24.12.10

Obras em Leilão

As três obras de arte leiloadas no ano de 2010 e que foram destaque pelo seu preço:



Pablo Picasso - "Nude, Green Leaves and Bust" (1932) vendido pela Christie's de New York por $106.5 million em maio.



Alberto Giacometti - "L'homme qui marche I" (1961) vendido pela Sotheby's em Londres por $104.3 million em Fevereiro



Amadeo Modigliani - "Nude Sitting on a Divan" (1917) vendido pela Sotheby's em New York por $68.9 million em Novembro.

Fonte: aqui

18.12.10

Fazenda da Vasp

Após várias tentativas frustradas, a Fazenda Piratininga, do empresário Wagner Canhedo, ex-dono da falida Vasp, foi vendida ontem por R$ 310 milhões. O imóvel era avaliado em R$ 615 milhões. O comprador é o grupo ligado à família Limírio Gonçalves, que há um ano vendeu a fabricante de remédios genéricos e similares Neo Química ao grupo Hypermarcas, um negócio de R$ 1,3 bilhão.

No fim ano passado, o grupo, que tem como um dos sócios Marcelo Limírio Gonçalves Filho, também arrematou, em leilão, o tradicional Hotel Nacional, no Rio de Janeiro, por R$ 85 milhões. Hoje, o grupo que tem sede em Goiás, Estado onde está situada a Fazenda Piratininga, fará um depósito no valor de R$ 60 milhões como sinal, e o restante será dividido em cinco parcelas anuais de R$ 50 milhões.

O dinheiro será usado para o pagamento de parte das dívidas trabalhistas da Vasp com cerca de 7 mil ex-funcionários, estimada em R$ 1,5 bilhão, valor acrescido de juros e correção monetária, segundo cálculos de advogados que acompanham o caso. Em janeiro de 2008, a dívida era de R$ 1,013 bilhão


Ex-donos da Neo Química compram fazenda de Canhedo - Por AE

Qual a razão para uma fazenda avaliada em R$615 milhões ter sido vendida por R$310 milhões? (Na realidade o valor de venda, considerando um custo de oportunidade de 15% ao ano, foi de 227 milhões de reais). Isto significa 37% do valor avaliado.

Quatro possíveis explicações:

a) a avaliação foi feita de maneira inadequada, valorizando em excesso o imóvel;

b) a avaliação foi realizada num determinado momento e as condições se alteraram no momento da realização do leilão. Por exemplo, o risco assumido no laudo de avaliação foi menor do que o risco percebido pelos participantes do leilão;

c) como o texto não permite tecer consideração sobre quem fez a avaliação de 615 milhões, e assumindo que este valor tenha sido dado pelo antigo dono (por exemplo, como garantia de um empréstimo, o dono estimou o valor da fazenda neste montante), o valor pode estar superestimado em razão do efeito propriedade.

d) o leilão não expressou o mercado. Por alguma razão, o processo de leilão não apresentou as condições ideais para que muitos participantes pudessem fazer seus lances. Em geral, leilões tendem a gerar a "maldição do ganhador" (ou "vitória de pirro"), um conceito muito conhecido nas finanças comportamentais onde o ganhador geralmente pagou muito acima do que seria razoável.

8.12.10

Avaliação e Lei

A evidência do valor de mercado de uma sociedade compreende a utilização de vários métodos, abrange vários conceitos e deve seguir preceitos estabelecidos pela legislação, normas e procedimentos geralmente aceitos, em circunstâncias específicas. Por isso, para a compreensão da sistemática adotada faz-se necessário que se estabeleçam alguns parâmetros esclarecedores dos conceitos adotados.

Quanto vale uma empresa? - Tribuna do Norte - Ana Carolina Conte de Carvalho Dias [advogada]

O valor de mercado é resultante das expectativas de fluxo de caixa futuro, descontado a valor presente. O método em sim não deve seguir legislação, norma ou procedimento geralmente aceito. Não existe isto na avaliação de empresas.

25.11.10

A morte do Executivo e o Mercado




O gráfico abaixo apresenta a cotação, dos últimos cinco dias, da Copel PNB na bolsa de valores de São Paulo. O preço fechou em queda no final da segunda-feira, mas recuperou nos dias seguintes, fechando na quinta-feira num valor próximo a 43 por ação.

Se observar direito, o gráfico apresenta uma interrupção na quarta feira, nos primeiros momentos do pregão. Neste momento o pregão da ação desta empresa foi interrompido e, quando reaberto, voltou com cotação de 42,60 por ação (versus 42,2, anterior). Ou seja, uma alta de 1% no preço da ação.

Na manhã de quarta o mercado ficou sabendo que o presidente da empresa morreu num acidente de automóvel (aqui e aqui), que a empresa iria definir um interino (aqui e aqui).

Pesquisas passadas (*), realizadas em outros mercados, mostraram que quando um evento abrupto ocorre numa empresa, como a morte repentina do seu presidente, as ações das empresas aumentam. É isto mesmo. O mercado passa a dar um valor maior para a empresa pela morte do seu executivo. Observe que isto ocorreu com a Copel (**).

(*) Infelizmente não tive condições de ter a referência desta pesquisa, que se não me valha a memória foi publicada no Journal of Finance. Peço desculpas aos leitores.
(**) Obviamente a Copel é um caso, não servindo para concluir que a morte de executivo conduz ao aumento nas ações para as empresas brasileiras.

24.10.10

Os vestidos de Michelle Obama


Professor Yermack constatou que os preços das ações de 29 empresas abertas cuja roupas Michelle Obama vestiu em um total de 189 aparições em público desde novembro de 2008 a dezembro de 2009 - apresentou retornos anormalmente elevados. Ele estima que o valor médio gerado pela aparência dada por Michelle Obama era 14 dólares milhões.

Em certa medida, estes ganhos do preço das ações veio às custas de outras ações de empresas do varejo.


Does Michelle Obama’s Wardrobe Move Markets? - CATHERINE RAMPELL

Foto com Carla Bruni, da França

13.10.10

Grafismo

Professor, o autor do texto publicado em seu blog comete uma serie de equivocos qto aos preceitos da analise tecnica (AT). Acho que seria interessante que o sr. publicasse a reportagem da Folha de SP (link abaixo) sobre as escolas de investimento: tecnica e fundamentalista.

Sou eng agronomo de formacao, mas, na pratica, sou investidor iniciante em mercado de acoes e estudioso da analise tecnica ou grafica, como eh mais conhecida.

Ao contrario do dito no texto, a analise tecnica nao anteve nenhum movimento do mercado. Ela simplesmente monitora o comportamento do mercado e busca, como objetivo mais importante, determinar a tendencia do ativo que se pretende negociar.

