18.3.19
Avaliando uma propriedade
Em 1987 o cantor Michael Jackson pagou quase 20 milhões de dólares - algumas fontes dizem que chegou perto de 30 milhões - por um terreno de 1,1 mil hectares em Los Olivos, Califórnia. Junto com ele, uma casa de 1,2 mil metros quadrados. Originalmente era chamado de Zaca Laderas Ranch, depois Sycamore Valley Ranch e em 1988 foi renomeada de Neverland, em homenagem a terra onde morava Peter Pan, um garoto que nunca cresce.
Era realmente a casa de Jackson e tinha um parque de diversões privado, estátuas no jardim e um zoológico.
A partir de 2006 as instalações foram fechadas e a maioria dos funcionários demitida já que Jackson não morava mais no rancho. Há uma associação entre o rancho e acusações de abuso sexual do cantor. Em 2008 a propriedade passou para a Colony Capital em razão da inadimplência de Jackson com alguns credores. O valor da transação foi de 22,5 milhões. Provavelmente Jackson ainda tinha uma participação na propriedade. Em 2009 acabou o parque de diversões e o zoológico. Em 2015 é anunciado que o rancho seria vendido por um preço inicial de 100 milhões de dólares. Por conta da falta de interessados, o preço cai para 67 milhões no início de 2017. Em fevereiro deste ano o preço pedido caiu para 31 milhões.
Parte da queda no preço se deve aos problemas envolvendo Jackson narrados em Leaving Neverland. Mas alguns especialistas, consultados pela Forbes, discordam do fato. Quando a propriedade foi colocada para venda no valor de 100 milhões acredita-se na possibilidade de um “prêmio” pelo fato de ter sido a casa de Michael Jackson. O potencial comprador poderia usar a casa para construir um museu do cantor, a exemplo do que Elvis Presley possui. Entretanto, a localização isolada do rancho e a imagem ruim do cantor são problemas para este uso. Os avaliadores acreditam que o pedido de 100 milhões é elevado demais para a propriedade.
As celebridades geralmente pedem um valor premium por suas propriedades, mas normalmente essa “taxa” não é adicionada quando a propriedade é vendida. Um estudo da corretora de imóveis Redfin, de 2016, que analisou 60 propriedades de celebridades no sul da Califórnia, constatou que, em média, elas permaneceram no mercado por cerca de 36 dias a mais do que as outras, e a maioria foi vendida por menos do que o preço pedido.
A Forbes avaliou Neverland em 28 milhões tendo por base as entrevistas realizadas. Este valor é próximo aos 31 milhões pedidos hoje, mas abaixo dos 19,5 milhões pagos na compra corrigidos pela inflação. O custo corrigido seria aqui 44,1 milhões de dólares em 2019. Assim, o novo preço pode atrair compradores. O uso alternativa da propriedade - como terra agrícola - é descartado pelo tamanho do terreno e o retorno produzido por este tipo de uso:
Eric O’Keefe, editor da revista especializada “Land Report”, define que os compradores normalmente gastam centenas de milhões de dólares apenas em propriedades que julgam ter a capacidade de proporcionar um retorno significativo sobre o investimento: terras agrícolas produtivas, extração madeireira ou vinhedos, por exemplo. Duas propriedades em uma área total de 1,4 mil hectare em Santa Bárbara, Califórnia, que foram colocadas à venda por US$ 110 milhões, contam com uma fazenda de gado em funcionamento e dois pomares.
Mas talvez uma explicação para esta questão seja o fato de que Jackson tenha pago um valor muito elevado quando adquiriu Neverland. E o cantor não era conhecido pela qualidade dos seus investimentos.
A partir de 2006 as instalações foram fechadas e a maioria dos funcionários demitida já que Jackson não morava mais no rancho. Há uma associação entre o rancho e acusações de abuso sexual do cantor. Em 2008 a propriedade passou para a Colony Capital em razão da inadimplência de Jackson com alguns credores. O valor da transação foi de 22,5 milhões. Provavelmente Jackson ainda tinha uma participação na propriedade. Em 2009 acabou o parque de diversões e o zoológico. Em 2015 é anunciado que o rancho seria vendido por um preço inicial de 100 milhões de dólares. Por conta da falta de interessados, o preço cai para 67 milhões no início de 2017. Em fevereiro deste ano o preço pedido caiu para 31 milhões.
