Sim, é possível determinar o valor de um planeta. Lee Billings, um escritor de ciência, apresentou a seguinte fórmula para avaliar o valor de um planeta:
Com esta expressão será possível determinar quanto vale Marte, por exemplo. Ou Gliese 581 c. Por exemplo, aplicando a fórmula em Marte, seu preço seria 14 mil dólares. A Terra seria 5 quatrilhões ou 100 vezes o valor da economia. Gliese 581 c teria um valor de 160 dólares, enquando Gliese 581 g valeria 60 mil dólares. Já Venus valeria menos de um dólar.
Vamos explicar somente o primeira parte da expressão, ou seja,
A primeira parte representa o custo da missão Kepler dividido pelo número de planetas igual à Terra que a missão deve encontrar. O valor da segunda parte da expressão é a idade da estrela dividida por meio bilhão de anos. Isto favorece planetas mais antigos, obviamente. O terceiro termo é a massa.
Outras variáveis que estão incluídas são luz, temperatura, proximidade com a Terra (o termo com 2009 na expressão), brilho.
Se a avaliação parece não ser o aspecto mais problemático, é bom lembrar que o valor de um bem está associado a possibilidade de internalizar o fluxo de caixa que seria gerado.
Para Ler Mais: Cosmic Commodities: How much is a new planet worth?, Boing Boing
28.2.11
Previsão
as pessoas que conseguiram prever os eventos extremos, e estão devidamente enfeitados com elogios, as vendas de livros grandes e lucrativas palestras, não o fazem porque o seu julgamento é tão afiado. Eles fazem isso porque é muito ruim...
O trabalho mais notável no campo é de Philip Tetlock, da Universidade da Pensilvânia. Tetlock analisou mais de 80.000 previsões políticas de supostos especialistas por mais de duas décadas para ver como eles se saíram.
A resposta é: ruim. Os peritos fizeram tão bem quanto chance. E quanto mais procurado o especialista, mais ousado e, portanto, menos precisas, as previsões. Uma pesquisa feita por um punhado de outros sugere que o mesmo vale para analistas econômicos. Uma previsão precisa - de um evento extremo pode gerar excesso de confiança, que pode levar a fazer mais ousadas apostas e, portanto, e mais mais erros...
Fonte: aqui
24.2.11
Por que o valor não depende das normas contábeis?
O valor de um bem ou de uma empresa é estimado pela geração de dinheiro que ocorrerá no futuro. Como o dinheiro que ganho hoje é mais precioso que o dinheiro que irei receber em 2021, é necessário trazer a valor presente estes valores. Em outras palavras, o valor diz respeito a entrada de caixa a valor presente.
Por este motivo, o valor não depende das normas contábeis. As normas contábeis estão preocupadas com o regime de competência. Mas será que esta frase tem fundamento?
Somente em parte. Existem duas situações onde as normas contábeis podem afetar o valor de uma empresa. Em primeiro lugar, algumas entradas e saídas de dinheiro estão diretamente relacionadas com as normas contábeis. Considere a situação de um funcionário que recebe comissão sobre receita. A maneira como a receita é apurada afeta o pagamento desta comissão. Uma norma contábil que muda o reconhecimento da receita irá alterar o momento da saída do dinheiro e, por conseqüência, o valor.
A segunda situação onde a norma contábil influencia o valor é no processo decisório. Se a adoção de uma norma melhora o processo decisório, isto pode agregar valor. Mas ao contrário da primeira situação, em geral nós temos muita dificuldade de mensurar o que uma empresa estaria ganhando com normas.
Por este motivo, o valor não depende das normas contábeis. As normas contábeis estão preocupadas com o regime de competência. Mas será que esta frase tem fundamento?
Somente em parte. Existem duas situações onde as normas contábeis podem afetar o valor de uma empresa. Em primeiro lugar, algumas entradas e saídas de dinheiro estão diretamente relacionadas com as normas contábeis. Considere a situação de um funcionário que recebe comissão sobre receita. A maneira como a receita é apurada afeta o pagamento desta comissão. Uma norma contábil que muda o reconhecimento da receita irá alterar o momento da saída do dinheiro e, por conseqüência, o valor.
A segunda situação onde a norma contábil influencia o valor é no processo decisório. Se a adoção de uma norma melhora o processo decisório, isto pode agregar valor. Mas ao contrário da primeira situação, em geral nós temos muita dificuldade de mensurar o que uma empresa estaria ganhando com normas.