Qto ao status de bruxaria ou profecia auto-realizavel a que muitos atribuem a AT, isso tambem nao eh verdadeiro. A AT trabalha, entre outras coisas, com figuras graficas, as quais, conforme literatura especializada, apresentam diversos graus de probabilidade de sucesso na ocorrencia de determinados movimentos. A partir dessa constatacao, aumenta a probabilidade de se trabalhar com cenarios estatisticos favoraveis, ja que busca-se iniciar operacoes apenas com esperanca matematica positiva.

Na minha visao de AT, a unica bruxaria de algumas escolas de grafistas, sao as ondas de Elliot. A dificuldade e o atraso na identificacao na formacao das ondas retardam a entradaem uma operacao, o que reduz a possibilidade de ganho e torna o uso dessa tecnica muito complexo. A contagem das ondas eh muito dependente do movimento dos precos, alterando a numeracao das ondas, conforme o desenrolar do mercado.

Qto ao Fibonacci, assim como eh dito pelo Odir Aguiar (Didi), um dos grafistas mais respeitados do pais, seu uso eh dispensavel, ja que todo o mercado como um todo ja se encontra "Fibonaccizado", o que se verifica pelas localizacoes dos suportes e resistencias, muitas vezes coincidentes com os numeros de Fibonacci.

Caso o professor queira entrar em contato com verdadeira autoridade no tema, sugiro entrar em contato com o Didi. Outro analista muito competente e mais acessivel eh o Raphael Figueredo, analista do Forum da MYCAP corretora. Ele tem diversas analises de acoes publicadas em diversos jornais e sites, como o Infomoney.

Nessa reportagem da FOLHA de SP, ha um "confronto ideologico" entre um analista fundamentalista e um tecnico, nesse caso, o Didi. Vc vai notar as sultilezas da AT, atraves das respostas do DIdi.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/809349-qualquer-um-pode-ficar-rico-com-a-bolsa-diz-analista-de-mercado.shtml

Gustavo

12.10.10

Goodwill

O Financial Times faz um questionamento interessante sobre a contabilidade recente das grandes empresas. A crise financeira recente deveria influenciar o goodwill das empresas. Através do teste de imparidade, as empresas deveriam descontar o fluxo de caixa futuro dos negócios que foram adquiridos no passado. Neste caso, uma crise implicaria em novas estimativas de fluxos de caixa, com menores valores, que conduziria a necessidade de reduzir o valor do ativo. Isto teria, obviamente, com reflexos no resultado.

Entretanto, uma análise nas maiores empresas européias revela que de um gasto entre 2005 a 2008 de 1,7 trilhões de euros em aquisições, que significa um goodwill de 900 bilhões de euros, o volume de baixa contábil, ao final de 2009, foi de 32 bilhões de euros. Este é um valor muito reduzido para novos cenários econômicos, que inclui redução na taxa de crescimento das economias européias.

Uma possível explicação diz respeito ao comportamento da taxa de juros. Como o fluxo de caixa futuro estimado deve ser trazido a valor presente, a redução destes valores poderia ser compensada por menores taxas de descontos. Mas este argumento do Financial Times não faz muito sentido, já que ocorreu também um aumento no risco sistêmico. Ou seja, a taxa de desconto provavelmente não reduziu no período.

Talvez a explicação esteja no próximo título do texto do Financial Times: Goodwill Games. Como o teste de imparidade é uma área nebulosa da contabilidade, em momentos de crise, para evitar notícias ruins, as empresas evitam as baixas do seu goodwill.

Leia mais: Goodwill games - 28 Set 2010 - Financial Times - p. 16

Difficulties with valuing and accounting for goodwill - 1 Out 2010 - Financial Times - 10 - D.R. Myddelton.

26.9.10

Avaliação: Dois artigos

Dois artigos de avaliação publicados na Revista de Ciências da Administração, da Universidade Federal de Santa Catarina (vol 12, n.26, jan/abr 2010).

O primeiro, Valor justo da Tractebel Energia (Renato Campos, Juliana Tatiane Vital, Gilberto de Oliveira Moritz & Alexandre Marino Costa) procura determinar o preço da Tractebel Energia usando modelos de precificação de ativos. Os resultados dos vários modelos foram comparados entre si para determinação de uma média com o seu intervalo de aceitação, em razão da variabilidade obtida.

O segundo texto, denominado Avaliação de Micro e Pequenas Empresas Utilizando a Metodologia Multicritério e o Método do Fluxo de Caixa Descontado (Marcus Vinicius Andrade de Lima, Carlos Rogério Montenegro de Lima, Ademar Dutra, Ana Lúcia Miranda Lopes) explora a aplicação em pequenas empresas do setor químico, farmacêutico e de turismo.

6.9.10

Ego na Avaliação

Em processos de aquisição de empresas o Ego pode dar lugar a um relatório de avaliação adequado. Recentemente, as empresas Dell e HP iniciaram a disputa por um grupo de armazenamento de dados 3PAR. A oferta final ficaria muito acima da proposta inicial. Os valores ofertados estavam muito acima da receita.

"Eles estão fazendo ofertas muito altas, como se os seus balanços não importassem. A essa altura, pagando múltiplos dessa ordem, provavelmente seria melhor para eles recomprar ações próprias," disse Kaushik Roy, analista da Wedbush Securities.

A maioria dos analistas afirma que a HP, com receita anual de US$ 115 bilhões ante os US$ 53 bilhões da Dell, deve sair vitoriosa, mas acrescentam que a Dell dispunha de reservas de caixa suficientes para oferecer forte concorrência.


Avaliação de valor perde espaço em disputa de Dell e HP por 3PAR
Brasil Econômico - Por Ritsuko Ando/Reuters
25/08/10

4.9.10

Confiança


Um artigo recente de Thaler para o NY Times (The Overconfidence Problem in Forecasting, 21 de agosto de 2010) discute a questão do excesso de confiança.

A maioria de nós pensa que estamos "melhor do que a média" na maioria das coisas.Nós também somos "descalibrados", significando que o nosso sentimento de probabilidade de eventos não está alinhado com a realidade. Quando dizemos que temos a certeza sobre um determinado fato, por exemplo, pode muito bem ser correto apenas a metade do tempo. (...)

Alguns economistas questionam se tais resultados experimentais são relevantes em mercados competitivos. Eles sugerem que os alunos, que muitas vezes servem como cobaias em tais testes, são confiantes, mas que os gestores do topo de grandes empresas são bem calibrados. Um estudo recente, no entanto, revela que esta visão é ela mesma confiante demais.


Num estudo de Itzhak Ben-David, John R. Graham e R. Campbell Harvey mostrou que a confiança excessiva também ocorre nos CFO quando se trata de prever o comportamento do índice SP 500. E são mal calibrados.

Muitos destes executivos não percebem que lhes falta capacidade de previsão.


Os efeitos são relevantes para as empresas:

Por exemplo, num artigo de 1986, o economista Richard Roll da Universidade da Califórnia, Los Angeles, sugere que excesso de confiança, ou o que ele chamou de arrogância, poderia explicar por que as empresas pagam grandes prêmios para assumir outros negócios. (...)

