Uma reportagem interessante do jornal El País
Fusiones bien aconsejadas
NICHOLAS WALKER
El País - Nacional - 24/06/2007
En el mundo de las fusiones y adquisiciones, el asesor financiero es la persona física o jurídica a la que se le encarga en exclusiva aconsejar, asistir y representar bien al vendedor o al comprador de un negocio en todos los aspectos comerciales y procedimentales de una compraventa de acciones o participaciones. El asesor será normalmente el departamento especializado de un banco de inversión, de una firma independiente (en general propiedad de los socios que trabajan en ella) o, también a veces, de las grandes firmas de auditoría.
En la actualidad existen en España aproximadamente 100 entidades profesionales que prestan este tipo de asesoramiento, de las que 25 dominan la industria al aglutinar el 95% del volumen de las operaciones intermediadas por asesores. En 2006, según las estimaciones de Thomson Financial, estos intermediarios facturaron en comisiones por sus servicios aproximadamente 32.800 millones de dólares en todo el mundo.
Las principales funciones de un asesor financiero en un proceso de venta son:
1ª. Proporcionar asesoramiento profesional sobre el rango de valor del negocio y sobre si el momento elegido es el adecuado para vender;
2ª. Asesorar sobre qué proceso es el más adecuado para los intereses del propietario y del negocio (subasta, proceso restringido o exclusivo, negociaciones limitadas a un comprador seleccionado);
3ª. Identificar potenciales compradores y preparar la documentación para el proceso de venta (acuerdos de confidencialidad, memorando informativo, cartas de proceso, plan de negocio, presentación del equipo gestor);
4ª. Organizar y coordinar el trabajo de los asesores contratados por el vendedor para prestar servicios especializados en otros aspectos del proceso de venta (due diligence legal, financiera, comercial, fiscal, medioambiental).
5ª. Administrar el proceso de venta, ser interlocutor único de los potenciales compradores en relación con el proceso y el precio de la transacción, y tratar de llevarla a cabo en los mejores términos financieros, legales y comerciales para el vendedor, minimizando cualquier riesgo potencial.
El papel del asesor cuando actúa del lado comprador es distinto, siendo los aspectos fundamentales la identificación de oportunidades de inversión antes que los demás y su presentación al inversor, quien apreciará más el valor aportado y se sentirá más atraído hacia la oportunidad.
El reto es ayudar al cliente a justificar un precio superior al ofrecido por terceros, que satisfaga las expectativas mínimas del vendedor y que permita, no obstante, la creación de valor para el comprador y sus accionistas. Identificar sinergias, entender los motores de la industria, encontrar y cuantificar el valor oculto en la compañía objetiva, y aplicar las mejores técnicas de financiación y de negociación desempeñan un papel determinante a la hora de presentar una oferta ganadora.
Un buen asesor financiero será capaz de aconsejar correctamente en aspectos tanto fundamentales como de menor trascendencia que afecten al valor de la operación a lo largo del prolongado y a menudo difícil proceso de cambio de propiedad de un negocio.
Actualmente, de las operaciones de tamaño medio (hasta 500 millones de dólares), tan sólo el 30% cuenta con la intermediación de asesores profesionales. Son los inversores más expertos y sofisticados, que han comprado y vendido negocios con anterioridad y han sido testigos del valor aportado por estas firmas y bancos líderes, los que habitualmente recurren a los servicios del asesor financiero profesional. Paradójicamente el 70% restante, que sería el que más provecho obtendría de sus servicios, no lo hace.
Todavía queda mucho recorrido para los asesores financieros en el middle market, ya que el mayor competidor continúan siendo las operaciones que carecen de asesoramiento
24.6.07
22.6.07
Controle
Riscos ocultos
Valor Econômico – 22/06/2007
Aswath Damodaran é daquelas personalidades que, quando falam, ninguém ousa ignorar. Um dos gurus do mercado financeiro mundial, o indiano professor da Stern School of Business e aplicador do mercado brasileiro diz que, no mundo todo, muitos novos investidores das bolsas não têm a noção correta do risco que correm. "Novos pequenos investidores do mercado estão procurando dinheiro fácil", diz ele, para quem só se aprende exatamente o que é risco depois de uma experiência ruim.
