Ainda sobre a Vale, recebi a seguinte notícia de Pedro Duarte (grato, novamente):
VALE COMPRA EMPRESA CANADENSE E SE TORNA 2ª MAIOR DO MUNDO
A empresa brasileira comprou 75,66% das ações ordinárias da Inco, por cerca de US$ 18 bilhões
Eduardo Cucolo, do G1, em São Paulo
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) se tornou na madrugada desta terça-feira (24) a segunda maior companhia mineradora do m undo, ao anunciar a compra da empresa canadense Inco.
A empresa brasileira – criada em 1942 pelo governo de Getúlio Vargas e privatizada em 1997, no governo Fernando Henrique Cardoso – comprou 75,66% das ações da Inco, por C$ 86,00 (dólares canadenses) por ação, ou um total de cerca de US$ 18 bilhões. É o maior negócio fechado por uma empresa brasileira na história.
Saiba mais sobre a Vale e a Inco, a repercussão do negócio no mercado, as declarações do presidente da mineradora canadense e os comentários no blog de Carlos Alberto Sardenberg.
O valor de mercado da Vale é de aproximadamente US$ 55 bilhões. A maior empresa mundial do setor ainda é a anglo-australiana BHP Billiton.
O processo de compra da Inco começou há três meses. Para ficar com a empresa, a Vale teve de enfrentar a concorrência da norte-americana Phelps Dodgee e da também canadense Teck Cominco. Além disso, no início, viu sua proposta ser recusada pelo conselho da Inco, que só mudou de posição depois que as outras companhias deixaram a disputa. A Vale já recebeu aprovação do governo canadense para efetuar a compra.
A Inco é uma empresa canadense líder no mercado de níquel, sendo a segunda maior produtora e a primeira em termos de reservas do mundo, e vai reforçar a posição da Vale no mercado mundial do setor. Em 2005, a Inco apresentou receita de US$ 4,518 bilhões e lucro líquido de US$ 836 milhões.
O pagamento deverá ser realizado na próxima quinta-feira (26). A aquisição será financiada através de uma linha de dois anos com quatro grandes bancos, Credit Suisse, UBS, ABN AMRO e Santander. A Vale diz que espera substituir este financiamento com empréstimos de longo prazo num período de até 18 meses após a conclusão da transação.
Os acionistas que ainda não aceitaram a oferta da empresa brasileira terão até a meia-noite do dia 3 de novembro. “Em linha com seu objetivo de adquirir 100% das ações da Inco emitidas e em circulação, a Vale pretende tomar medidas para adquirir as ações ordinárias da Inco remanescentes no mercado”, diz a empresa em comunicado.
A Vale informou que manterá a sede dos negócios de níquel para todo o mundo em Toronto, no Canadá, e que as ações da Inco deixarão de ser negociadas na Bolsa de Valores de Nova York e na Bolsa de Valores de Toronto.
Atualmente, a Vale está presente em 5 continentes: Américas, Europa, África, Ásia e Oceania.
30.10.06
29.10.06
Avaliação da You Tube
Existem diversos métodos para avaliar uma empresa. Talvez o mais utilizado na prática seja o método de múltiplo, comum na avaliação de pequenas empresas. Entretanto, mesmo em grandes empresas, o múltiplo também é usado como um método para confirmar a avaliação dada por um método mais recomendado pela literatura.
Um exemplo interessante é o uso do múltiplo na avaliação do You Tube. Afinal, o valor pago pelo Google foi grande ou não. A resposta, do blog Investment Ideas by Yaser Anwar - que por sua vez usou o texto do Information Arbitrage, pode ser a seguinte:
a) You Tube foi comprado por $1.6 bilhão. Mensalmente este sítio possui 72 milhões de usuários únicos. Fazendo a divisão, temos $22 por usuário. Considerando uma alternativa mais conservadora de usuários o valor de aquisição estaria entre $22 e 44.
b) O programa American Idol tem 21.1 milhões de fãs. Um comercial de 30 segundos custa $660 mil, o que significa uma receita de $950 milhões por ano (30 comerciais por programa x 4 programas por mês x 12 meses). Isto daria $45 por fã.