PROFESSOR ROLL recentemente escreveu outro artigo sobre este tema com três colaboradores franceses. Neste caso, eles investigaram uma forma particular de hubris - narcisismo - usando um indicador simples e discreto (...) o número de vezes que uma pessoa usa o pronome de primeira pessoa na comunicação. Eles descobriram que o CEO mais narcisista fazem aquisições mais agressivas a preços mais elevados (...)

10.8.10

Valor 2

Continua

Quando se determina um valor de um ativo ou de uma empresa, o processo de avaliação diz respeito a uma data específica. Alterações na empresa e no ambiente externo onde atua pode alterar as projeções realizadas. Assim, quando se procede a uma avaliação, deve-se deixar claro qual da data base da avaliação.

Sétimo, a expressão do valor pode ser adaptada para situações mais simples ou mais complexas. Se o item avaliado tiver vida finita, os fluxos de caixa estimados serão somados até este prazo; se os fluxos e as taxas de descontos foram constantes no tempo, a expressão pode ser substituída pela fórmula da perpetuidade; e em situações onde o custo de estimar o valor é elevado, pode-se utilizar “regras de bolso”, como ocorre com as pequenas empresas.

Oitavo aspecto, deve existir uma relação razoável entre os fluxos gerados e taxas de descontos. Assim, quando existe a possibilidade do risco aumentar num determinado período de tempo, isto provavelmente irá refletir tanto na taxa de desconto quanto no fluxo de caixa.

A relação entre o fluxo e a taxa de desconto também deve ser conceitual. O fluxo de caixa que será gerado para os acionistas deve ser descontado por uma taxa que reflita o custo de oportunidade dos acionistas. Já o fluxo de caixa da empresa deve ter como taxa de desconto o custo médio ponderado do capital empregado. Descontar o fluxo dos acionista pelo custo médio é um grave erro conceitual.

Finalmente, e décimo, a expressão mostra que quanto maior o fluxo de caixa gerado, maior o valor. E quanto menor a taxa de desconto, maior o valor. Estas são as duas variáveis relevantes para o processo de mensuração. Entretanto, estas duas medidas irão refletir um conjunto enorme de aspectos, como carga tributária, tipo de financiamento, incertezas da economia, risco país etc.

Valor 1

O valor de um ativo ou de uma empresa é medido da seguinte forma:


Sendo FC = fluxo de caixa previsto, t = tempo, i = taxa de desconto.

Existem muitas lições que podemos aprender com esta expressão. Neste texto, limitarei a listar alguns aspectos cruciais da fórmula de cálculo do valor.

Em primeiro lugar, o valor está vinculado a estimativa dos fluxos de caixa futuros. Por esta razão, na expressão, o termo do fluxo de caixa aparece com um sinal (o til), indicando que se trata de uma projeção. Isto tem muitas implicações práticas. A pessoa que usar da expressão deve olhar o futuro e ter a coragem de arriscar um palpite sobre o que irá ocorrer nos próximos períodos de tempo.

Uma conseqüência imediata deste fato é que cada analista terá uma projeção dos fluxos futuros. Se isto é correto, o valor obtido na fórmula deverá ser diferente para cada pessoa. Se uma pessoa acredita que no próximo ano o caixa gerado por uma entidade é de $100 e outra prevê um caixa de $120, os valores obtidos dificilmente serão idênticos.

Assim, uma discussão sobre os pressupostos assumidos por cada pessoa só deve ser questionado em termos de sua razoabilidade e na sua coerência técnica. Se a estimativa de fluxo pode ser $100 ou pode ser $120, os valores obtidos a partir desta previsão também deve ser razoáveis.

Quarto, para que a projeção dos valores seja razoável, é necessário que se tenha uma visão abrangente do ambiente no qual está inserido o objeto avaliado. Isto inclui conhecer os aspectos tecnológicos, as perspectivas econômicas, os avanços dos concorrentes, as características dos clientes etc. Ou seja, dificilmente será possível projetar o valor de um ativo ou de uma empresa sem ter uma visão mais ampla do ambiente.

Quinto, como conseqüência, para a projeção será necessário um conjunto muito amplo de conhecimentos. Isto irá abranger a economia, a contabilidade, a psicologia etc.

CONTINUA

22.7.10

Múltiplo

Entre as técnicas existentes para avaliar uma empresa, o múltiplo talvez seja a técnica que menos recebe atenção da literatura.

Ao contrário que diz alguns autores, a técnica do múltiplo é a mais usada no mundo dos negócios. Estes autores acreditam que o fluxo de caixa descontado seja mais freqüente. Mas nenhuma pequena empresa é negociada com a complexidade das estimativas e cálculos e sim por regras simples dos múltiplos.

Enquanto nos Estados Unidos existem livros escritos sobre o assunto (por exemplo, Business Valuation for Dummies, de Holton e Bates; The Small business Valuation Book, de Tuller ou The Complet Idiot´s guide, de Paulson) e sítios sobre o assunto (BVR ou bizbuysell). Assim regras são estabelecidas como por exemplo: vendas de peças de automóveis (40% das vendas anuais e estoques).

No Brasil, parece que as pessoas têm vergonha em usar os múltiplos. Mas usam. Sabemos que uma farmácia é vendida por três vendas mensais mais estoques; ou que loja de móveis, cujo valor é dado por metade das vendas anuais.

O que torna o método válido é o processo de compra e venda de empresas. Considere uma farmácia, cuja a negociação foi estabelecida como cinco vezes o faturamento mensal. Mas o comprador poderá perceber que esta regra faz com que o valor esteja muito acima do adequado. Se em outra negociação o valor estabelecido for duas vezes o faturamento, o valor está subestimado. Diante de vários processos de compra e venda de uma farmácia, a negociação através de múltiplos tende a estabelecer uma regra justa, tanto para o comprador quanto para o vendedor.

Assim, apesar da dificuldade de explicar a regra de múltiplo, sua validade está assentada no próprio mercado.

Veja mais sobre o assunto:

Determining Your Company’s Value: Multiples and Rules of Thumb – Barbara Taylor, 15 julho de 2010, New York Times

23.6.10

GP Investimentos

Qual é o erro no estilo de gestão da GP Investimentos?
Maria Luíza Filgueiras - Brasil Econômico - 23/06/10

Referência em private equity na América Latina, gestora tropeça em apostas de investimento como Imbra e San Antonio

A empresa de private equity GP Investimentos anunciou no domingo (20) à noite o desenrolar de um negócio mal-sucedido, passando adiante a rede odontológica Imbra, por US$ 1.