6.2.11
O valor de uma companhia fechada
Uma das grandes dificuldades na área de avaliação é determinar o real valor de uma empresa fechada. Existem divergências nos critérios e nas opiniões que irão embasar o resultado final. No entanto temos alguns exemplos de como a avaliação pode conduzir a resultados distintos.
Recentemente o jornal The New York Times e no Herald Tribune (A Portfolio´s Price, Julie Creswell, 4 jan 2011) apresentou alguns exemplos de resultados distintos para estas empresas. O texto obteve a informação a partir de empresas que eram obrigadas a divulgar seus resultados e possuíam participação em empresas de capital fechado. E o resultado mostrou uma grande diferença. Eis dois exemplos:
Freescale representou um investimento de 7 bilhões em 2006. Agora os donos afirmam que a empresa vale 3,15 bilhões, 2,45 bilhões ou 1,75 bilhões, de acordo com o fundo de investimento.
Energy Future Holdings of Texas possui investimentos de dois fundos: KKR e TPG. O primeiro avalia a empresa a 20 centavos por dólar investido e a segunda a 40 centavos. A diferença é de 100%
Observe que a base para fazer a avaliação foi a mesma informação. No primeiro caso, Creswell afirma que um dos avaliadores tem sede em Londres e usa normas internacionais de contabilidade; o outro possui sede nos Estados Unidos, com uso das normas contábeis do Fasb (entidade que regula a contabilidade daquele país).
Mas isto não faz sentido, pois a forma de se fazer a contabilidade não deve influenciar na avaliação da empresa. Nunca é demais lembrar que o valor de uma empresa depende da riqueza futura e esta não é influenciada – a rigor – pela norma contábil adotada.
Recentemente o jornal The New York Times e no Herald Tribune (A Portfolio´s Price, Julie Creswell, 4 jan 2011) apresentou alguns exemplos de resultados distintos para estas empresas. O texto obteve a informação a partir de empresas que eram obrigadas a divulgar seus resultados e possuíam participação em empresas de capital fechado. E o resultado mostrou uma grande diferença. Eis dois exemplos:
Freescale representou um investimento de 7 bilhões em 2006. Agora os donos afirmam que a empresa vale 3,15 bilhões, 2,45 bilhões ou 1,75 bilhões, de acordo com o fundo de investimento.
Energy Future Holdings of Texas possui investimentos de dois fundos: KKR e TPG. O primeiro avalia a empresa a 20 centavos por dólar investido e a segunda a 40 centavos. A diferença é de 100%
Observe que a base para fazer a avaliação foi a mesma informação. No primeiro caso, Creswell afirma que um dos avaliadores tem sede em Londres e usa normas internacionais de contabilidade; o outro possui sede nos Estados Unidos, com uso das normas contábeis do Fasb (entidade que regula a contabilidade daquele país).
Mas isto não faz sentido, pois a forma de se fazer a contabilidade não deve influenciar na avaliação da empresa. Nunca é demais lembrar que o valor de uma empresa depende da riqueza futura e esta não é influenciada – a rigor – pela norma contábil adotada.
3.2.11
O Custo da Economia de Custo
A explosão da plataforma de petróleo da BP no golfo do México em abril de 2010 provocou a morte de 11 pessoas e 4 milhões de barris de óleo no mar. Segundo um relatório de uma comissão da Casa Branca sobre o assunto, o poço de Macondo (*) sofreu com o corte de custos (Corte de custos da BP contribuiu para vazamento no golfo do México, diz relatório. Reuters, Folha de S Paulo)
Agora, os acionistas da BP têm alguma idéia do custo de longo prazo da empresa: pais de 40 bilhões de libras, segundo projeção de Robert Preston, da BBC (BP shareholders are £40bn poorer). Inicialmente os dividendos foram cortados; mais recentemente, foram anunciados dividendos, mas num patamar menor que os do passado.
(*) Uma ironia, já que Macondo trata-se da cidade fictícia criada por Gabriel Garcia Marquez no romance Cem anos de Solidão
Agora, os acionistas da BP têm alguma idéia do custo de longo prazo da empresa: pais de 40 bilhões de libras, segundo projeção de Robert Preston, da BBC (BP shareholders are £40bn poorer). Inicialmente os dividendos foram cortados; mais recentemente, foram anunciados dividendos, mas num patamar menor que os do passado.
