Sobre a aquisição do Facebook, eis um texto interessante que concentra na aquisição:
Um dia após o Facebook ter anunciado sua maior aquisição, Wall Street estava preocupada com a possibilidade de a rede social ter pago um preço altíssimo por uma empresa com poucas perspectivas de trazer muito dinheiro no futuro próximo.
O Facebook concordou em comprar o WhatsApp, um serviço de mensagens para celulares em rápido crescimento, por US$ 16 bilhões, além de US$ 3 bilhões em ações oferecidas aos fundadores e funcionários da startup.
O problema é que esses fundadores, Jan Koum e Brian Acton, parecem detestar anunciantes – e a publicidade constitui o alicerce financeiro do Facebook. Eles também demonstram aversão à maioria das outras formas de ganhar dinheiro com serviços ao consumidor na internet.
(...) Numa reunião de teleconferência com analistas a respeito da compra do WhatsApp, Zuckerberg (foto) disse a eles que os anúncios não são a única maneira de ganhar dinheiro com mensagens.
Isso gerou preocupação em Wall Street. Recentemente, Zuckerberg resolveu o problema da falta de receita do Facebook nos celulares com novos tipos de anúncios. Agora, ele gastou quase US$ 20 bilhões para assumir um problema de ‘monetização’ nas mensagens – e a solução anterior não pode ser aplicada neste caso.
Incluindo o prêmio em ações, o Facebook está pagando US$ 19 bilhões pelo WhatsApp. Para justificar tal preço, o WhatsApp teria de gerar cerca de US$ 1 bilhão em fluxo de caixa anual até 2018, estimou Wieser.
Esta geração de caixa tende a ser maior, já que o texto está assumindo um fluxo de caixa denominado de periodicidade (ou anuidade). Neste caso, o fluxo é constante no tempo; mas este não deve ser o padrão do WhatsApp, que irá parte de um fluxo reduzido nos primeiros anos. Isto faz com que o volume de caixa a ser gerado seja superior a este 1 bilhão.
“A empresa ofereceu poucos dados para sustentar tal suposição, pois são poucos os dados disponíveis”, acrescentou o analista. “E os administradores indicaram esperar que o WhatsApp se ocupe do produto e do usuário em vez de encontrar formas de ganhar dinheiro.” Ken Sena, analista da Evercore, rebaixou a nota dos papéis do Facebook ontem, dizendo haver um ponto de interrogação envolvendo a melhor maneira de ganhar dinheiro com serviços de mensagens como o WhatsApp.
Estas poucas informações são decorrentes do próprio negócio. Empresas que estão iniciando num negócio tendem a ter poucas informações. O rebaixamento das ações do Facebook é típico de uma situação de aquisição, quando não se tem muitas informações. Talvez se o mercado avaliasse que o Facebook eliminou uma ameaça, a reação não teria sido tão forte.
Instagram. Wall Street também se preocupou com a forma de ganhar dinheiro a partir do Instagram, e os analistas ficaram aliviados quando o serviço começou a exibir anúncios no ano passado.
Esta opção não vale para o WhatsApp. Em vez disso, o serviço cobra atualmente US$ 1 pelo uso após o primeiro ano.
Se o WhatsApp conseguir que um bilhão de usuários paguem um dólar por ano, isto pode gerar uma renda anual de US$ 1 bilhão, o equivalente a um lucro operacional de US$ 600 milhões.
De acordo com a estimativa de Mahaney, isso representaria um ganho de aproximadamente US$ 0,12 por ação em lucro extra para o Facebook em 2015.
Isso reduziria muito o impacto da emissão de muitas novas ações por parte do Facebook para pagar a aquisição – jogada que dilui o lucro teoricamente disponível para os acionistas da empresa.
“Talvez essas suposições soem agressivas, mas existe também a distinta possibilidade de o potencial de monetização do WhatsApp superar em muito a marca de US$ 1 por ano”, disse Mahaney.
Mas nem todos estão convencidos desse potencial. Wieser, da Pivotal, acredita que se o WhatsApp cobrasse US$ 2 por ano, muitos usuários migrariam para outro serviço de mensagens que cobrasse menos ou não tivesse assinatura.
Não é difícil para que outra empresa com software competente e habilidade no desenvolvimento de produtos crie um aplicativo como o WhatsApp. Já há muitos rivais do WhatsApp, e alguns deles fazem sucesso em diferentes partes do mundo. O Kakao é grande na Coreia do Sul, o Line domina no Japão e o WeChat lidera na China.
25.2.14
20.2.14
Facebook compra concorrente
O Facebook comprou o aplicativo de mensagens WhatsApp por US$ 19 bilhões, segundo comunicadofeito à SEC (equivalente americano da CVM) nesta quarta-feira 19. A quantia será paga em US$ 12 bilhões em ações do Facebook e US$ 4 bilhões em dinheiro. Outros US$ 3 bilhões em ações serão dados aos funcionários do WhatsApp. (Fonte: Aqui)
O WhatsApp era um potencial concorrente do Facebook: muitos jovens estavam saindo da rede social para usar o serviço de mensagem. Ao comprar a empresa, o Facebook elimina um concorrente e pode incorporar um serviço adicional a sua rede social. O WhatsApp era forte em países emergentes, incluindo o Brasil, onde 72% usavam ao menos uma vez por semana (gráfico ). A China é o ponto fraco, onde WeChat predomina.