Na prática, pode-se dizer que "pagou" à vista R$ 20 milhões para se desfazer da operação, já que fez empréstimo neste valor à nova controladora, a Arbeit, cujo pagamento está condicionado aos resultados do plano de reestruturação e comprometeu um novo cheque no mesmo montante, se necessário.

A gestora já vinha sinalizando nos balanços financeiros a dificuldade em fazer a Imbra decolar, pela informalidade e pulverização em pequenas clínicas do segmento.
O que chama atenção, entretanto, é a sequência de desarranjos em que a GP se meteu, contando nesta lista recente San Antonio e Magnesita, já que a gestora sempre foi tida como referência em private equity na América Latina, e com estratégias copiadas por fundos menores.

É creditado ao modelo "arrasa-quarteirão" da gestora, com forte interferência no dia a dia das companhias investidas, resultados como o obtido na Gafisa, em que a GP multiplicou por seis o investimento feito, e na Hypermarcas, onde obteve Taxa Interna de Retorno (TIR) de 56%, em dólares.

De repente, o que está dando errado no formato GP de gerir?

Segundo gestores concorrentes e analistas financeiros, ser uma empresa listada em bolsa fez com que a GP antecipasse a conclusão de alguns negócios, na pressa de mostrar resultados.

Essas avaliações rápidas têm resultado em ausência de due dilligence (auditoria fiscal e contábil), que teria sido o caso da Imbra. Além disso, apontam que a gestora opera suas empresas de forma alavancada (relação entre dívida e Ebitda) e, em viradas de mercado, esbarra na limitação de cláusulas de endividamento (covenants) feita com bancos.

Outras companhias de private equity, como Advent e Gávea, operam modelo diferente. O Gávea compra participações minoritárias e costuma evitar alavancagem.

O Advent foge de operações que ainda estão saindo do papel e negócios com uso intensivo de capital, como indústria e setor de óleo e gás.

Nas operações recentes da GP, a crise financeira pode ser culpada por boa parte das surpresas negativas. "Mas a GP também está aprendendo a ser mais cautelosa", considera um gestor concorrente.

O que a perfuradora de poços de petróleo San Antonio vive hoje, no centro da preocupação dos acionistas da GP e cotistas de seu fundo GPCPV, é semelhante ao que ocorreu com a Magnesita.

Com uma operação cara, as duas empresas foram impactadas pela retração do mercado internacional a partir de 2007, que gerou desequilíbrio financeiro, contração de dívida, dificuldade de rolagem e consequente quebra de covenants.

Na Magnesita, boa parte da dívida vinha da aquisição da alemã LWB e, na San Antonio, da forte queda de demanda. Segundo fonte de um dos bancos credores, a companhia tem tido dificuldades para pagar o juro, sem falar no principal da dívida.

A estimativa feita por analistas do Barclays é que o endividamento líquido da empresa esteja perto de US$ 700 milhões, cinco vezes o Ebitda projetado para este ano.

A empresa está no meio do processo de renegociação de dívida, com foco nos vencimentos de curto prazo.

Na prática essas foram as duas únicas aquisições (do histórico de 49) feitas com alavancagem. Procurada peloBrasil Econômico, a GP Investimentos não quis se manifestar.

Novo fôlego

Depois da trajetória turbulenta, a Magnesita é tida hoje como uma das referências de choque de gestão da GP.

A gestora implementou o modelo de Cost Per Perfomance (CPP) na operação, para aumentar a produtividade do cliente e conseguiu renegociar a dívida, mesmo depois de romper os limites financeiros iniciais.

Em março, emitiu títulos no exterior no montante de US$ 400 milhões, com vencimento em 2020 e juro de 7,875% ao ano, dos quais US$ 300 milhões para pagar JP Morgan, Bradesco e BB.

Também renegociou o restante da dívida com Bradesco e Itaú BBA, com redução do spread de 4% para 2,75% a.a.

Com o Bradesco, reduziu o número de parcelas, de quatro para três, jogando a primeira para 2013.

27.5.10

Variação da Receita e Risco

O analista Saj Karsan chama a atenção (Understanding Risk on the Revenue Side: Wal-Mart vs. Apple) para a importância da receita estável na avaliação do risco de uma empresa.

1) As empresas que são influenciadas por ciclos econômicos podem apresentar maior risco. Imagine se ocorrer uma recessão prolongada; seus os efeitos serão piores nestas empresas.

2) As empresas que conseguem proteger-se da competição possuem receitas mais estáveis. Neste caso, receitas seriam sintomas desta vantagem. Isto inclui situações onde a empresa não depende de um produto.

3) Provavelmente receitas estáveis representam uma capacidade de manutenção de criatividade.

Karsan faz uma comparação entre a Apple e a Wal-Mart. A estabilidade da receita da Wal-Mart seria uma garantia de menor risco. Para Karsan, o desempenho futuro da Apple depende de inovação constante.

25.5.10

Custo Brasil

O estudo da associação avaliou apenas oito componentes do Custo Brasil, a saber: a relação da política monetária com o capital de giro; o preço de insumos básicos; impostos não recuperáveis na cadeia produtiva; encargos sociais e trabalhistas; logística; burocracia e custos de regulamentação; custos de investimento e custos de energia.


Reformas e Custo Brasil - Murillo de Aragão - Brasil Econômico - 25 de maio

Uma ausência relevante: a garantia os direitos de propriedade.

2.5.10

O Objetivo da Empresa


 

Em "A new idolatry", a revista The Economist (22 de abril de 2010) discute o objetivo de uma empresa: os acionistas, os clientes ou seus empregados. Segundo o texto, até recentemente existia um certo consenso de que uma empresa deveria focar no retorno dos acionistas. Isto começou, segundo Roger Martin, da Rotman School of Management, em 1976, com o artigo "Theory of the Firm: Managerial Behaviour, Agency Costs and Ownership Structure", de Jensen e Meckling. Para Martin, que publicou um artigo na Harvard Business, o foco muda do acionista para um capitalismo voltado para o cliente ("customer-driven capitalism"). 

A The Economist lembra que recentemente um chefe da Unilever disse para o Financial Times: "eu não trabalho para os acionistas, para ser honesto; Eu trabalho para o cliente". Já Vineet Nayar, da HCL Technologies, diz que primeiro são os empregados, depois os clientes. 


 

Mas o texto lembra que o problema com a veneração pelo valor do acionista é a forma como é feita nos dias de hoje. Em especial, a ênfase no preço das ações de curto prazo. 

29.4.10

Opções e Avaliação

O uso das opções em avaliação de empresas é limitado. Ferris e Petitt (Valuation: Avoiding the Winner´s Curse, London: Prentice, 2002) apontam três razões para isto:

  1. Muitos analistas não estão acostumados com os modelos de opções e consideram que seu uso é complexo;
  2. É difícil estimar os parâmetros necessários para os casos de uma carteira de opções. Neste caso, uma opção pode influenciar outra;
  3. O modelo deve ser usado quando o investimento ocorre em estágios

20.4.10

Valor da árvore

Um aspecto inusitado do inédito censo arbóreo do Parque do Ibirapuera é que agora se pode atribuir valor a cada árvore, utilizando como base suas características físicas. Sabe-se, assim, que um autêntico cedro rosa de 18 metros de altura, bem fornido de copa, com caule sadio, folhas "abundantes" e estado geral "vigoroso" vale exatos (1) R$ 21.478,24. Trata-se da árvore mais valiosa, entre todas as 15.026 existentes no parque.