Em entrevista ao Valor por telefone, de Nova York, o guru faz um alerta aos acionistas brasileiros: as ações aqui subiram muito pela conjuntura internacional, o que não significa melhorias na gestão das empresas, principalmente em questões ligadas à governança corporativa. Autor de best-sellers como "Mitos de Investimentos", Damodaran vem ao Brasil na próxima semana ministrar a palestra "O valor do controle das empresas" a investidores institucionais clientes da Brascan Corretora, no Rio.
Para ele, este momento de alta é ideal para que os investidores pressionem os controladores por evoluções na gestão das empresas. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Valor: Há uma evolução positiva na governança das empresas brasileiras nos últimos tempos?
Aswath Damodaram: Sim, mas as diferentes classes de ações (ON e PN) sempre me incomodaram muito no Brasil e continuam a existir. Com as ações PN, a empresa quer meu dinheiro, mas não quer ouvir minha voz. Mas as coisas têm mudado. As empresas já perdem acionistas de longo prazo por não mostrar como administram a companhia e os acionistas pagam menos por empresas que não conhecem. Isso aconteceu primeiro no Brasil e deve se expandir pela América Latina. Há avanços, mas não o suficiente. Muitas empresas maiores e antigas no mercado ainda têm duas classes de ações.
Valor: O senhor acha que as ações preferenciais estão se aproximando do seu fim?
Damodaran: É cedo para dizer isso. Ainda há muitas empresas e famílias controladoras que evitam mudar. É uma longa e dura briga. Investidores no Brasil têm de brigar por seus direitos. Levantar e dizer: não posso votar, portanto não vou pagar tanto pelas ações. Não se pode esperar o governo para defendê-los ou ocorrerão fatos como o da Arcelor. Há um ditado antigo democrático que diz que o povo tem o governo que merece. Isso vale também em termos de governança. Acionistas têm os administradores que merecem.
Valor: Essa preocupação existe neste momento de euforia?
Damodaran: Isso torna essas mudanças mais difíceis, porque todo olham para as ações disparando e não pensam em exigir mais direitos. Mas eu acho que são duas questões separadas. A alta das ações brasileiras recente se deve à liquidez mundial e à melhora de percepção do pais. E isso não tem nada a ver com melhora na qualidade de gestão das empresas. Não se deve confundir boa sorte com bom investimento, diz um ditado. Por que os administradores têm de levar o crédito por fatores (macroeconômicos) que não controlam? Este é o momento correto para pressionar controladores a tomar decisões corretas para melhorar a governança.
Valor: Muitos investidores brasileiros começam a descobrir o mercado de ações.
Damodaran: Acho isso positivo, porque todos pensam mais na economia. Isso significa que mesmo indivíduos de renda menor acompanham o mercado. É saudável para a economia todos terem investimentos de risco. Porém, mais pessoas estão expostas a esses riscos.
Valor: Esses novos investidores sabem que as empresas podem não estar tão bem quanto suas ações?
Damodaran: Hoje, muitos novos pequenos investidores estão procurando dinheiro fácil. É um triste fato, mas o único modo de aprender sobre investimentos é tendo algumas experiências ruins. Assim como no Brasil, na China e na Índia há muitos novos investidores na bolsa, freqüentemente com um senso errôneo de que conseguirão 20% de retorno em pouco tempo sem risco. Meu conselho a esses investidores é: você tem de conhecer a empresa e a gestão, pois não há meios fáceis de fazer dinheiro. Pelo contrário, há muitos caminhos difíceis para fazer dinheiro e é preciso perder para aprender.