Parte da queda no preço se deve aos problemas envolvendo Jackson narrados em Leaving Neverland. Mas alguns especialistas, consultados pela Forbes, discordam do fato. Quando a propriedade foi colocada para venda no valor de 100 milhões acredita-se na possibilidade de um “prêmio” pelo fato de ter sido a casa de Michael Jackson. O potencial comprador poderia usar a casa para construir um museu do cantor, a exemplo do que Elvis Presley possui. Entretanto, a localização isolada do rancho e a imagem ruim do cantor são problemas para este uso. Os avaliadores acreditam que o pedido de 100 milhões é elevado demais para a propriedade.
As celebridades geralmente pedem um valor premium por suas propriedades, mas normalmente essa “taxa” não é adicionada quando a propriedade é vendida. Um estudo da corretora de imóveis Redfin, de 2016, que analisou 60 propriedades de celebridades no sul da Califórnia, constatou que, em média, elas permaneceram no mercado por cerca de 36 dias a mais do que as outras, e a maioria foi vendida por menos do que o preço pedido.
A Forbes avaliou Neverland em 28 milhões tendo por base as entrevistas realizadas. Este valor é próximo aos 31 milhões pedidos hoje, mas abaixo dos 19,5 milhões pagos na compra corrigidos pela inflação. O custo corrigido seria aqui 44,1 milhões de dólares em 2019. Assim, o novo preço pode atrair compradores. O uso alternativa da propriedade - como terra agrícola - é descartado pelo tamanho do terreno e o retorno produzido por este tipo de uso:
Eric O’Keefe, editor da revista especializada “Land Report”, define que os compradores normalmente gastam centenas de milhões de dólares apenas em propriedades que julgam ter a capacidade de proporcionar um retorno significativo sobre o investimento: terras agrícolas produtivas, extração madeireira ou vinhedos, por exemplo. Duas propriedades em uma área total de 1,4 mil hectare em Santa Bárbara, Califórnia, que foram colocadas à venda por US$ 110 milhões, contam com uma fazenda de gado em funcionamento e dois pomares.
Mas talvez uma explicação para esta questão seja o fato de que Jackson tenha pago um valor muito elevado quando adquiriu Neverland. E o cantor não era conhecido pela qualidade dos seus investimentos.
14.3.19
UBS punido por OPA em Hong Kong
Isto não é muito comum, mas o Securities and Futures Commission (SFC), a entidade que regula os valores mobiliários em Hong Kong multou a UBS e proibiu de participar de ofertas públicas de ações por um ano na cidade. Outras entidades, como o Morgan Stanley, a Merril Lynch e o Standard Chartered também foram punidas, informou a Reuters.
É importante lembrar que Hong Kong foi o principal ponto de oferta de ações em 2018, com 36,3 bilhões de dólares captados. Assim, a punição merece destaque, além do fato de que este tipo de punição é a primeira vez que ocorre em Hong Kong. O SFC está preocupado com a qualidade do trabalho feito.
As ofertas de ações em Hong Kong precisa de um banco patrocinador, que assume a liderança da oferta. Também recebe mais por isto. Este banco deve fazer uma diligência no momento da avaliação da empresa que está sendo listada e assegura que o valor é adequado. No caso da UBS, isto não ocorreu com a China Forestry, com a Tianhe Chemicals e uma terceira empresa, não identificada, provavelmente a China Metal Recycling. A primeira empresa fez uma oferta pública de ações em 2009 e 14 meses depois o auditor relatou irregularidades; posteriormente a empresa foi liquidada. A UBS não verificou as florestas da empresa. O Stanchart chegou a visitar, mas constatou que não existia coerência entre os locais visitados e os indicados no prospecto. A segunda empresa fez a OPA em 2014 e suas ações não são mais negociadas desde 2015 depois de problemas contábeis.
É importante lembrar que Hong Kong foi o principal ponto de oferta de ações em 2018, com 36,3 bilhões de dólares captados. Assim, a punição merece destaque, além do fato de que este tipo de punição é a primeira vez que ocorre em Hong Kong. O SFC está preocupado com a qualidade do trabalho feito.
As ofertas de ações em Hong Kong precisa de um banco patrocinador, que assume a liderança da oferta. Também recebe mais por isto. Este banco deve fazer uma diligência no momento da avaliação da empresa que está sendo listada e assegura que o valor é adequado. No caso da UBS, isto não ocorreu com a China Forestry, com a Tianhe Chemicals e uma terceira empresa, não identificada, provavelmente a China Metal Recycling. A primeira empresa fez uma oferta pública de ações em 2009 e 14 meses depois o auditor relatou irregularidades; posteriormente a empresa foi liquidada. A UBS não verificou as florestas da empresa. O Stanchart chegou a visitar, mas constatou que não existia coerência entre os locais visitados e os indicados no prospecto. A segunda empresa fez a OPA em 2014 e suas ações não são mais negociadas desde 2015 depois de problemas contábeis.
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