27.11.06

Perpectiva de melhora no rating do Brasil


Notícia do jornal Valor Econômico de 23/11 informa que a Standard & Poor's melhorou a perspectiva do rating do Brasil. Isto significa que esta agência está animada com a redução da dívida externa do Brasil e acredita na melhoria das contas fiscais nos próximos anos. De igual modo, o banco JP Morgan aumentou de neutra para acima da média a participação de títulos brasileiros em seu portfólio-modelo de papéis de mercados emergentes, que recebe o nome de Emerging Markets Bond Index Global.

A notícia também informa que o Brasil possui a nota "BB" da Standard & Poor's, a mesma desde o início do ano. Isto significa que a SP considera que investir em títulos do governo brasileiro ainda não é um "investment grade". Entretanto, as perspectivas são boas pois esta é a melhor classificação do país desde que a SP passou a utilizar esta classificação. A mudança no endividamento brasileiro, de títulos externos para títulos internos, torna o país menos vulnerável a problemas externos. Entretanto, a dívida interna é mais cara do que a externa.

Muitas pessoas não entende as razões pela qual o Brasil não é bem visto pelas agências de rating. Existem três razões principais. A primeira é que entre os países de igual porte no mundo, o Brasil é o mais endividado, apesar de existir uma melhora nos últimos anos. A segunda, é a perspectiva dos gastos públicos. Algumas das últimas medidas do governo sinalizam para um aumento nestes gastos, o que é ruim. O terceiro motivo é o passado, onde nosso país passou por diversas crises econômicas.

Qual o impacto sobre a avaliação das empresas brasileiras? A influência ocorre principalmente sobre o risco percebido nos negócios. Num modelo como o fluxo de caixa descontado isto significa uma maior taxa de desconto. Maior taxa de desconto, por sua vez, implica em menores valores de empresas.