19.1.11

Caixa da Apple


Ao final do quarto trimestre de 2010 a Apple tinha em caixa e equivalentes 10 bilhões de dólares. Somando a este valor as aplicações de curto prazo e de longo prazo tem-se 60 bilhões de dólares disponíveis para investimentos futuros. Em relação ao final de 2009 ocorreu um acréscimo de 20 bilhões de dólares (figura). Neste ritmo, ao final de 2011 a Apple poderá ter 100 bilhões de dólares. Na realidade, como o acréscimo de recursos aumentou nos últimos trimestres, talvez a empresa atinja esta marca antes do final do ano.

Os 60 bilhões em caixa, equivalentes e aplicações financeiras são superiores ao valor de mercado de empresas como Visa (60 bilhões), Boeing (53 bilhões), Nike (40 bilhões) e Nokia (40 bilhões).

O valor levanta a questão: a empresa deve fazer distribuição do dinheiro para os acionistas? Afinal 60 bilhões é muito dinheiro, acima das necessidades para investimento da empresa.

Isto depende do cenário futuro da empresa. Se os recursos forem aplicados e gerarem um acréscimo de valor na empresa, é coerente a retenção do dinheiro. Entretanto, dinheiro parado ou com rentabilidade reduzida pode implicar, no médio prazo, na destruição do valor. Veja a posição de Damodaran aqui.

18.1.11

Valor do Chefe

Steve Jobs, da Apple, anunciou seu afastamento da empresa e, como conseqüência, as ações da empresa caíram 8,3%. Isto significa que o anúncio trouxe uma perda de 26,5 bilhões de dólares em valor da empresa. Como Jobs tem um salário de 1 dólar, isto mostraria que o trabalho do executivo na empresa é uma grande barganha para os acionistas.

Mas sabemos que nem todos os executivos trazem, na sua remuneração, um valor adequado para seu trabalho. Existem diversos exemplos de elevadas remunerações e baixo nível de retorno para os acionistas.

O blog Stumbling and Mumbling lembra uma forma interessante de mensurar se a remuneração dos executivos está superestimada ou subestimada: verificando como o mercado reagem quando aparece uma notícia súbita da morte do administrador. Recentemente, no Brasil, tivemos o caso do presidente da Copel, onde o mercado acionário trouxe um aumento na cotação das ações nos dias seguintes à notícia.

As pesquisas mostram que esta parece ser a regra geral. Ou seja, quando subitamente um executivo morre, ocorre uma valorização das ações. Mas o blog Stumbling and Mumbling lembra que este tipo de pesquisa deve ser considerado com ressalvas pois a amostra é reduzida e existem outras questões envolvidas.