Valor: O senhor acredita que muitos entram no mercado sem saber de fato do que se trata?
Damodaran: Sim e, como disse, isso não ocorre atualmente apenas no Brasil ou em países emergentes. Mesmo nos Estados Unidos, muitas pessoas entram no mercado de ações sem conhecê-lo. Depois que perdem dinheiro, normalmente reclamam que o governo não os protegeu da queda. Mas, se querem a alta, devem estar preparados para os momentos de baixa.
Valor: Como o senhor vê as novas ofertas públicas iniciais no Brasil?
Damodaran: É positivo e isso tem a ver com a boa capacidade dos empresários brasileiros. Uma economia é mais saudável quando as companhias já estabelecidas no mercado são constantemente desafiadas por novas empresas, novos investidores e novas idéias. Fico feliz em saber que o Brasil finalmente abraçou essa tradição.
Valor: Recentemente, nossos fundos passaram a poder investir no exterior, como o senhor avalia isso?
Damodaran: É um sinal de maturidade, porque você aceitará competição e poderá vencer. Na Índia, por exemplo, ainda estamos bastante restritos nesse sentido. É bom quando investidores brasileiros olham para o exterior e ainda decidem investir na Embraer, por exemplo. Isso me diz que eles ainda acham que essas companhias são boas. Se tem mercado aberto e as pessoas ainda investem aqui, isso será uma prova de confiança.
Valor: Em quais setores da bolsa brasileira o senhor vê maior potencial de valorização?
Damodaran: O setor de manufatura tem grande potencial, como a Embraer e as siderúrgicas. Podem ter problemas as empresas que produzem produtos de baixo custo, pela competição chinesa, e empresas de informática, pela Índia. As commodities são um jogo perigoso, porque subiram demais.
Valor Econômico – 22/06/2007
Aswath Damodaran é daquelas personalidades que, quando falam, ninguém ousa ignorar. Um dos gurus do mercado financeiro mundial, o indiano professor da Stern School of Business e aplicador do mercado brasileiro diz que, no mundo todo, muitos novos investidores das bolsas não têm a noção correta do risco que correm. "Novos pequenos investidores do mercado estão procurando dinheiro fácil", diz ele, para quem só se aprende exatamente o que é risco depois de uma experiência ruim.
Em entrevista ao Valor por telefone, de Nova York, o guru faz um alerta aos acionistas brasileiros: as ações aqui subiram muito pela conjuntura internacional, o que não significa melhorias na gestão das empresas, principalmente em questões ligadas à governança corporativa. Autor de best-sellers como "Mitos de Investimentos", Damodaran vem ao Brasil na próxima semana ministrar a palestra "O valor do controle das empresas" a investidores institucionais clientes da Brascan Corretora, no Rio.
Para ele, este momento de alta é ideal para que os investidores pressionem os controladores por evoluções na gestão das empresas. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Valor: Há uma evolução positiva na governança das empresas brasileiras nos últimos tempos?
Aswath Damodaram: Sim, mas as diferentes classes de ações (ON e PN) sempre me incomodaram muito no Brasil e continuam a existir. Com as ações PN, a empresa quer meu dinheiro, mas não quer ouvir minha voz. Mas as coisas têm mudado. As empresas já perdem acionistas de longo prazo por não mostrar como administram a companhia e os acionistas pagam menos por empresas que não conhecem. Isso aconteceu primeiro no Brasil e deve se expandir pela América Latina. Há avanços, mas não o suficiente. Muitas empresas maiores e antigas no mercado ainda têm duas classes de ações.
Valor: O senhor acha que as ações preferenciais estão se aproximando do seu fim?