(...) Hoje, sabe-se que as árvores do parque, de 366 espécies diferentes, valem somadas R$ 310 milhões. "E isso porque não levamos em consideração a frequência das árvores (2), se não haveria espécies que ocorrem somente uma vez no parque, por exemplo, e que valeriam sozinhas mais de R$ 1 milhão (3)", contou o pesquisador. "Sem levar em conta essa frequência, o cálculo fica mais verossímil."

Árvores do Ibirapuera valem R$ 310 milhões - Vitor Hugo Brandalise - O Estado de S.Paulo


 

  1. O texto não informa como os valores foram obtidos. A incerteza neste tipo de avaliação leva-nos a duvidar da precisão dos centavos do valor atribuído ao cedro
  2. Também isto não está claro no texto
  3. Os valores são duvidosos em razão da incerteza metodológica deste tipo de avaliação

22.3.10

Correlação



A figura mostra o comportamento da correlação entre os diversos mercados acionários do mundo. As linhas correspondem a correlação - grau de relação entre duas variáveis - entre o mercado de cada país e (a) o mercado do mundo desenvolvido; (b) o mercado mundial; (c) o mercado emergente. É fácil perceber que a correlação tem aumentado gradativamente ao longo dos anos.

Uma consequência é a perda do poder da diversificação. Conforme demonstrado pelo CAPM, a existência de investimentos com baixa correlação ou correlação negativa, propicia que o investidor possa obter ganhos com a diversificação: mesmo retorno, para menor risco.

Resta saber se este fato é provisório (provavelmente não é) ou diz respeito a uma consequencia do fato dos mercados mundiais estarem mais conectados.

17.3.10

Beta contábil

O beta contábil é uma alternativa ao beta tradicionalmente calculado pelo CAPM. Deveria ser uma opção para os casos de empresas que não possuem ação negociada na bolsa de valores. Entretanto, em geral, os testes não são animadores. A seguir, um artigo sobre o beta contábil no Brasil:

O presente estudo apresenta uma abordagem integrada de como as demonstrações financeiras conseguem capturar o grau de risco no nível individual da firma. A intenção é oferecer uma estrutura fundamentada na teoria de finanças que utiliza preceitos essencialmente contábeis para usuários interessados em uma estimativa geral do risco da empresa. Para tanto são testados: (i) a associação entre o beta de mercado e o parâmetro contábil teoricamente construído, denominado beta contábil; (ii) a existência de relações mais ou menos robustas para determinados grupos de companhias. A inovação empírica da pesquisa está em testar as hipóteses sugeridas sob a estrutura de dados em painel, que admite o controle dos efeitos fixos característicos às empresas ao longo do tempo. A amostra é composta pelas empresas negociadas na BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo) entre os períodos de 1996 a 2007. Os resultados indicam existir relação estatística significante entre todos os betas contábeis testados (construídos a partir dos indicadores: tamanho, crescimento, liquidez, grau de alavancagem operacional, grau de alavancagem financeira, grau de alavancagem total, proporção de pagamento de dividendos e estrutura de capital) quando os dados são testados sob a estrutura em painel. Relação mais fraca é encontrada em corte transversal.

CONSTRUÇÃO EMPÍRICA E ANÁLISE TEÓRICA DO BETA CONTÁBIL - Vinícius Simmer de Lima (Fucape); Hudson Fiorot Ilha (FGV-SP); e Fernando Caio Galdi (Fucape)

25.2.10

Custo de capital

O custo de capital é definitivamente um dos conceitos chaves de finanças. Surpreende não existe uma definição deste termo que possa ser encontrado na literatura que seja precisa o suficiente para se usado em operações lógicas em equações de avaliação, em particular em contexto de vários períodos

Kruschwitz, Lutz; Loeffler, Andreas. Discounted Cash Flow: a Theory of the Valuation of Firms. John Wiley,2006, Introdução

24.2.10

Valor de Mercado

Um dos graves problemas no processo de avaliação de uma empresa diz respeito à questão do uso de valores contábeis nos cálculos. Talvez o mais conhecido seja usar o valor do patrimônio líquido contábil na estimativa do custo médio ponderado de capital. Isto é um erro, um grave erro.

Conforme lembra bem Lutz Kruschwitz e Andreas Loeffler (Discounted Cash Flow: a Theory of the Valuation of Firms, Introduction), o clássico artigo de Modigliani e Miller é uma das bases teóricas do fluxo de caixa descontado. Um dos aspectos da contribuição de Modigliani e Miller é justamente o fato de que a alavancagem de um empresa deve ser mensurada pelo valor de mercado.

21.2.10

Dúvidas sobre avaliação de empresas

De um leitor do blog de Avaliação de empresa:


 

1) Quando calculamos o Ke, colocamos lá a inflação esperada dos EUA e do BR, isso quer dizer que: a) serve somente para ajuste de inflação entre os países (é o que eu penso), ou b) irá imbutir a inflação na taxa de desconto, fazendo com que os crescimentos projetados devam considerar inflação?


 

Resposta: Depende da forma como você está calculando o Ke. Se você usa o CAPM e trabalha com o retorno do título sem risco dos EUA é necessário colocar a diferença esperada da taxa de inflação (se o retorno do título sem risco estiver nominal) ou a inflação brasileira (se estiver real). Isto só pode ser feito se você estiver usando o fluxo de caixa nominal. Se você estiver usando o fluxo de caixa real, não é necessário fazer nenhum ajuste para inflação


2) quando projetamos o FCF no futuro as taxas que colocamos lá são: a) livres da inflação (pq a taxa é livre de inflação, é o que eu penso) ou b)devem considerar o crescimento mais a inflação?


 

Resposta: novamente depende. Se o fluxo projetado foi o real (sem considerar os efeitos da inflação) use uma taxa real. Mesmo neste caso é importante considerar os eventuais impactos da inflação (se for o caso)


 

3) pq a perpetuidade deve ser menor que o PIB? a)pq senão, na perpetuidade a empresa fica maior que o Brasil b)mas se for menor, a tendência não é sumir? (não deixa de ser verdade, mas devemos ser conservadores - é o que eu penso)


 

Resposta: a perpetuidade geralmente é usada como uma simplificação para estimar o fluxo de caixa após um determinado período (dez anos, por exemplo). Neste caso, acredita-se que o crescimento da empresa será menor do que nos primeiros anos. Numa situação "típica" poderíamos esperar que a empresa tivesse um comportamento pelo menos igual a economia. Ou seja, a perpetuidade corresponderia ao crescimento da economia. Existem alguns casos em que isto não ocorre, nos setores "decadentes". A taxa que você irá usar na perpetuidade pode ser ou não relevante, dependendo de cada caso. Mas talvez na maioria dos casos, a perpetuidade não é tão relevante assim em razão do valor do dinheiro no tempo.


