ser barrado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica da Concorrência (Cade). Hoje, a Sucos del Valle tem entre 26% do mercado. A participação da Sucos Mais, incluindo as marcas Minute Maid e Kapo fica por volta de 16%. O resultado é que as duas empresas juntas teriam 42% do mercado.

No México, a compra da Sucos del Valle pela Coca e pela Femsa também terá de ser analisada pelos órgãos que regulamentam a competição de mercado.

PEPSI

A compra da Sucos del Valle foi motivo de disputa entre os rivais históricos, Coca-Cola e Pepsi. As duas empresas esbarravam, porém, nas dificuldades de negociação com a família Albarran, dona da Sucos del Valle. A disputa só foi decidida quando os mexicanos da Femsa se entenderam com os conterrâneos. A Pepsi foi batida pela Coca na briga, mas continua líder mundial no mercado de sucos com a marca Tropicana.

Ao sugerir a participação do engarrafadores no negócio, a Coca-Cola planeja implementar sua estratégia global de ampliar o portfólio de bebidas não carbonatadas, como chás, águas, isotônicos e energéticos, que hoje correspondem a apenas cerca de 5% do faturamento da companhia, mas tem grande potencial de crescimento, em especial por conta da onda de consumo mais saudável.

No anúncio oficial das empresas, o presidente da Coca-Cola para América Latina, José Octávio Reyes, reforça que a intenção da companhia é beneficiar os fabricantes nas regiões onde a Sucos del Valle está presente. 'Queremos maximizar o potencial de crescimento que esta aquisição apresenta para nós', disse ele.

Já o presidente da Femsa, Carlos Salázar, vê na joint-venture anunciada uma oportunidade de crescimento para os fabricantes de Coca na região, uma vez que o mercado de sucos está crescendo a um ritmo três vezes mais rápido do que outras bebidas não alcoólicas. As margens de lucro na venda de refrigerantes tem caído, o que explica o crescente interesse dos engarrafadores por outras bebidas.

O dinheiro para a compra da filial brasileira da Sucos del Valle deve sair dos cofres da própria Coca-Cola do Brasil. Já a Femsa é a maior engarrafadora internacional da Coca-Cola, responsável por uma em cada dez garrafas da bebida produzidas e distribuídas em todo o mundo.

QUEM É QUEM

SUCOS DEL VALLE: No Brasil, a empresa é líder em sucos prontos, com cerca de 26% do mercado. Suas operações no País começaram em 1997, com a importação de produtos da matriz, no México. A Del Valle foi fundada em 1947 e vende sucos prontos em caixa, sucos em lata e sucos light em mais de 50 países. São, no total, 9 fábricas no mundo. A do Brasil, localizada em Americana (SP), é a mais moderna e a mais cara: foram investidos US$ 30 milhões na sua construção. No Brasil, a companhia faturou cerca de US$ 440 milhões entre setembro de 2005 e setembro deste ano.

SUCOS MAIS: A empresa de sucos prontos iniciou sua produção em 2002 e rapidamente alcançou a vice-liderança no Brasil, com cerca de 16% do mercado. Além de exportar para Estados Unidos, Japão, Europa e África, a marca está registrada em mais de 30 países e sua fábrica tem capacidade para produzir cerca de 90 milhões de litros por ano. Antes da Coca-Cola, a empresa pertencia à WRV (dona da rede de supermercados Epa) e à Montesanto Tavares (de Ricardo Tavares, ex-dono do Café Três Corações). Em 2004, o faturamento da Sucos Mais foi de R$ 100 milhões.

7.12.06

Época de grandes negócios


De acordo com a Thomson Financial, estamos entrando numa época de grandes negócios de empresas. A razão é simples: as aquisições e acordos entre empresas costumam render um bônus respeitável para seus diretores.

Capitalismo Brasileiro


Reportagem do Estado de S. Paulo de hoje conta a história da empresa Medley, empresa produtora de genéricos. A empresa deve atingir o lucro de 30 milhões de reais neste ano. Utilizando uma política agressiva, com grandes descontos e usando dinheiro caro de bancos pequenos (e de curto prazo). O dono da empresa é o piloto Alexandre Negrão, também conhecido pelo estilo de vida esbanjador, com automóveis caros, jatos executivos e mansões no litoral (em área de proteção ambiental).

A origem da empresa é o antigo IQC, também da família Negrão. A IQC foi vendida mas muitas dívidas (com o governo, naturalmente) não foram pagas. A IQC, sob nova direção, vendeu seus ativos, foi acusada de suspeita de falsificação de remédios

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