Damodaran: É cedo para dizer isso. Ainda há muitas empresas e famílias controladoras que evitam mudar. É uma longa e dura briga. Investidores no Brasil têm de brigar por seus direitos. Levantar e dizer: não posso votar, portanto não vou pagar tanto pelas ações. Não se pode esperar o governo para defendê-los ou ocorrerão fatos como o da Arcelor. Há um ditado antigo democrático que diz que o povo tem o governo que merece. Isso vale também em termos de governança. Acionistas têm os administradores que merecem.
Valor: Essa preocupação existe neste momento de euforia?
Damodaran: Isso torna essas mudanças mais difíceis, porque todo olham para as ações disparando e não pensam em exigir mais direitos. Mas eu acho que são duas questões separadas. A alta das ações brasileiras recente se deve à liquidez mundial e à melhora de percepção do pais. E isso não tem nada a ver com melhora na qualidade de gestão das empresas. Não se deve confundir boa sorte com bom investimento, diz um ditado. Por que os administradores têm de levar o crédito por fatores (macroeconômicos) que não controlam? Este é o momento correto para pressionar controladores a tomar decisões corretas para melhorar a governança.
Valor: Muitos investidores brasileiros começam a descobrir o mercado de ações.
Damodaran: Acho isso positivo, porque todos pensam mais na economia. Isso significa que mesmo indivíduos de renda menor acompanham o mercado. É saudável para a economia todos terem investimentos de risco. Porém, mais pessoas estão expostas a esses riscos.
Valor: Esses novos investidores sabem que as empresas podem não estar tão bem quanto suas ações?
Damodaran: Hoje, muitos novos pequenos investidores estão procurando dinheiro fácil. É um triste fato, mas o único modo de aprender sobre investimentos é tendo algumas experiências ruins. Assim como no Brasil, na China e na Índia há muitos novos investidores na bolsa, freqüentemente com um senso errôneo de que conseguirão 20% de retorno em pouco tempo sem risco. Meu conselho a esses investidores é: você tem de conhecer a empresa e a gestão, pois não há meios fáceis de fazer dinheiro. Pelo contrário, há muitos caminhos difíceis para fazer dinheiro e é preciso perder para aprender.
Valor: O senhor acredita que muitos entram no mercado sem saber de fato do que se trata?
Damodaran: Sim e, como disse, isso não ocorre atualmente apenas no Brasil ou em países emergentes. Mesmo nos Estados Unidos, muitas pessoas entram no mercado de ações sem conhecê-lo. Depois que perdem dinheiro, normalmente reclamam que o governo não os protegeu da queda. Mas, se querem a alta, devem estar preparados para os momentos de baixa.
Valor: Como o senhor vê as novas ofertas públicas iniciais no Brasil?
Damodaran: É positivo e isso tem a ver com a boa capacidade dos empresários brasileiros. Uma economia é mais saudável quando as companhias já estabelecidas no mercado são constantemente desafiadas por novas empresas, novos investidores e novas idéias. Fico feliz em saber que o Brasil finalmente abraçou essa tradição.
Valor: Recentemente, nossos fundos passaram a poder investir no exterior, como o senhor avalia isso?
Damodaran: É um sinal de maturidade, porque você aceitará competição e poderá vencer. Na Índia, por exemplo, ainda estamos bastante restritos nesse sentido. É bom quando investidores brasileiros olham para o exterior e ainda decidem investir na Embraer, por exemplo. Isso me diz que eles ainda acham que essas companhias são boas. Se tem mercado aberto e as pessoas ainda investem aqui, isso será uma prova de confiança.
Valor: Em quais setores da bolsa brasileira o senhor vê maior potencial de valorização?
Damodaran: O setor de manufatura tem grande potencial, como a Embraer e as siderúrgicas. Podem ter problemas as empresas que produzem produtos de baixo custo, pela competição chinesa, e empresas de informática, pela Índia. As commodities são um jogo perigoso, porque subiram demais.