 

4) uma dúvida que surgiu com a leitura dos seus posts, principalmente no último: você fala que não devemos utilizar WACC constante a pesos contábeis, mas também apresentou um exemplo que o método de iteração também desvirtua os valores.. Existe alguma solução plausível?


 

Resposta: acho que o melhor é usar o fluxo de caixa do acionista e descontar pelo custo do capital próprio. Mas observe que 99% dos laudos não liga para isto, apesar das recomendações dos livros de finanças. Fazer o que?

27.1.10

Custo do Capital

Ninguém realmente sabia [na década de 50] qual o “custo econômico do capital”. A prática padrão era tomar uma taxa de juros paga pela empresa nos seus bonds e então adicionar um prêmio pelo risco de um por cento ou dois ou três ou quatro para considerar a incerteza do investimento. A escolha do prêmio do risco era quase sempre arbitrária

Justin Fox, The Myth of the Rational Market, p. 80-81

Na prática não mudou muito. Nos dias de hoje usa o beta para empresas de setores e então adiciona um prêmio arbitrário. Basta olhar os laudos de avaliação das empresas brasileiras.

13.1.10

Previsão do Fluxo de Caixa

Mas não conte com os analistas para dizer onde o fluxo de caixa está indo. Acontece que que as previsões de Wall Street do fluxo de caixa não são muito precisas. Isso está de acordo com um novo estudo da Accounting Review, uma prestigiada publicação da American Accounting Association

“O erro de previsão média é mais que o dobro nas previsões de fluxo de caixa do que nas previsões para o lucro” disse Dan Givoly, um professor de contabilidade da Penn State e co-autor do estudo.

As conclusões são baseada na revisão de mais de 15 mil previsões de fluxo de caixa e lucro entre 1993 e 2005.

(...) A despeito disto, as previsões de fluxo de caixa tem tornado muito popular. Em 1993, Wall Street produziu previsões de fluxo de caixa de somente 2,5% das empresas que acompanhavam seus lucros. Em 2005, mais de 57% das empresas que receberam projeções de lucros tinham também projeções de fluxo de caixa.

Cash Flow Has Won Admirers, But Forecasting It A Challenge Earnings views err less than ones for cash flow; working capital swings - NORM ALSTER - INVESTOR'S BUSINESS DAILY – 7/1/2010

6.1.10

No lado de avaliação da Melpaper, onde a empresa de consultoria, BBI, recebeu R$200 mil pelo trabalho, utilizou-se o custo do capital próprio para descontar o fluxo de caixa do acionistas. Usando uma taxa de desconto básica de 13,83%, a empresa chegou a um valor de R$28 068. Na página 22, fizeram uma análise de sensibilidade do valor do capital próprio, usando taxas um pouco acima e um pouco abaixo da taxa de desconto básica e chegaram ao seguinte resultado:

12,83% = 28 064
13,33% = 28 066
13,83% = 28 068
14,33% = 28 070
14,83% = 28 072

Apenas observando estes números, você seria capaz de dizer se existe alguma coisa de errado? Ao aumentar a taxa de desconto, o valor deve diminuir, não aumentar. Básico.

Marcas

52 fatos interessantes sobre grandes marcas

1 – O atual logotipo da Shell foi criado em 1971 pelo artista Raymond Loewy. Essa cara também é responsável por criar o desenho da garrafa da Coca-Cola e o logo da Lucky Strike.

2 – A Ray-Ban criou os dois mais populares modelos de óculos do mundo: o Ray-Ban Aviator, seguido pelo Ray-Ban Wayfarer.

3 – Uma garrafa de Perrier chega a produzir 50 milhões de bolhas.

4 – Adolf Dassler começou uma fábrica de tênis com o irmão. Depois de décadas trabalhando juntos, os dois brigaram e cada um seguiu seu caminho. Adolf abriu uma nova empresa, a qual ele batizou usando seu apelido (adi) e as três primeiras letras de seu sobrenome (das), criando a Adidas. Já o irmão dele, Rudolf…

5 – ….abriu uma fábrica também. Pensou em batizar de Ruda, no mesmo esquema da empresa do irmão, unindo as duas primeiras letras de seu nome e sobrenome. No entanto, achou que a marca não soava bem e resolveu trocá-la por Puma.

6 – As fábricas japonesas destruíram a produção de motocicletas norte-americana. Com o Japão vendendo produtos mais baratos e confiáveis, em poucos anos já não havia uma fábrica americana sequer funcionando, exceto uma: a Harley-Davidson. A tática deles? Enquanto o Japão produzia “motinhas” econômicas e baratas, a Harley-Davidson optou por segmentar seus produtos, fabricando motos “de verdade”, com motores cromados e potentes, guidons inovadores e pinturas que encantavam os olhos dos consumidores.

7 – A Pepsi foi a primeira a vender seu refrigerante em garrafas de dois litros e a oferecer ao consumidor uma versão diet da bebida.

8 – A GlaxoSmithKline, proprietária do famoso Sonrisal, não sabe explicar a origem do nome da marca do antiácido. Depois de uma extensa pesquisa, com a ajuda dos internautas, o DM concluiu que o nome seria a mistura das palavras em espanhol sonrisa (sorriso) e sal. Uma óbvia combinação para expressar a idéia de que tomar o antiácido (sal de frutas) faria o consumidor voltar a sorrir, deixando a incômoda indigestão no passado.

9 – O nome da CVC vem das iniciais de um dos sócios fundadores da empresa, Carlos Vicente Cerchiari. No entanto, Cerchiari nunca viu a companhia fazer sucesso. Ele saiu da sociedade apenas dois anos depois, vendendo sua parte para o outro sócio.

10 – A Johnnie Walker sempre fabricou excelentes uísques, mas foi a propaganda que mostrou a marca ao mundo. A primeira ação foi diferenciar o produto. Já no lançamento do Black Label eles introduziram uma garrafa quadrada, a qual não levava um rótulo reto como os outros uísques, porém um rótulo colado com 24 graus de inclinação.

11 – A marca Maizena surgiu de maíz, palavra espanhola que significa milho e que por sua vez tem origem num idioma falado por indígenas do sul do México.

12 – O inventor do champanhe, o monge beneditino Pierre Perignon, o qual também inspirou o nome da marca Dom Perignon, foi na verdade contratado pelos vinicultores franceses para achar um modo de impedir que o vinho “estragasse” e virasse espumante. Ao contrário das expectativas, Perignon ignorou os pedidos e percebeu que a bebida tinha potencial.

