22.5.12

Abordagem do Custo


Também denominada de abordagem de ativo. Entretanto, alguns autores consideram que a abordagem de ativo é diferente da abordagem de custo (vide Pratt, Reilly e Schwihs). Neste texto foram tratados como similares.

Definição - O valor justo é mensurado como custo de reposição da capacidade de serviço de um ativo. Assim, um ativo é mensurado pela capacidade do serviço ou utilidade. O valor justo de uma entidade é a soma do valor justo de cada ativo

Onde usar – para avaliar imobiliárias ou empresas em liquidação. Isto ocorre pois não considera os ativos não identificados (goodwill por exemplo). Também pode ser usado para medir o valor justo que não são fontes de fluxo de caixa direta para entidade. É mais comum em ativos tangíveis.  Pode ser usado em pequenos negócios onde existe pouco goodwill. Em outras empresas, pode ser usado como um valor mínimo.

Base teórica – princípio da substituição. Baseado na continuidade.  

Conceito relevante – obsolescência. Este conceito é usado na tentativa de conciliar o preço do ativo com o seu substituto. Pode ser:
a)     Física
b)     Funcional – quando não está apto a desempenhar a função para o qual foi originalmente comprado. Leva em consideração o avanço tecnológico
c)     Econômico – quando pode ser usado, mas não é rentável. O mercado reduz a habilidade lucro do ativo
Além disto, a obsolescência pode ser sanável ou insanável. Quando os benefícios são superiores aos custos é “sanável”.

Passos para aplicação
1)      Obter as informações contábeis da entidade pelos princípios contábeis.
2)      Determinar qual categoria de ativo e passivo o item patrimonial se enquadra e como foi avaliado pela contabilidade. Proceder uma nova avaliação se for necessário.
3)      Identificar os itens fora de balanço, geralmente os intangíveis, que devem ser reconhecidos e avaliados.
4)      Identificar os passivos fora de balanço, geralmente as contingências, que devem ser reconhecidas e avaliadas.
5)      Construir um novo balanço, com os resultados obtidos.

Ressalvas
1)      O custo de criar um ativo e o preço de comprar um ativo similar pode não ser igual em razão da lucratividade e o custo de capital. Quando se produz um ativo internamente considera os custos diretos e indiretos, mas não aloca o custo de capital e o lucro. Já quando se compra um ativo estão considerados os custos diretos, indiretos, além da margem. Ou seja, a diferença entre o custo de criar um ativo e o preço de compra é o lucro e o custo de oportunidade.
2)      O custo de capital a ser considerado é o custo médio (WACC). Entretanto, é possível determinar o custo de capital específico de cada ativo. Dúvida: qual custo de capital: do momento passado ou atual?
3)      Custo de reposição representa o custo de construir, a preços atuais da data de análise, um ativo, com utilidade equivalente, usando materiais modernos e métodos de produção de hoje. Isto é diferente do custo de reprodução, que diz respeito ao custo de criar uma réplica exata, em unidades monetárias de hoje. Um exemplo é um museu histórico localizado num forte que foi destruído pelo fogo. O custo de reposição irá contemplar as modernas tecnologias; o custo de reprodução tentará criar o museu da forma que existia anteriormente, inclusive com suas imperfeições. Assim, Custo de reprodução menos a obsolescência é igual ao custo de reposição. Isto mostra que observar a obsolescência é relevante.
4)      Existem divergências sobre o papel dos impostos. Alguns defendem que deve ser antes e outros depois dos impostos.

Vantagens
1)      Os resultados estão em termos de um balanço patrimonial tradicional. Este formato é familiar para quem conhece contabilidade.
2)      Explicita onde surge o valor em termos do ativo. Ou seja, qual ativo está agregando valor para empresa.
3)      É interessante para uma venda/compra dos negócios.
4)      Pode ser útil após a venda concluída, pois identificou onde surgiu o ágio pago.
5)      Pode ser útil em casos de litígio, já que identifica o valor de cada ativo.
6)      Pode ajudar a construir um padrão para avaliar certos tipos de ativos.
7)      Por exigir uma análise de cada ativo, este método exige uma análise rigorosa de cada ativo, ajudando na qualidade da avaliação.

Limitações
1)      Não é abrangente como outras técnicas. Fatores que geram benefício econômico não são incorporados.
2)      Pode ser subjetivo
3)      Existe dificuldade de mensurar a obsolescência
4)      Divergência no tratamento de impostos e lucro
5)      Pode ser demorado de ser realizado.
6)      Alguns intangíveis existem em conjunto com ativos tangíveis. Assim, uma empresa com um bom canal de distribuição – um intangível – terá uma associação com os seus caminhões, por exemplo.