Este tipo de aquisição pode ter dois objetivos: (a) eliminar um potencial concorrente; (b) incorporar os usuários que resistem ao Facebook. Mas existem riscos: (1) perder usuários para outro sistema de mensagens, que talvez seja reduzido a curto prazo, já que a escolha depende da “rede social” de cada indíviduo; (2) dificuldade de incorporação da empresa comprada.
O WhatsApp era um potencial concorrente do Facebook: muitos jovens estavam saindo da rede social para usar o serviço de mensagem. Ao comprar a empresa, o Facebook elimina um concorrente e pode incorporar um serviço adicional a sua rede social. O WhatsApp era forte em países emergentes, incluindo o Brasil, onde 72% usavam ao menos uma vez por semana (gráfico ). A China é o ponto fraco, onde WeChat predomina.
Este tipo de aquisição pode ter dois objetivos: (a) eliminar um potencial concorrente; (b) incorporar os usuários que resistem ao Facebook. Mas existem riscos: (1) perder usuários para outro sistema de mensagens, que talvez seja reduzido a curto prazo, já que a escolha depende da “rede social” de cada indíviduo; (2) dificuldade de incorporação da empresa comprada.
17.2.14
Bolsa de Valores e Crescimento da economia
Em geral gostamos de usar os dados passados para fazer previsão sobre o futuro. Mas isto pode ser muito perigoso. Os países emergentes, que tiveram elevadas taxas de crescimento no passado, estão sofrendo com a atual crise. Isto também ocorre com as projeções dos mercados acionários.
As pessoas costumam usar as taxas de crescimento do passado para: (a) dizer que é hora de investir nos mercados emergentes; (b) fazer uso do risco do mercado nas fórmulas que deveriam ser projetadas. Um estudo (via aqui) mostrou mais um elemento nesta relação: aparentemente não existe uma relação entre o retorno do mercado acionário e o crescimento econômico per capita.
Se no passado um investidor tivesse colocado seu dinheiro nos países com rápido crescimento, isto traria um retorno de 14,5% ao ano. Mas se tivesse optado por economias com crescimento mais lento, o retorno seria se 24,6%, conforme pode ser visualizado no gráfico. Além disto, parece que usar os dados do passado não funciona: a relação entre crescimento de um ano e crescimento de dois anos depois foi nenhuma.
Associar o retorno da bolsa com o crescimento da economia pode ser perigoso já que nem sempre a bolsa representa o "mercado" nos países emergentes.
As pessoas costumam usar as taxas de crescimento do passado para: (a) dizer que é hora de investir nos mercados emergentes; (b) fazer uso do risco do mercado nas fórmulas que deveriam ser projetadas. Um estudo (via aqui) mostrou mais um elemento nesta relação: aparentemente não existe uma relação entre o retorno do mercado acionário e o crescimento econômico per capita.
Se no passado um investidor tivesse colocado seu dinheiro nos países com rápido crescimento, isto traria um retorno de 14,5% ao ano. Mas se tivesse optado por economias com crescimento mais lento, o retorno seria se 24,6%, conforme pode ser visualizado no gráfico. Além disto, parece que usar os dados do passado não funciona: a relação entre crescimento de um ano e crescimento de dois anos depois foi nenhuma.
Associar o retorno da bolsa com o crescimento da economia pode ser perigoso já que nem sempre a bolsa representa o "mercado" nos países emergentes.
9.2.14
Futebol e Desempenho
O Manchester United é um clube de futebol da Inglaterra que possui ações negociadas na bolsa de valores. Assim, é interessante comparar o comportamento do preço da ação com o desempenho nos campos. Recentemente o antigo treinador, o escocês Ferguson, deixou o clube depois de décadas com um desempenho notável. Nos anos de Ferguson o clube sempre esteve entre os quatro primeiros colocados no campeonato inglês.
Com o novo treinador, o também escocês Moyes, o desempenho do clube já não é o mesmo. Ao longo do campeonato inglês já chegou estar em 12o. lugar. O gráfico abaixo mostra o comportamento do preço da ação (de azul) e o desempenho no campeonato inglês (de preto, em termos das posições ocupadas).
As ações não foram afetadas pela perda de posição na tabela. Mas no final de dezembro, as ações do clube sofreram uma redução. Neste período o clube fez uma grande contratação: o espanhol Mata, do Chelsea, por 61 milhões de dólares. A contratação poderia ajudar o clube a melhorar seu desempenho na tabela. Atualmente é o 7o. colocado.
Entretanto, uma grande estrela significa aumento nas despesas operacionais. E menor lucro. Mas desempenho ruim pode fazer com que o clube não se classifique para a Champions League, o campeonato europeu de clubes, extremamente lucrativo. O Manchester participa desta competição desde 1995 e a não classificação representa uma perda de receita de 15 milhões de libras.
Este é um dilema interessante: melhorar o desempenho esportivo para um clube pode significar mais custos e consequentemente menos lucro. Os maiores salários possui uma relação com desempenho em campeonatos, mas que existem exceções, como é o caso do Arsenal, que gasta pouco e tem um desempenho razoável.
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