13 – A Motorola fez fortuna vendendo aparelhos eletrônicos para automóveis. O mais conhecido deles deu nome à empresa. Era um rádio de carro, batizado com um nome que pretendia associar os conceitos de carro (motorcar, em inglês) e Victrola, uma marca de aparelhos de som muito famosa à época.

14 – A grande sacada dos irmãos Clemens e August Brenninkmeyer, fundadores da C&A, foi apostar numa mudança dos hábitos dos consumidores. Antigamente as lojas vendiam os tecidos inteiros aos clientes, como era tradição. Depois os panos eram levados a um alfaiate ou costureira. Os Brenninkmeyer acharam por bem mudar um pouco as coisas e resolveram vender roupas já prontas, quando a idéia de ter roupas com tamanhos padronizados ainda parecia absurda.

15 – O fundador do Hotmail investiu 300 mil dólares para criar o site, o primeiro a oferecer acesso a uma caixa de e-mails de qualquer computador. Dois anos mais tarde ele venderia sua criação por 400 milhões de dólares, pagos pela Microsoft de Bill Gates.

16 – A Xerox, além de inventar a fotocopiadora, foi responsável por criar o primeiro software com interface gráfica (com ícones e janelas) e o mouse. Infelizmente para eles, os diretores da empresa não acharam a idéia boa. Foi então que um cara chamado Steve Jobs entrou em cena…

17 – …Jobs comprou o software da Xerox e investiu em seu desenvolvimento. Pouco tempo depois ele lançaria o revolucionário Macintosh e seu software com interface gráfica chamado Mac OS. No entanto, o dono da Apple cometeria um erro grave. Entre os especialistas que o ajudaram o desenvolver o novo software estava um rapaz chamado William Gates…

18 – …Gates se integrou ao projeto e aprendeu tudo o que podia sobre a interface gráfica. Aprendeu tanto que no dia em que Jobs lançou oficialmente o Macintosh soube que a Microsoft já estava vendendo versões piratas do Mac OS no Japão, batizadas com o nome Windows.

19 – A General Motors foi a líder em vendas de veículos no mundo durante 77 anos, apesar da Ford ter inventado esse mercado. Seu diferencial era vender carros para segmentos específicos de clientes, enquanto a maior concorrente vendia veículos iguais.

20 – O Red Bull que tomamos é baseado numa bebida inventada na Tailândia, chamada de krating daeng (touro vermelho).

21 – A Minnesota Mining and Manufacturing Corporation, conhecida como 3M, é responsável pela invenção do Post-it e do Durex, entre outros. Estima-se que 25% da população mundial use pelo menos um de seus produtos por dia.

22 – O senhor José Balbino Siqueira fundou um banco para atender as necessidades de agricultores que atuavam nas proximidades do município de Pratápolis. Batizou seu empreendimento de Banco Itaú, em referência a uma antiga denominação dada pelos índios àquela região. Em tupi-guarani, a palavra itaú significa pedra preta. Os nativos deram esse nome à área por encontrarem ali muitas rochas de cor escura.

23 – A Ford não é apenas uma fábrica de carros. A marca será lembrada sempre por ter popularizado a linha de produção, processo de fabricação que mudou completamente o sistema capitalista.

24 – O Comandante Rolim, fundador da TAM, fez seu primeiro vôo solo tendo estudado apenas 9 horas.

25 – King C. Gillette inventou o barbeador seguro: não precisava amolar e não oferecia o perigo da navalha. A idéia era boa, no entanto os homens estavam acostumados a freqüentar a barbearia. Dotado de um senso comercial extraordinário, Gillette enviou gratuitamente um de seus aparelhos de barbear para cada soldado americano durante a I Guerra Mundial. Como King sabia, os militares precisam estar bem barbeados sempre e sua invenção poderia proporcionar isso de um modo mais rápido e eficaz. Depois de terminado o conflito, os soldados que voltavam tinham adquirido o hábito de barbear-se em casa, ao invés de irem ao barbeiro. A novidade logo se espalhou e o mercado da nova invenção cresceu de um modo surpreendente.

26 – A Colt colocou no mercado as primeiras armas com tambor, capazes de disparos consecutivos. Baratas, fáceis de usar e letais eram as armas Colt. Por isso que muitos dizem que Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.

27 – Jesus Norberto Gomes, criador do famoso Guaraná Jesus, era ateu.

28 – O nome do cigarro Marlboro é uma referência à rua na qual ficava a sede da empresa em Londres, a Great Marlborough Street.

29 – No início do século XX a empresa americana Converse criou um modelo de tênis destinado a jogadores de basquete. Para divulgar a marca, eles contrataram um jogador chamado Chuck Taylor para desenvolver o calçado e participar das propagandas. Nascia o Converse All Star Basketball Boots – Signed by designer Chuck Taylor. Conhecido aqui simplesmente como All Star, o tênis da Converse fez o maior sucesso nos EUA, tendo ficado famoso até no Japão…

30 – …Na terra do sol nascente, o All Star chamou a atenção do empresário Kihachiro Onitsuka. Num primeiro momento ele copiou descaradamente o modelo do tênis americano. Porém, o tempo foi passando e ele desenvolveu vários aspectos do projeto, especialmente o solado. Rapidamente ele já fazia calçados melhores que os da Converse, em geral voltados para a prática de esportes. Surgia a Anima Sana In Corpore Sano, mais conhecida pelas iniciais ASICS. Fazendo o movimento contrário, os tênis da ASICS passaram a ser exportados para os EUA…

31 – …Dois desses importadores eram Phil Knight e Bill Bowerman. Fascinados com a qualidade dos tênis da ASICS, eles venderam muito para o mercado americano. Depois de dez anos, decidiram que deveriam fabricar calçados também. Ao batizar a nova empreitada, eles escolheram o nome da deusa grega da vitória, Niké.

32 – Duas teorias explicam o nome da Pizza Hut. A primeira diz que os fundadores não tinham muita grana quando resolveram abrir a empresa. O jeito foi alugar uma loja mais em conta. Escolheram então um prédio esquisito e meio abandonado, em forma de cabana. Essa aparência serviu para compor a marca da empresa, que uniu o nome do principal produto (pizza) à palavra inglesa hut (cabana). Outra teoria afirma que o nome da marca Pizza Hut surgiu de um problema com o letreiro da loja. A pouca grana fez com que os dois irmãos só pudessem comprar um letreiro pequeno para a primeira pizzaria. Depois de escreverem a palavra “pizza”, só sobrou espaço para um nome com três letras. Daí entrou o termo hut, para dar a idéia de “cabana da pizza”.