c) O jornal New York Times possui 1,7 milhão de assinantes e 37,7 milhões de usuários na sua página da Web por mês. Arredondando, 40 milhões de usuários. O valor de mercado do NYT é de $3,3 bilhões, com lucro líquido de $259 milhões e margem de 5%. Isto daria um valor por usuário de $82
d) A Google possui um valor de mercado de $144 bilhões, com lucro líquido de $1.4 bilhão e margem de 25%. A Google possui 380 milhões de usuários únicos por mês, que gastam em média 22 minutos no seu sítio. O valor de mercado dividido pelo número de usuários únicos produz $380 por usuário.
e) Usando o valor do usuário do NYTimes tem-se $82 x 34 milhões de usuários do Youtube. Isto produz um valor de 2.8 bilhões.
Um exemplo interessante é o uso do múltiplo na avaliação do You Tube. Afinal, o valor pago pelo Google foi grande ou não. A resposta, do blog Investment Ideas by Yaser Anwar - que por sua vez usou o texto do Information Arbitrage, pode ser a seguinte:
a) You Tube foi comprado por $1.6 bilhão. Mensalmente este sítio possui 72 milhões de usuários únicos. Fazendo a divisão, temos $22 por usuário. Considerando uma alternativa mais conservadora de usuários o valor de aquisição estaria entre $22 e 44.
b) O programa American Idol tem 21.1 milhões de fãs. Um comercial de 30 segundos custa $660 mil, o que significa uma receita de $950 milhões por ano (30 comerciais por programa x 4 programas por mês x 12 meses). Isto daria $45 por fã.
c) O jornal New York Times possui 1,7 milhão de assinantes e 37,7 milhões de usuários na sua página da Web por mês. Arredondando, 40 milhões de usuários. O valor de mercado do NYT é de $3,3 bilhões, com lucro líquido de $259 milhões e margem de 5%. Isto daria um valor por usuário de $82
d) A Google possui um valor de mercado de $144 bilhões, com lucro líquido de $1.4 bilhão e margem de 25%. A Google possui 380 milhões de usuários únicos por mês, que gastam em média 22 minutos no seu sítio. O valor de mercado dividido pelo número de usuários únicos produz $380 por usuário.
e) Usando o valor do usuário do NYTimes tem-se $82 x 34 milhões de usuários do Youtube. Isto produz um valor de 2.8 bilhões.
27.10.06
Padrão para serviço de Avaliação
O AICPA é uma entidade norte-americana da qual fazem parte contadores certificados. Esta entidade calcula que cerca de milhares de contadores usam a avaliação de empresas e ganham dinheiro com ela.
Para melhorar o serviço prestado pelo contador certificado, o AICPA está propondo um padrão para os serviços de avaliação. Denomina-se "Proposed Statement on Standards for Valuation Services: Valuation of a Business, Business Ownership Interest, Security, or Intangible Asset" e foi divulgado no dia 16 de outubro. Trata-se de um rascunho (draft) e comentários deverão ser recebidos até dezembro e posteriormente o AICPA deverá divulgar uma norma definitiva.
Para obter uma cópia deste rascunho, clique aqui.
Com respeito ao documento, achei interessante os seguintes pontos:
a) na página 12 é apresentado um fluxo para determinar onde o documento será aplicado;
b) pelo documento, ativos não operacionais ou excesso de ativos operacionais devem ser excluídos para o cálculo do valor (item 43, p. 26)
c) O item 53 apresenta a estrutura de um relatório de avaliação.
d) o relatório considera 3 abordagens: lucro, ativo e mercado
e) o apêndice B apresenta um glossário de termos (você pode acessar estes termos clicando aqui)
Boa leitura!
Para melhorar o serviço prestado pelo contador certificado, o AICPA está propondo um padrão para os serviços de avaliação. Denomina-se "Proposed Statement on Standards for Valuation Services: Valuation of a Business, Business Ownership Interest, Security, or Intangible Asset" e foi divulgado no dia 16 de outubro. Trata-se de um rascunho (draft) e comentários deverão ser recebidos até dezembro e posteriormente o AICPA deverá divulgar uma norma definitiva.
