Na realidade o governo vendeu 19% do capital da Telebrás, o que significava o controle da empresa. Logo após a privatização ocorreu a crise da Rússia. Ou seja, o momento da privatização foi ideal, quando existiam investidores interessados. Para se ter uma idéia, a Embratel foi revendida para Telmex por um terço do que foi pago na privatização.
O governo recebeu 22 bilhões de reais e nos anos seguintes os novos controladores investiram 135 bilhões de reais, aumentando no número de acessos telefônicos em 500%, segundo dados de Siqueira.
O Ministro criticou o faturamento de 100 bilhões de reais das teles, mas esqueceu que 40 bilhões são impostos.
Enquanto isto, a Folha de S. Paulo de 31/3/2007 informa sobre o desempenho da Telebrás. É isso mesmo, a Telebrás ainda está viva, com 263 funcionários e prejuízo de 260 milhões de reais (quase 1 milhão por funcionário). A justificativa para tal desempenho é, advinhe, a privatização que ocorreu há uma década:
"Esse resultado é fruto do processo de privatização, da privataria", afirma o atual presidente da estatal, Jorge da Motta e Silva. Segundo ele, quando as concessionárias de telefonia fixa foram vendidas, o valor das dívidas deveria ter sido abatido do preço, ou então o governo deveria ter providenciado um fundo só para isso.
A Telebrás é ré em 812 ações (441 trabalhistas, 370 cíveis e uma tributária). Essas ações representam um risco potencial total de R$ 257 milhões. "Isso é o esqueleto da privatização", diz Motta e Silva. Desse total, R$ 175 milhões são considerados riscos prováveis, R$ 48 milhões são riscos possíveis e R$ 34 milhões são riscos remotos.