33 – Existem 70 tipos diferentes de Fanta, muitas delas baseadas no gosto específico do consumidor local. A mais famosa é a de laranja. Porém ela muda de país para país, variando a porcentagem de suco natural diluído na bebida. No Brasil, onde mais se consome a de laranja, a quantidade de suco natural na bebida é a maior do mundo (10%). Em alguns países a concentração é de 2%.

34 – A morte de Jack Daniel, criador da marca Jack Daniel’s, teria sido assim. Certo dia ao chegar no escritório bem cedo, ele tentou abrir seu cofre, no entanto não lembrava da combinação. Puto da vida, Jack teria dado um belo chute no cofre e arrebentado o dedão do pé. O machucado virou uma ferida maior e ele teria morrido de infecção generalizada. Segundo o site da Jack Daniel’s, a lição que se tira dessa história é “não vá trabalhar cedo”.

35 – A Philips esteve envolvida diretamente nas invenções da fita K7, do CD e do DVD.

36 – O inventor da arma AK-47, Mikhail Timofeevich Kalashnikov, nunca ganhou um tostão pela invenção do rifle, apesar dos russos terem vendido cerca de 100 milhões de armas como essa.

37 – Ferruccio Lamborghini era um rico empresário, dono de uma fábrica de tratores. Adorava carros de corrida e os colecionava. Sua marca preferida era a conterrânea Ferrari, apesar de achar que o câmbio desses carros não eram lá essas coisas. Certo dia Ferruccio resolveu dizer isso diretamente a Enzo Ferrari. O dono da escuderia respondeu secamente: “senhor Lamborghini, não acho que alguém que fabrica tratores tenha autoridade para criticar meus carros”. Com raiva, Ferruccio prometeu fazer seus próprios carros. Surgia a Lamborghini.

38 – O logotipo da Bic foi criado pelo artista Raymond Savignac. O desenho, feito para atrair a atenção das crianças, é de um menino com uma esfera no lugar da cabeça e segurando uma caneta nas costas.

39 – O relógio da Omega modelo Speedmaster continua a ser o primeiro e único relógio a ter sido usado num corpo celeste além da Terra.

40 – De onde vem o termo Nokia? Na verdade esse é o nome de um pequeno mamífero que habitava a região na qual passa o rio, uma espécie de marta. O curso d’água acabou ganhando o mesmo nome, assim como a cidade que foi construída em suas margens. Então temos, por ordem, um bicho chamado Nokia, que deu a um rio o seu nome. O rio, por sua vez, batizou a cidade. A cidade batizou a empresa.

41 – Diz a lenda que o sistema de busca criado por Page e Brin, o Google, foi esnobado pela Yahoo, na época dona do maior buscador da internet.

42 – O logotipo da Ferrari tem uma origem inusitada. Em 1923, após ganhar uma corrida, Enzo Ferrari conheceu uma senhora. Ela era mãe de Francesco Baracca, um piloto italiano que tinha lutado na I Guerra Mundial. Muito bom de mira, Baracca era mestre em derrubar os aviões inimigos. Para dar sorte, ele costumava pintar um cavalo empinado num lado da aeronave. A mãe dele quis que Enzo compartilhasse dessa mesma sorte e pediu a ele para também pintar o cavalo em seu carro de corrida. Uma vez que Enzo também tinha lutado na I Guerra, ele aceitou o conselho da dona Baracca e pintou o cavalinho, desenho que mais tarde se tornaria o logotipo de sua empresa.

43 – O inventor do isqueiro Zippo era apaixonado por engenharia. Uma das coisas que mais o fascinava era o projeto do zíper. Ele gostava tanto que na hora de batizar sua própria criação se inspirou no termo zipper.

44 – E por que o sobrenome dos fundadores é Toyoda e da fábrica é Toyota? Mais um caso de termo mudado para que a pronúncia no exterior ficasse mais simples e fácil de lembrar.

45 – Cotonete é um termo inventado pela Johnson & Johnson. Ele une cotton (sem um dos t’s) ao sufixo ete (cotonete), muito usado no diminutivo de diversas palavras.

46 – Quando chegou ao Brasil, o Volkswagen ainda levava esse nome. Acontece que a palavra volkswagen não é fácil de falar na nossa língua. Então logo arranjaram um apelido para o carro, que passou a ser chamado de volks (folks, na pronúncia em alemão). Porém, caro leitor, a língua e dinâmica e bem sabem os lingüistas que ela busca a facilidade. Por isso logo o volks foi aportuguesado, transformando-se em fusca.

47 – Em 1955, ao encontrar dificuldades para escoar sua produção para São Paulo, a Sadia arrendou um avião para levar os produtos para lá. O transporte ajudou muito a companhia, mas também chamou a atenção do consumidor comum, interessando em comprar passagens de avião. Vendo aí uma boa oportunidade, a diretoria criou a Sadia S.A. Transportes Aéreos. Inicialmente levando passageiros de municípios catarinenses para a capital paulista, a companhia cresceu e logo ganhou mercado em outras regiões. Na década de 70 já era uma das maiores linhas aéreas do país. Nessa altura os donos resolveram desvincular a palavra Sadia (alimentos) e criar uma nova marca para a companhia aérea. Surgia assim a tão conhecida Transbrasil, que infelizmente veio a falir em 2001.

48 – A palavra sucrilho é uma mistura entre o termos sugar (açúcar), crisp (crocante) e milho. Só é usada no Brasil. Nos países da América que falam espanhol Sucrilhos se chama Zucaritas. O nome do tigre é Toño.

49 – A marca Blue Tree é a tradução para o inglês do sobrenome da fundadora da empresa, Chieko Aoki.

50 – Em 1905 a Faber-Castell lançou o lápis Castell 9000. Esse produto praticamente criou todos os padrões de material, tamanho e maneira de produção dos lápis fabricados dali para frente.

51 – O logotipo da Batavo, empresa fundada por imigrantes holandeses, é composto pela figura de uma garota de tranças e chapéu, caracterização adotada pelas holandesas do início do século XX durante festas rurais.

52 – Pemberton vendeu os direitos de comercialização da Coca-Cola cinco anos depois de criar a bebida. Quem comprou foi um empresário chamado Asa Griggs Candler. Muita gente diz que Pemberton fez besteira ao vender a fórmula. No entanto, quem entende do assunto, sabe que o sucesso não vem do sabor da bebida em si, mas sim do marketing. Por isso Candler é considerado o grande gênio por trás da Coca-Cola. Foram suas táticas agressivas de propaganda popularizaram a marca. Mesmo assim, Candler não era infalível. Até 1894 a Coca-Cola era vendida somente em copos abertos de 237 mililitros, diretamente em pontos comerciais. Nesse mesmo ano um comerciante chamado Joseph Biedenharn propôs a Candler vender a bebida em garrafas. Candler achou que não faria sucesso e, cinco anos depois, vendeu os direitos de engarrafamento por apenas um dólar.

Fonte: Aqui. Enviado por Eric Adrian, grato.