Para obter uma cópia deste rascunho, clique aqui.
Com respeito ao documento, achei interessante os seguintes pontos:
a) na página 12 é apresentado um fluxo para determinar onde o documento será aplicado;
b) pelo documento, ativos não operacionais ou excesso de ativos operacionais devem ser excluídos para o cálculo do valor (item 43, p. 26)
c) O item 53 apresenta a estrutura de um relatório de avaliação.
d) o relatório considera 3 abordagens: lucro, ativo e mercado
e) o apêndice B apresenta um glossário de termos (você pode acessar estes termos clicando aqui)
Boa leitura!
17.10.06
Efeitos dos impostos na Avaliação
Os impostos influenciam na avaliação das empresas. Uma das formas com que isto acontece é através da existência de uma boa política tributária.
Em alguns países, como é o caso do Brasil, a legislação possui incentivos para investimentos que devem ser considerados no processo de avaliação.
Este processo fica mais complexo quando uma empresa atua em vários países. Neste caso, é necessário considerar as peculiaridades onde a empresa está atuando no que diz respeitoa aos incentivos fiscais.
Para uma multinacional que atua no Brasil é importante que se considere também estes aspectos. Assim, esta empresa terá que lidar com a legislação dos Juros sobre Capital Próprio, que não existe em outros países.
O impacto da taxação sobre a avaliação de uma empresa nacional que atua no Brasil foi objeto de um texto escrito por César Augusto Tibúrcio Silva, Jorge Katsumi Niyama, José Antônio de França e Leonardo Vieira denominado TAX EFFECTS IN THE VALUATION OF MULTINATIONAL CORPORATIONS: THE BRAZILIAN EXPERIENCE. Este texto será brevemente publicado como capítulo de um livro.
Breve retornaremos com mais detalhes.
Em alguns países, como é o caso do Brasil, a legislação possui incentivos para investimentos que devem ser considerados no processo de avaliação.
Este processo fica mais complexo quando uma empresa atua em vários países. Neste caso, é necessário considerar as peculiaridades onde a empresa está atuando no que diz respeitoa aos incentivos fiscais.
Para uma multinacional que atua no Brasil é importante que se considere também estes aspectos. Assim, esta empresa terá que lidar com a legislação dos Juros sobre Capital Próprio, que não existe em outros países.
O impacto da taxação sobre a avaliação de uma empresa nacional que atua no Brasil foi objeto de um texto escrito por César Augusto Tibúrcio Silva, Jorge Katsumi Niyama, José Antônio de França e Leonardo Vieira denominado TAX EFFECTS IN THE VALUATION OF MULTINATIONAL CORPORATIONS: THE BRAZILIAN EXPERIENCE. Este texto será brevemente publicado como capítulo de um livro.
Breve retornaremos com mais detalhes.
14.10.06
102 Erros em Avaliação
Pablo Fernández é um dos meus autores preferidos em avaliação, talvez pelo seu rigor acadêmico. Recentemente achei um texto dele no SSRN com o título "102 errores en valoraciones de empresas", em espanhol, onde Fernández comenta os erros comuns que são cometidos em processo de avaliação de empresas.
Para quem já conhece a obra de Fernández, a maioria dos erros já são conhecidos. Entretanto alguns são efetivamente polêmicos e tenho dúvidas se caberiam numa lista como esta.
O autor classifica os erros em seis tipos:
a) Erros com a taxa de desconto e o risco da empresa
b) erros ao calcular ou prever o fluxo esperado
c) erros ao calcular o valor residual
d) inconsistências e erros conceituais
e) erros ao interpretar a avaliação
f) erros de organização
Considero um texto importante para quem deseja aprender avaliação de empresas realmente.
Clique aqui para link
Para quem já conhece a obra de Fernández, a maioria dos erros já são conhecidos. Entretanto alguns são efetivamente polêmicos e tenho dúvidas se caberiam numa lista como esta.
