21.11.06

Compra de Empresa


A alta do preços dos commodities incentivou a compra da Inco pela Vale. Agora a notícia de uma aquisição de uma empresa de cobre nos Estados Unidos. A seguir reportagem do Wall Street Journal

Negócios chegam a US$ 52 bilhões em dia histórico de fusões em Wall Street
November 21, 2006 4:05 a.m.

Da Redação do The Wall Street Journal

Duas mineradoras americanas protagonizaram o maior acordo de fusão de um dos dias mais movimentados em termos de fusões e aquisições em toda a história de Wall Street.

Ontem a Phelps Dodge Corp. assinou acordo para ser adquirida pela Freeport-McMoRan Copper & Gold por US$ 25,9 bilhões em dinheiro e ações. Ambas produzem cobre e seu acordo representa uma aposta de longo prazo em que os preços de metais vão continuar em alta. Juntas, elas têm operações em todos os continentes, sendo que a Phelps Dodge produz cabos de alumínio em Poços de Caldas, MG. A Freeport não atua na América Latina.

Também ontem, o braço imobiliário da firma de investimento em participações Blackstone Group anunciou um acordo, assinado na noite de domingo, de US$ 20 bilhões para comprar a maior proprietária e administradora de edifícios comerciais dos Estados Unidos, a Equitty Office Properties Trust. Se for completado, o acordo para fechar o capital da Equity Office Properties será o maior negócio do tipo já realizado — e possivelmente o maior negócio do setor imobiliário em todos os tempos —, se levada em conta a dívida de US$ 16 bilhões da Equitty.

No total, foram pelo menos US$ 52 bilhões em acordos de fusão e aquisição anunciados ontem nos Estados Unidos. O dia também incluiu a aquisição da unidade de private banking da Charles Schwab Corp., o U.S. Trust Corp., pelo Bank of America Corp. por US$ 3,3 bilhões; e um acordo de US$ 2,3 bilhões da siderúrgica russa Evraz Group SA para comprar a americana Oregon Steel Mills Inc.

A contínua onda de fusões nos EUA deriva de vários fatores, inclusive um excesso mundial de capital. As empresas que se reestruturaram depois da queda generalizada das bolsas no início da década ergueram enormes reservas de caixa que podem usar para aquisições. Os juros internacionais estão baixos, dando amplo acesso a crédito de que os compradores precisam. E firmas de investimento em participações, que compram empresas para vendê-las com lucro no futuro, andaram recebendo dezenas de bilhões de dólares de investidores como fundos de pensão e pessoas muito ricas.

As expectativas de fusões em todos os setores da economia ajudaram a Média Industrial Dow Jones a subir 15% este ano, o que tem sido uma influência positiva para outras bolsas, inclusive a de São Paulo. A alta das bolsas em geral também tem inspirado mais fusões. Além disso, o estigma de uniões fracassadas, como a fusão de US$ 160 bilhões entre as americanas America Online Inc. e Time Warner Inc. parece ter sido esquecido por enquanto.

A onda também tem chegado à porta das bolsas de valores. Ontem, a Nasdaq Stock Market Inc., operadora da bolsa eletrônica americana rica em ações de tecnologia, teve rejeitada sua oferta pela London Stock Exchange Group PLC, dona da Bolsa de Londres. A oferta foi de 2,7 bilhões de libras, ou US$ 5,1 bilhões, mas a bolsa londrina de 300 anos achou pouco.

Nos últimos 12 meses, grandes empresas em geral preferiram ficar ao largo da maré de aquisições. Mas os negócios recentes sugerem que elas podem estar ficando mais ativas. Com o caixa acumulado durante anos e estimuladas pela sede dos investidores por oportunidades de crescimento, elas estão promovendo uma safra de transações quase sempre em dinheiro.

Mas em meio à euforia há sinais de que a onda de fusões que já dura três anos pode ter problemas à frente.

Os bancos, por exemplo, estão dispostos a financiar acordos cada vez maiores com termos mais suaves. Acordos como o da rede de farmácias CVS Corp. para comprar a Caremark Rx Inc. por US$ 21,3 bilhões foram recebidos com ceticismo pelo mercado, com as ações de ambas em queda desde que o acordo foi anunciado no início do mês. E os preços pagos por empresas de participações ultimamente têm sido bem mais altos do que nos últimos três anos.