15.6.07
Impacto da aquisição
O gráfico mostra o comportamento do preço da ação da empresa aQuantive na linha azul. É possível notar uma clara modificação no comportamento do preço da ação quando a Microsoft anunciou o desejo de adquirir ações da empresa pro $66,50, ou 6 bilhões de dólares. A aQuantive é uma empresa de propaganda online. A parte de baixo do gráfico apresenta a movimentação da quantidade de ações negociadas. Os analistas acreditam que o preço é alto. Mas como a Google recentmente tinha comprado uma empresa nesta área (DoubleClick) o movimento da Microsoft foi visto como uma tentativa de acompanhar o rival.
Na linha vermelha tem a cotação da empresa ValueClick, que não tem nenhuma relação com a cotação da aQuantive. Mas existe uma coincidência: como também é uma empresa de propaganda. Provavelmente o mercado acreditou que a empresa pudesse ser vendida por um preço atrativo.
12.6.07
Bolívia paga a primeira parte
Bolívia paga 1ª metade por refinarias
Folha de São Paulo - 12/06/2007
Governo anuncia depósito de US$ 56 mi por plantas da Petrobras após porta-voz de Morales ter dito que não havia sido feito
Estatal boliviana assume administração e questiona acordo, diz Petrobras; 2ª metade do pagamento deve ser depositada até agosto
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
A Bolívia pagou ontem a metade do preço referente à compra das duas refinarias da Petrobras no país. Com o depósito de US$ 56 milhões, a estatal YPFB assume hoje a administração das plantas, responsáveis pelo abastecimento de praticamente todo o mercado local de derivados de petróleo.
A transferência do controle para o Estado boliviano será marcada por atos nas duas refinarias, com a presença do presidente Evo Morales. Ele havia prometido a estatização na campanha eleitoral de 2005 e a incluiu no decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos, em maio do ano passado.
Para a administrar as refinarias, foi criada a YPFB Refinación S.A., que substituirá a Petrobras Bolívia Refinación. Os 338 funcionários serão mantidos pela estatal boliviana, que tem de pagar a segunda metade até 11 de agosto.
Como tem sido a regra nas negociações entre a Petrobras e a Bolívia, houve atribulações e desconfianças até o último momento. Na semana passada, o governo boliviano cobrou US$ 8 milhões em supostos impostos atrasados da Petrobras -a companhia contesta a dívida-, levantando suspeitas no lado brasileiro de que La Paz exigiria um desconto, o que não ocorreu.
Ontem, o porta-voz de Morales, Alex Contreras, afirmou que o pagamento não tinha sido feito por "problemas administrativos", mas foi desmentido depois pelo próprio governo.
No Rio, a Petrobras disse que a YPFB levantou algumas dúvidas sobre pontos do contrato de compra das refinarias, mas não as especificou. Disse só que não se referem ao pagamento.
Com a saída da refinação, a holding Petrobras Bolívia encolherá de 839 para 501 funcionários, embora o setor fosse só 10% do total investido no país. A principal operação é extração e exportação de gás ao Brasil.
A transferência das refinarias ocorreu numa conturbada negociação, provocando até a demissão do radical ex-ministro dos Hidrocarbonetos Andrés Soliz Rada, em setembro.
Em abril, o assunto voltou a estremecer as relações bilaterais. Durante encontro na Venezuela, Morales disse a Lula que pretendia pagar pelas refinarias menos da metade do valor de mercado, estimado pela empresa brasileira entre US$ 160 e US$ 180 milhões. Em resposta, Lula ameaçou deixar de investir na Bolívia e aconselhar outros países a fazer o mesmo.
Após semanas de tensas negociações, as duas partes chegaram a um acordo há um mês, quando a Bolívia aceitou o "preço final" de US$ 112 milhões proposto pela Petrobras.
O valor é menor que a soma da compra das refinarias -adquiridas do Estado boliviano em 1999 por US$ 104 milhões- com investimentos de US$ 19 milhões feitos nos últimos oito anos, segundo dados da própria empresa. O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu auditoria para investigar a venda após ofício do deputado Augusto Carvalho (PPS-DF).
