Governança Corporativa
Decisão da CVM derruba ações
São Paulo, 23 de Março de 2007 - Autarquia acatou uso do critério de múltiplo de Ebitda pedido pela empresa, mas preço da OPA será maior. Em decisão surpreendente, o Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CMV) acatou o recurso da siderúrgica indiana Mittal, que reclamava o uso do critério de múltiplos de Ebitda (geração de caixa) na oferta pública de aquisição (OPA) que terá de estender aos acionistas da Arcelor no Brasil. A medida contraria o entendimento da área técnica da própria autarquia, que por duas vezes determinou o uso do cálculo de valor de mercado para realizar a operação.
Para a siderúrgica indiana, no entanto, a vitória saiu com gosto de derrota. Isso porque, o Colegiado fez ajustes no cálculo da Mittal e chegou a um preço justo na oferta brasileira de R$ 49,7523 por ação, muito mais próximo dos R$ 51,27 fixado pela área técnica do que dos R$ 33 defendidos pela Mittal. Se mantido o novo preço, o custo total da OPA será de US$ 5,05 bilhões, mais de US$ 1,6 bilhão a mais do que a reclamante pretendia pagar. Como não cabe recurso à decisão do Colegiado, resta à Mittal aprontar o edital da OPA em 15 dias ou recorrer à Justiça. À noite, a empresa emitiu nota dizendo-se bastante satisfeita com a decisão do colegiado, mas não informou se iria acatá-la. "A Arcelor Mittal está analisando a decisão da autarquia e comentará futuramente", diz trecho do comunicado.
24.3.07
Ebitda
Notícia da Gazeta (23/03/2007) revela que CVM adota critério de múltiplo na avaliação. O uso de um múltiplo numa decisão tão importante é temerário.