9.2.07

A questão da taxa de desconto

Recentemente foi divulgado o relatório Stern (nome do cientista responsável por sua elaboração) onde se tentou mensurar o montante das questões ambientais. No mês passado foi postado uma nota mostrando o efeito, de longo prazo, da taxa de desconto. (clique aqui).

Dois economistas famosos, um deles ganhador de um Nobel, discutem o efeito da taxa de desconto. Gary Becker destaca que a escolha da taxa de desconto num estudo de longo prazo é crucial para validar suas conclusões.

"suponha que o risco de um aquecimento global para a geração dos próximos 50 naos seja equivalente a $2 trilhões para sua solução. A uma taxa de 3% de desconto, esse risco pode ser avaliado hoje em cerca de 500 bilhões".

Então, com essa taxa, um custo de 800 bilhões para combater o problema do aquecimento global talvez não seja interessante.

Richard Posner reconhece a incerteza na ciência do clima e a dificuldade de fazer previsões. Mas lembra que no passado os cientistas erraram para menos, ou seja, suas previsões eram otismistas quanto ao clima. Mas Posner destaca a necessidade de reduzir o aquecimento global. O primeiro, é que o problema sempre irá impor custos e que esses provavelmente crescerão no futuro. O segundo, mesmo que exista um pequeno risco de uma catastrofe global em virtude do problema, o custo esperado é enorme. (Lembre-se que o custo esperado é obtido pelas probabilidades vezes o valor de cada cenário. Como o cenário de risco total possui um valor elevado, mesmo com uma probabilidade reduzida o custo esperado é grande). Finalmente, Posner lembra que o problema de aquecimento também está associado a questão de segurança e redução da dependência do petróleo.

Texto desses autores foi publicado em 04/02/2007 - Clique aqui para ler