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Em complemento a postagem sobre a falha dos modelos de risco para bancos (
aqui), um interessante comentário de John Kay sobre o mesmo assunto denominado In Times of Complexity, Common Sense Must Prevail (
aqui). (O texto foi publicado também no Financial Times de 9 de abril de 2008)
Kay começa lembrando o artigo de Alan Greenspan (também publicado no Financial Times, em 16 de março de 2008,
aqui) que observa que os modelos existentes não são tão complexos o suficiente para captar a realidade. Kay acredita que esse comentário é um erro, pois implica que somente com modelos complexos - que incorpora mais aspectos da realidade - será possível evitar desastres.
A questão é que os modelos de gestão de risco possuem uma estrutura comum. Esses modelos calculam os riscos associados com as carteiras de ativos usando retornos reais e volatilidade. Mas o elemento central, lembra Kay, é o grau com que os retornos de diferentes ativos estão relacionados entre si, denominado co-variância ou correlação. A correlação é relevante nos modelos já que é a chave para diversificação, um conceito de meados do século passado.
A questão central é que correlação não significa causação. (
Aqui, várias postagens sobre o tema neste blog). Uma situação com correlação hoje pode não persistir no futuro.
E mudanças estruturais pode invalidar correlações históricas. As vezes, o simples fato de uma correlação ser observada pode alterar o resultado, afirma Kay.