Colaborou a Sucursal do Rio
Folha de São Paulo - 12/06/2007
Governo anuncia depósito de US$ 56 mi por plantas da Petrobras após porta-voz de Morales ter dito que não havia sido feito
Estatal boliviana assume administração e questiona acordo, diz Petrobras; 2ª metade do pagamento deve ser depositada até agosto
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
A Bolívia pagou ontem a metade do preço referente à compra das duas refinarias da Petrobras no país. Com o depósito de US$ 56 milhões, a estatal YPFB assume hoje a administração das plantas, responsáveis pelo abastecimento de praticamente todo o mercado local de derivados de petróleo.
A transferência do controle para o Estado boliviano será marcada por atos nas duas refinarias, com a presença do presidente Evo Morales. Ele havia prometido a estatização na campanha eleitoral de 2005 e a incluiu no decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos, em maio do ano passado.
Para a administrar as refinarias, foi criada a YPFB Refinación S.A., que substituirá a Petrobras Bolívia Refinación. Os 338 funcionários serão mantidos pela estatal boliviana, que tem de pagar a segunda metade até 11 de agosto.
Como tem sido a regra nas negociações entre a Petrobras e a Bolívia, houve atribulações e desconfianças até o último momento. Na semana passada, o governo boliviano cobrou US$ 8 milhões em supostos impostos atrasados da Petrobras -a companhia contesta a dívida-, levantando suspeitas no lado brasileiro de que La Paz exigiria um desconto, o que não ocorreu.
Ontem, o porta-voz de Morales, Alex Contreras, afirmou que o pagamento não tinha sido feito por "problemas administrativos", mas foi desmentido depois pelo próprio governo.
No Rio, a Petrobras disse que a YPFB levantou algumas dúvidas sobre pontos do contrato de compra das refinarias, mas não as especificou. Disse só que não se referem ao pagamento.
Com a saída da refinação, a holding Petrobras Bolívia encolherá de 839 para 501 funcionários, embora o setor fosse só 10% do total investido no país. A principal operação é extração e exportação de gás ao Brasil.
A transferência das refinarias ocorreu numa conturbada negociação, provocando até a demissão do radical ex-ministro dos Hidrocarbonetos Andrés Soliz Rada, em setembro.
Em abril, o assunto voltou a estremecer as relações bilaterais. Durante encontro na Venezuela, Morales disse a Lula que pretendia pagar pelas refinarias menos da metade do valor de mercado, estimado pela empresa brasileira entre US$ 160 e US$ 180 milhões. Em resposta, Lula ameaçou deixar de investir na Bolívia e aconselhar outros países a fazer o mesmo.
Após semanas de tensas negociações, as duas partes chegaram a um acordo há um mês, quando a Bolívia aceitou o "preço final" de US$ 112 milhões proposto pela Petrobras.
O valor é menor que a soma da compra das refinarias -adquiridas do Estado boliviano em 1999 por US$ 104 milhões- com investimentos de US$ 19 milhões feitos nos últimos oito anos, segundo dados da própria empresa. O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu auditoria para investigar a venda após ofício do deputado Augusto Carvalho (PPS-DF).
Colaborou a Sucursal do Rio
2.6.07
Valor e Boato
São inúmeros fatores que afetam a avaliação de uma empresa. Existem alguns, no entanto, que são inesperados. É o caso de uma notícia falsa (boato) que pode resultar numa perda substancial do valor.
Na metade de maio isto ocorreu com a Apple. Um sítio, Engadget, noticiou que o iPhone e o sistema operacional Leopard estava atrasado e a data de lançamento estava comprometida. Imediatamente, o valor da ação da Apple caiu de 107,89 para 103,42. Isto significa uma redução no valor da empresa em 4 bilhões de dólares.
A notícia era falsa. A figura mostra a efeito sobre a cotação da empresa.