O autor classifica os erros em seis tipos:
a) Erros com a taxa de desconto e o risco da empresa
b) erros ao calcular ou prever o fluxo esperado
c) erros ao calcular o valor residual
d) inconsistências e erros conceituais
e) erros ao interpretar a avaliação
f) erros de organização
Considero um texto importante para quem deseja aprender avaliação de empresas realmente.
Clique aqui para link
7.10.06
Risco e Saliência
John Kay afirma que nós julgamos o risco por sua saliência. Ele exemplifica:
"Se um asteroide chocasse com o planeta há cem anos sobre a Trafalgar Square, ele iria destruir Londres. Porque ele caiu sobre um floresta remota da Sibéria, o risco não é saliente. Uma maior colisão ocorreu no México há 65 milhões de anos e existingiu os dinosauros e outros espécies."
Um outro exemplo
"HIV/Aids adquiriu saliência [por estar] em São Francisco e perdeu saliência quando o mundo desenvolvido colocou a epidemia sob controle".
"Se um asteroide chocasse com o planeta há cem anos sobre a Trafalgar Square, ele iria destruir Londres. Porque ele caiu sobre um floresta remota da Sibéria, o risco não é saliente. Uma maior colisão ocorreu no México há 65 milhões de anos e existingiu os dinosauros e outros espécies."
Um outro exemplo
"HIV/Aids adquiriu saliência [por estar] em São Francisco e perdeu saliência quando o mundo desenvolvido colocou a epidemia sob controle".
2.10.06
Venda de uma cidade
LEILãO
Cidade à venda em Minas
Cemig anuncia vila operária com 70 casas, hotel, igreja, escola e um único morador. Lance mínimo é de R$ 6 milhões
Trancar as portas de casa ao sair e usar cinto de segurança enquanto dirige pelas ruas arborizadas. A rotina do engenheiro Nilton Braz, 48, seria comum se ele não fosse o único morador de um vilarejo com jeitão de cidade no Estado de Minas Gerais. Esse lugar em que só o engenheiro vive foi colocado à venda em leilão por, no mínimo, R$ 6 milhões. A venda deve acontecer em março de 2007.
A Vila Residencial Jaguara pertence ao Município de Sacramento, e fica a dez quilômetros do centro. A "cidade" de Braz tem área de 238 hectares - o equivalente a 310 campos de futebol -, 70 casas de três e quatro quartos, hotel, igreja, escola, ambulatório, clube, lago para lazer, aeroporto, infra-estrutura de água, esgoto, asfalto e iluminação.
A vila foi construída em 1970 para abrigar trabalhadores da usina hidrelétrica de Jaguara, implantada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Até a década de 90, cerca de 400 moradores faziam do local uma verdadeira cidade, mesmo sem a área aparecer no mapa do Estado. A comunidade nem precisava sair de Jaguara para tratar da saúde, passear, ir à igreja ou às compras.
Por um programa de incentivo da empresa, ainda na década de 90, os moradores começaram a se mudar para cidades próximas, como Uberaba, Rifaina e Sacramento, em busca da casa própria. Desde então, ninguém nada mais nas piscinas do clube, as casas estão fechadas, a igreja não tem mais padre nem fiéis e o salão de festas não realiza mais bailes.
Mas o técnico industrial da hidrelétrica Júlio César de Oliveira, 43, tem um bom motivo para não esquecer de Jaguara: ele se casou na igreja da vila em 1986. Antes, quando solteiro, dividia uma casa de três quartos com outros amigos de trabalho. "Escolhi a igreja porque era bonita e diferente", relembra.
Segundo o gerente regional das usinas da Cemig, Márcio José Peres, as vilas construídas para abrigar os trabalhadores foram perdendo a importância com o passar dos anos, já que o sistema de transporte público evoluiu e os empregados hoje podem ir para as usinas somente para trabalhar.
Espaços comuns
Em Jaguara, ninguém podia escolher casa e não havia distinção de classe. Morar em uma casa de três ou quatro quartos só dependia do tamanho da família. Do operário ao diretor, todos podiam usufruir dos espaços comuns.
"Ficava tudo cheio de barco, as mulheres tomando sol e as pessoas nadando no rio. Tinha muita criança de bicicleta pelas ruas. Quem vê isso aqui hoje não imagina como era", afirma Braz. Atualmente, apenas ele e as 51 crianças que estudam na escola rural, que fica na vila, impedem que Jaguara se transforme numa cidade fantasma.