(*) Uma ironia, já que Macondo trata-se da cidade fictícia criada por Gabriel Garcia Marquez no romance Cem anos de Solidão
Efeito Janeiro
O efeito janeiro é uma anomalia relacionada com o calendário no mercado financeiro. Em 1980 Donald Kleim observou que desde 1925, no mercado acionário dos Estados Unidos, as cotações das ações de pequenas empresas apresentavam uma forte valorização.
Este comportamento do mercado acionário decorre do fato que não existe a eficiência absoluta. Uma explicação para o efeito janeiro é que os investidores vendem suas ações no final do ano, para recomprá-las em janeiro. Isto faz com que o mercado apresente um aumento maior no mês de janeiro.
O mercado brasileiro também apresenta o efeito janeiro. Usando informações de 1995 (inclusive) até janeiro de 2011, tivemos alguns resultados interessantes. Inicialmente calculamos o retorno anual e o retorno do mês de janeiro. Os resultados encontrados foram os seguintes:
Com base nesses valores observa-se o seguinte
a) Das dezesseis observações (anos) da série histórica, o sinal foi invertido em cinco anos: 2001, 2003 a 2005 e 2010.
b) A média aritmética do retorno anual é de 28,06%, que abrange doze meses de observação; o retorno médio de janeiro é de 2,62%.
c) A correlação de Pearson entre as duas colunas foi de 0,547, com significância de 2,8%. Isto significa que podemos dizer que existe correlação entre as duas colunas, com 97% de certeza. (*)
d) Foi calculada também uma regressão entre a primeira coluna e a segunda. O resultado mostrou que o retorno de janeiro, multiplicado por 3,2, irá corresponder aproximadamente ao retorno anual. (**)
e) Em outras palavras, se o mercado acionário cresce em janeiro, provavelmente o mercado será positivo no ano. Caso contrário, quando o retorno de janeiro é negativo, o retorno do mercado acionário no ano deverá ser negativo. Isto ocorreu em 7 de cada dez anos.
f) Uma notícia ruim: o mercado caiu em janeiro (3,2%, aproximadamente). Mantendo o comportamento passado, a projeção é uma queda do mercado de mais de 12%.
Se o efeito janeiro persistir.
(*) A correlação de Spearman foi de 0,594, sign = 0,015.
(*) A regressão sem o termo constante apresentou o seguinte resultado: Retorno Anual = 3,193 Retorno Janeiro, com R2 = 0,342; DW = 1,998; e Fc = 7,79 (sign. = 0,014)
Este comportamento do mercado acionário decorre do fato que não existe a eficiência absoluta. Uma explicação para o efeito janeiro é que os investidores vendem suas ações no final do ano, para recomprá-las em janeiro. Isto faz com que o mercado apresente um aumento maior no mês de janeiro.
O mercado brasileiro também apresenta o efeito janeiro. Usando informações de 1995 (inclusive) até janeiro de 2011, tivemos alguns resultados interessantes. Inicialmente calculamos o retorno anual e o retorno do mês de janeiro. Os resultados encontrados foram os seguintes:
Com base nesses valores observa-se o seguinte
a) Das dezesseis observações (anos) da série histórica, o sinal foi invertido em cinco anos: 2001, 2003 a 2005 e 2010.
b) A média aritmética do retorno anual é de 28,06%, que abrange doze meses de observação; o retorno médio de janeiro é de 2,62%.
c) A correlação de Pearson entre as duas colunas foi de 0,547, com significância de 2,8%. Isto significa que podemos dizer que existe correlação entre as duas colunas, com 97% de certeza. (*)
d) Foi calculada também uma regressão entre a primeira coluna e a segunda. O resultado mostrou que o retorno de janeiro, multiplicado por 3,2, irá corresponder aproximadamente ao retorno anual. (**)
e) Em outras palavras, se o mercado acionário cresce em janeiro, provavelmente o mercado será positivo no ano. Caso contrário, quando o retorno de janeiro é negativo, o retorno do mercado acionário no ano deverá ser negativo. Isto ocorreu em 7 de cada dez anos.
f) Uma notícia ruim: o mercado caiu em janeiro (3,2%, aproximadamente). Mantendo o comportamento passado, a projeção é uma queda do mercado de mais de 12%.
Se o efeito janeiro persistir.
(*) A correlação de Spearman foi de 0,594, sign = 0,015.
(*) A regressão sem o termo constante apresentou o seguinte resultado: Retorno Anual = 3,193 Retorno Janeiro, com R2 = 0,342; DW = 1,998; e Fc = 7,79 (sign. = 0,014)
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