17.5.07

Fusão é interessante.

Muito interessante a reportagem do Wall Street Journal sobre os ganhos elevados das empresas que assessoram a Daimler e Chrysler.

Em fusões, Wall Street sempre ganha
17/05/2007
Por Dana Cimilluca e Marcus Walker
The Wall Street Journal

A fusão da Daimler-Benz AG com a Chrysler Corp., em 1998, tirou dos trilhos as carreiras de executivos da indústria automobilística e foi um fracasso para acionistas. Mas os bancos de investimento e escritórios de advocacia que coordenaram o negócio nove anos atrás saíram com suas carteiras recheadas.

A DaimlerChrysler AG e a Cerberus Capital Management LP não estão falando muito sobre quem está assessorando e financiando a venda da Chrysler, exceto que o J.P. Morgan Chase & Co. assessorou a montadora alemã.

Mas pessoas familiarizadas com o assunto dizem que a Goldman Sachs Group Inc. e o Citigroup Inc. estão envolvidos de alguma maneira na aquisição feita pela Cerberus. Tanto o Goldman quanto a corretora do Citigroup, bem como o Chase Manhattan Corp., antecessor do J.P. Morgan, foram assessores da fusão da Daimler com a Chrysler, de acordo com a Thomson Financial.

O banqueiro Alexander Dibelius, do Goldman, ajudou a firma a ganhar o grosso dos US$ 60 milhões levados pelos bancos que assessoraram a Daimler na transação original com a Chrysler, parte de um bolo de mais de US$ 100 milhões que segundo a Thomson os bancos dividiram no negócio. (Os bancos podem conseguir muito mais no negócio da Cerberus, dado seu significativo componente de financiamento.)

Desta vez, Dibelius está no outro lado, um entre vários banqueiros do Goldman que trabalham para a Cerberus. Presidente do conselho da Goldman na Alemanha, Dibelius, de 47 anos, é um dos banqueiros de investimento mais bem conectados daquele país, cultivando clientes em reuniões como as do Fórum Econômico Mundial. Dibelius, que não pôde ser contatado para comentar, era próximo do ex-diretor-presidente da DaimlerChrysler Jürgen Schrempp.

Há uma longa tradição em Wall Street de banqueiros que ajudam a fundir empresas para depois desmantelá-las mais tarde — ganhando comissões nas duas pontas.

O Goldman e o Credit Suisse Group assessoraram C. Michael Armstrong, então diretor-presidente da AT&T Corp., numa série de compras nos anos 90 que transformou a telefônica na maior operadora de TV a cabo dos EUA. Os dois bancos também estiveram lá na hora de desfazer a empresa, assessorando a AT&T na venda de sua divisão de cabo para a Comcast Corp. em 2002.