A Vila Residencial Jaguara vai a leilão pela segunda vez. A primeira foi no ano passado, mas não apareceram compradores. Segundo Braz, faltou divulgação para mostrar os benefícios que o empreendimento pode trazer ao turismo. Em outras vilas desativadas pela empresa, os imóveis foram vendidos separadamente. A usina Jaguara está no quarto lugar do ranking da Cemig de produção energética, com 424 mil kw.
Enviado por Caio Tibúrcio Publicado em: 24/09/2006 no Jornal de Brasília
Cidade à venda em Minas
Cemig anuncia vila operária com 70 casas, hotel, igreja, escola e um único morador. Lance mínimo é de R$ 6 milhões
Trancar as portas de casa ao sair e usar cinto de segurança enquanto dirige pelas ruas arborizadas. A rotina do engenheiro Nilton Braz, 48, seria comum se ele não fosse o único morador de um vilarejo com jeitão de cidade no Estado de Minas Gerais. Esse lugar em que só o engenheiro vive foi colocado à venda em leilão por, no mínimo, R$ 6 milhões. A venda deve acontecer em março de 2007.
A Vila Residencial Jaguara pertence ao Município de Sacramento, e fica a dez quilômetros do centro. A "cidade" de Braz tem área de 238 hectares - o equivalente a 310 campos de futebol -, 70 casas de três e quatro quartos, hotel, igreja, escola, ambulatório, clube, lago para lazer, aeroporto, infra-estrutura de água, esgoto, asfalto e iluminação.
A vila foi construída em 1970 para abrigar trabalhadores da usina hidrelétrica de Jaguara, implantada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Até a década de 90, cerca de 400 moradores faziam do local uma verdadeira cidade, mesmo sem a área aparecer no mapa do Estado. A comunidade nem precisava sair de Jaguara para tratar da saúde, passear, ir à igreja ou às compras.
Por um programa de incentivo da empresa, ainda na década de 90, os moradores começaram a se mudar para cidades próximas, como Uberaba, Rifaina e Sacramento, em busca da casa própria. Desde então, ninguém nada mais nas piscinas do clube, as casas estão fechadas, a igreja não tem mais padre nem fiéis e o salão de festas não realiza mais bailes.
Mas o técnico industrial da hidrelétrica Júlio César de Oliveira, 43, tem um bom motivo para não esquecer de Jaguara: ele se casou na igreja da vila em 1986. Antes, quando solteiro, dividia uma casa de três quartos com outros amigos de trabalho. "Escolhi a igreja porque era bonita e diferente", relembra.
Segundo o gerente regional das usinas da Cemig, Márcio José Peres, as vilas construídas para abrigar os trabalhadores foram perdendo a importância com o passar dos anos, já que o sistema de transporte público evoluiu e os empregados hoje podem ir para as usinas somente para trabalhar.
Espaços comuns
Em Jaguara, ninguém podia escolher casa e não havia distinção de classe. Morar em uma casa de três ou quatro quartos só dependia do tamanho da família. Do operário ao diretor, todos podiam usufruir dos espaços comuns.
"Ficava tudo cheio de barco, as mulheres tomando sol e as pessoas nadando no rio. Tinha muita criança de bicicleta pelas ruas. Quem vê isso aqui hoje não imagina como era", afirma Braz. Atualmente, apenas ele e as 51 crianças que estudam na escola rural, que fica na vila, impedem que Jaguara se transforme numa cidade fantasma.
A Vila Residencial Jaguara vai a leilão pela segunda vez. A primeira foi no ano passado, mas não apareceram compradores. Segundo Braz, faltou divulgação para mostrar os benefícios que o empreendimento pode trazer ao turismo. Em outras vilas desativadas pela empresa, os imóveis foram vendidos separadamente. A usina Jaguara está no quarto lugar do ranking da Cemig de produção energética, com 424 mil kw.
Enviado por Caio Tibúrcio Publicado em: 24/09/2006 no Jornal de Brasília
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