1.6.07
Marcas
Tentar mensurar o valor de uma marca é sempre um desafio. Para as empresas que aceitam o desafio, esta mensuração é razoavelmente cômoda já que não é possível certificar a qualidade da metodologia usada.
Recentemente a revista Isto é Dinheiro divulgou um listagem de marcas mensuradas pela Brand Analytics.
Como seria possível verificar se os valores obtidos representam efetivamente a marca de uma empresa? Como dito acima, provavelmente nunca. Entretanto, temos alguns elementos que permitem confiar ou não na metodologia.
Em primeiro lugar, a empresa deve ter uma reputação sólida na mensuração de marcas. Outro aspecto importante é que a metodologia seja coerente e razoável.
Ao analisar a reportagem da revista Isto É Dinheiro não é possível determinar se os dois itens acima são satisfeitos. Entretanto, um aspecto revelado traz uma preocupação sobre a avaliação: a substancial variação no valor das marcas. Conforme afirma a revista, a marca Bradesco apresentou uma valorização no último ano, aumentando 55%. É muito difícil acreditar numa metodologia que produz a variação tão significativa no valor de uma marca.
E o aspecto da variação significativa no valor das marcas não está restrito ao Bradesco. Em 2006 a soma das marcas mais valiosas era de 21,1 bilhões; no ano anterior, 12,6 bilhões. Ou seja, a maioria das marcas provavelmente teve uma valorização significativa. A razão deste fato não está explicada.
A reportagem tenta argumentar, entrevistando Eduardo Tomiya, que “o Brasil voltou a crescer, a produção foi retomada e isso se reflete nesse tipo de levantamento”. Parece-me que o crescimento da economia em 2006 foi de 3,7%; mas isto justificaria esta valorização? Acredito que não.
Mais adiante, a reportagem tenta esclarecer o universo pesquisado. A citação a seguir é integral:
Ou seja, companhias fechadas não possuem balanços.
Recentemente a revista Isto é Dinheiro divulgou um listagem de marcas mensuradas pela Brand Analytics.
Como seria possível verificar se os valores obtidos representam efetivamente a marca de uma empresa? Como dito acima, provavelmente nunca. Entretanto, temos alguns elementos que permitem confiar ou não na metodologia.
Em primeiro lugar, a empresa deve ter uma reputação sólida na mensuração de marcas. Outro aspecto importante é que a metodologia seja coerente e razoável.
Ao analisar a reportagem da revista Isto É Dinheiro não é possível determinar se os dois itens acima são satisfeitos. Entretanto, um aspecto revelado traz uma preocupação sobre a avaliação: a substancial variação no valor das marcas. Conforme afirma a revista, a marca Bradesco apresentou uma valorização no último ano, aumentando 55%. É muito difícil acreditar numa metodologia que produz a variação tão significativa no valor de uma marca.
E o aspecto da variação significativa no valor das marcas não está restrito ao Bradesco. Em 2006 a soma das marcas mais valiosas era de 21,1 bilhões; no ano anterior, 12,6 bilhões. Ou seja, a maioria das marcas provavelmente teve uma valorização significativa. A razão deste fato não está explicada.
A reportagem tenta argumentar, entrevistando Eduardo Tomiya, que “o Brasil voltou a crescer, a produção foi retomada e isso se reflete nesse tipo de levantamento”. Parece-me que o crescimento da economia em 2006 foi de 3,7%; mas isto justificaria esta valorização? Acredito que não.
Mais adiante, a reportagem tenta esclarecer o universo pesquisado. A citação a seguir é integral:
O universo pesquisado é formado apenas por marcas originalmente brasileiras. Por isso, grifes como Coca-cola, Nestlé, Ford, entre outras, não participam do estudo. Tomiya e sua equipe colhem informações nos balanços das empresas. Companhias de capital fechado, portanto, não são analisadas.
Ou seja, companhias fechadas não possuem balanços.
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